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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O livro "Lisboa Secreta - Capital do V Império", de Victor Adrião, refere uma estrofe de Camões vaticinando Lisboa como a Nova Roma destinada ao seu papel futuro como "Capital Espiritual do Ocidente" numa Nova Era Universal. Aliás, o ilustre Prof. Agostinho da Silva chegou a falar de Portugal (e naturalmente sua Capital) como o "Menino Jesus das Nações", ou o Mensageiro da Nova Era (o 515 de Dante) depois dos dias de grandes atribulações.
Mas não me desviando do tema inicial, é interessante saber o significado simbólico das 7 colinas que existem na Capital, pois elas são equiparadas às 7 colinas de Roma e de Jerusalém ou de Constantinopla, como o autor do livro refere num contexto sagrado e primordial, tal como outros autores dos séculos XVI e XVII dos quais se destacam Damião de Góis, Luis Marinho de Azevedo e Frei Nicolau de Oliveira, entre outros. Mas é Frei Nicolau quem primeiro define e descreve as 7 colinas onde se conservam os 7 principais templos de Lisboa com os restantes adjacentes, definidos do seguinte modo:

Primeiro é a colina de "S.Vicente" (no Bairro de Alfama) onde fica o Convento de S. Vicente de Fora. À esquerda fica a colina de "Stº André" (na Graça). Depois é a colina de "S. Jorge", onde se situa o Castelo. A oeste deste fica a colina de "Stª Ana" (na Anunciada). A quinta colina é de "S. Roque" (no Bairro Alto). Na parte direita desta fica a das "Chagas" cujo nome é atribuido por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da India em louvor às Chagas de Cristo. E por último, é a colina de “Santa Catarina” (vai do Largo de Camões à Calçada do Combro).

As 7 colinas simbolizam também, segundo o autor, os chamados “7 anéis” da Serpente Sagrada ígnea conhecida por 'Kundalini' na sabedoria oriental e cujos nomes em Sânscrito correspondem aos 7 chakras do corpo humano e estados da matéria do mais denso ao mais subtil.

Mas para que se entenda melhor toda essa significação das 7 Colinas de Lisboa é preciso recorrer primeiro ao campo do mítico, porquanto narram as lendas que Lisboa foi fundada por Ulisses, o chefe dos Argonautas, tal como se indica no painel em azulejos do Mestre Lima de Freitas na Estação do Rossio:



 

Ora, narram as lendas que Ulisses se tomou por amores por Ofíussa ("deusa-serpente") e quando o herói homérico regressou à sua pátria troiana no navio "Argos", Ofiússa vendo-se abandonada e só, se tomou de cólera e fez estremecer o planalto do Tejo cujos estertores telúricos fizeram nascer assim as 7 colinas de Olíssipo, hoje Lisboa. Daí a relação dos "7 anéis" da Serpente simbolicamente.

Doutro modo, as 7 colinas ou Outeiros que sustêm a grande urbe, simbolizam as "7 qualidades ou estados vibratórios subtis da matéria" (os chamados Tatvas) animados pela mesma Energia serpentária que aflora do seio terrestre á superfície. E neste aspecto, é a própria Sintra um "Chakra" ou Polo Magnético onde poderemos sentir e descobrir tudo isso no vasto significado da Qtª da Regaleira e do Palácio do Graal (ou da Pena) no cimo da Montanha Sagrada como alguns a definem.
 

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