Meditação por Portugal

Ao Encontro da Alma Luzitana

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domingo, 23 de junho de 2013

AGOSTINHO DA SILVA E O QUINTO IMPÉRIO

“Num texto intitulado Considerando o Quinto Império, expõe os ideais que ele Agostinho da Silva(1) julga serem os do V Império(2). Aí nos avisa que eles de nada valem sem o poder da oração, pois só por ela “virá esse império [refere-se ao reino do Espírito Santo] estendido a todas as nações do Mundo, a todas elas revelando o Espírito, e a todas elas, e a todos os homens nelas, mergulhando naquilo que será a solução da antinomia vida-morte” (1988: 199 e 198). Salienta também que o primeiro passo para a formação deste Império passa pela restauração da “criança em nós e em nós a coroarmos Imperador” (1988: 196). Assim sendo, defende sete ideais:

— o 1º é forjado pela “paciência e tenacidade de Deus”, é o de “não haver governo”, à semelhança daquilo que se passava no Paraíso, pois a meta é atingir a superação da “antinomia governante-governado” o que necessariamente implica o fim da teocracia, aristocracia e d...emocracia;

— o 2º ideal é o de não “haver economia”, igualmente à semelhança do Paraíso, dado que o objectivo era a superação da “antinomia de produtor e consumidor”;

— o 3º visa a superação da oposições “criança-adulto”, “ignorante-sábio”, “homem-mulher”, pois só ela garante, como, aliás, acontece no céu, que “não haja nem escolas, nem livros, nem casamentos”;

— o 4º ideal tem a ver com a não distinção entre a vida e a morte;

— o 5º encara a verdade como a não separação entre aquilo que “hoje chamamos verdadeiro do que hoje chamamos falso”;

— o 6º é o “ideal das geometrias de todas as dimensões” que consiste precisamente em fundi-las numa espécie de geometria sem qualquer dimensão;

— o 7º, e último, corresponde ao “ideal de pensar” como “fusão plena do sujeito e objecto num não pensar” que, na tradução teológica de Agostinho, consistia em ver o laço do Espírito que une o Pai e o Filho: “O que novamente traria a terreiro, desta vez sem heresia, o velho Joaquim de Flora, e o seu Reino do Espírito Santo e o seu Império da Flor-de-Lis” (1988: 200 e Araújo & Cunha, 1999: 69-76)."

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