ACREDITAR E AMAR PORTUGAL
“Portugal é, como muitas vezes dizemos, um pequeno país à beira-mar plantado, mas da mesma forma que dizemos que os homens não se medem aos palmos, não nos deve surpreender que o mesmo aconteça com a história do nosso país, que é uma grandiosa epopeia com a qual só alguém que não seja português não se identifica. E essa epopeia, de que somos os felizes herdeiros, foi feita por homens... e Portugueses. Quando os mitos renascem encarnam em homens. E uma vez que há homens, os mitos têm renascido ao longo dos séculos sob os mais diversos matizes:
a) O primeiro mito português terá nascido por acção da obra do nosso primeiro rei D. Afonso Henriques. Desde a sua visão de Ourique, inscrita nas cinco quinas do escudo português, até ao seu reconhecimento como rei pelo papa, D. Afonso Henriques outorgou a legitimidade da nossa unidade como povo, como futura nação; deu-nos o mito, um sonho, um projecto ecuménico pelo qual lutar;
b) Com a Ordem do Templo este projecto tomou um corpo mais místico e político que, posteriormente, foi apoiado e desenvolvido pelo Rei Lavrador D. Dinis de uma forma mais pragmática e pela sua esposa, Rainha Santa Isabel, de uma forma mais espiritual.
c) D. Nuno Álvares Pereira, cavaleiro-monge, encarnou um outro aspecto do mito: ajudou heróica e decisivamente a nação a superar a sua primeira grande crise histórica. O modelo base deste projecto está associado ao ideal da Cavalaria da Idade Média (ou dos cavaleiros da Távola Redonda da corte do Rei Artur) na demanda do cálice sagrado (Santo Graal), tendo como orientação a divisa templária de agir e servir somente para glorificar o nome do Senhor.
O sonho foi tomando corpo próprio nas gentes do povo e o Infante D. Henrique foi o arauto desses novos tempos que se avizinhavam. Foi o momento decisivo que catapultou inteligentemente a saga lusa para o infinito oceano, fruto de todo um saber sabiamente acumulado em torno de si e que muito audazmente soube gerir. O sonho que até aí parecia impossível e que já vinha sendo preparado desde o Rei Lavrador (a replantação do pinhal de Leiria fazia parte do plano de obter madeira para a construção das caravelas e naus) tornou-se possível. Cientificamente foi preparado e espiritualmente foi alimentado por um ideal de propagação da fé e de intercâmbio entre povos e culturas. De facto, com este plano secular, o mar fez-se, cumpriu-se e tornou-se um só, e a sã convivência entre povos, credos, raças, culturas tão diferentes foram ricas nuances de um plano global que visava num futuro, talvez secular ou milenar, quem sabe, lançar as fundações de um Império Ecuménico Universal.
Nesse sentido faltou, ou melhor, falta cumprir-se Portugal (nas palavras do poeta Pessoa), porque a nação que fez nascer uma nova luz no mundo, ainda não regressou ao ponto de partida, para unificar o mundo e consagrá-lo ao Senhor.
Ficou-se no plano físico, falta o aspecto espiritual que dá a dimensão plena do projecto iniciado.” – Eduardo Amarante
http:// www.eduardoamarantesantos.blogs pot.pt/
“Portugal é, como muitas vezes dizemos, um pequeno país à beira-mar plantado, mas da mesma forma que dizemos que os homens não se medem aos palmos, não nos deve surpreender que o mesmo aconteça com a história do nosso país, que é uma grandiosa epopeia com a qual só alguém que não seja português não se identifica. E essa epopeia, de que somos os felizes herdeiros, foi feita por homens... e Portugueses. Quando os mitos renascem encarnam em homens. E uma vez que há homens, os mitos têm renascido ao longo dos séculos sob os mais diversos matizes:
a) O primeiro mito português terá nascido por acção da obra do nosso primeiro rei D. Afonso Henriques. Desde a sua visão de Ourique, inscrita nas cinco quinas do escudo português, até ao seu reconhecimento como rei pelo papa, D. Afonso Henriques outorgou a legitimidade da nossa unidade como povo, como futura nação; deu-nos o mito, um sonho, um projecto ecuménico pelo qual lutar;
b) Com a Ordem do Templo este projecto tomou um corpo mais místico e político que, posteriormente, foi apoiado e desenvolvido pelo Rei Lavrador D. Dinis de uma forma mais pragmática e pela sua esposa, Rainha Santa Isabel, de uma forma mais espiritual.
c) D. Nuno Álvares Pereira, cavaleiro-monge, encarnou um outro aspecto do mito: ajudou heróica e decisivamente a nação a superar a sua primeira grande crise histórica. O modelo base deste projecto está associado ao ideal da Cavalaria da Idade Média (ou dos cavaleiros da Távola Redonda da corte do Rei Artur) na demanda do cálice sagrado (Santo Graal), tendo como orientação a divisa templária de agir e servir somente para glorificar o nome do Senhor.
O sonho foi tomando corpo próprio nas gentes do povo e o Infante D. Henrique foi o arauto desses novos tempos que se avizinhavam. Foi o momento decisivo que catapultou inteligentemente a saga lusa para o infinito oceano, fruto de todo um saber sabiamente acumulado em torno de si e que muito audazmente soube gerir. O sonho que até aí parecia impossível e que já vinha sendo preparado desde o Rei Lavrador (a replantação do pinhal de Leiria fazia parte do plano de obter madeira para a construção das caravelas e naus) tornou-se possível. Cientificamente foi preparado e espiritualmente foi alimentado por um ideal de propagação da fé e de intercâmbio entre povos e culturas. De facto, com este plano secular, o mar fez-se, cumpriu-se e tornou-se um só, e a sã convivência entre povos, credos, raças, culturas tão diferentes foram ricas nuances de um plano global que visava num futuro, talvez secular ou milenar, quem sabe, lançar as fundações de um Império Ecuménico Universal.
Nesse sentido faltou, ou melhor, falta cumprir-se Portugal (nas palavras do poeta Pessoa), porque a nação que fez nascer uma nova luz no mundo, ainda não regressou ao ponto de partida, para unificar o mundo e consagrá-lo ao Senhor.
Ficou-se no plano físico, falta o aspecto espiritual que dá a dimensão plena do projecto iniciado.” – Eduardo Amarante
http://
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Ilha Dos Amores Attlanttys
Sem querer contrariar uma palavra que seja do conteúdo aqui escrito e corroborando as ideias chave do texto, gostaria contudo se me permitem, de deixar uma chamada de atenção para o que considero serem omissões relevantes sobre alguns dos factos e figuras da nossa história oculta.
Acho inexplicável que a reprodução sistemática desta série de mitos e lugares comuns que se têm vindo a estabelecer na narrativa da história oculta de Portugal não inclua Dom João I como um dos protagonistas principais da revolução de 1383/85, e que não seja mencionado como principal defensor do reino ao lado de Dom Nuno o Condestável nem como o promotor inicial da epopeia das Descobertas.
É que terá sido esta a única vez na história nacional que a Ordem de Mariz se exteriorizou em absoluto, através das suas duas colunas e ordens internas, conjuntamente, no acontecimento que em termos espirituais e metafísicos, constituiu o grande confronto da época entre as forças da luz e das trevas, e o maior e mais decisivo momento da história portuguesa depois da sua fundação.
Não encontro razão para que estes estudiosos não tenham ainda debruçado o seu estudo na compreensão das forças em conflito nas cortes fernandina e castelhana, ou na relevância da educação do Mestre de Avis pelo Grão Mestre da Ordem de Cristo, ou na manifestação da ordem Mariz através das ordens de Cristo e de Avis, encarnadas nas figuras de Dom Nuno e Dom João, respetivamente... e insistem em dar o protagonismo exclusivo ao Condestável Dom Nuno, o guerreiro de cristo e a espada, desvaorizando a importância determinante de Dom João, o cérebro e o ceptro, o portador da visão, transmitida ao seu filho Dom Henrique.
Acho curioso que os historiadores ocultistas não deem importância alguma ao fundador da dinastia de Avis, aquela que conduziu a nação no seu desígnio templário e universalista, e que é lembrada gloriosamente nos simbólicos Mosteiros de Santa Maria da vitória, na Batalha, e dos Jerónimos, em Lisboa.
Foi com vitória de Aljubarrota que se tornou possível e se preparou o projeto templário de além-mar iniciado com a conquista de Ceuta pela espada de Dom João I, Mestre de Avis. É bom fazer aqui uma nota para chamar a atenção que o Condestável não era adepto da aventura africana e só seguiu na frota por lealdade ao rei.
Acho que é mais do que altura de fazer jus, ao Rei Dom João I, o da Boa Memória, aquele que conhecia os mistérios e os segredos da Ordem de Cristo e da de Avis, que liderou a defesa do reino, que convocou e mobilizou a nação para o projeto templário das descobertas, que o génio do Infante veio a materializar e a eternizar na sua escola de navegantes de Sagres.
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