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sábado, 5 de abril de 2014


Os Templários e a Terra do Graal - Tomar.
Escrito por um triunvirato: Eugénio Azevedo, natural de Tomar, Prof. António Sustelo e Prof. José Sequeira.
A Ordem dos Templários, cavaleiros do Templo, devotados à defesa dos lugares santos da Palestina, foi fundada em 1119 por Hugo de Payens e mais oito cavaleiros companheiros de Godofredo de Bulhões, totalizando o número de nove : entre os quais Godofredo de Saint – Omer e o português Arnaldo da Rocha.
Nove anos depois, em 1128, a Ordem dos Templários foi confirmada pelo Papa a pedido de S. Bernardo de Claraval, que lhe redigiu as regras que foram aprovadas no Concilio de Troyes no mesmo ano e lhe inculcou o seu espírito, tendo para tal escrito um livro em louvor dos Templários.
Esta foi a única Ordem fundada, não com o intuito de auxiliar peregrinos e doentes, mas sim para combater de imediato os infiéis. Nos seus documentos oficiais designam-se com « Fratres militiae Templi ou Pauperes commilitones Christi Templique Salomonis » O rei de Jerusalém Balduíno II oferece-lhes para a sua sede uma ala do seu palácio situado na Mesquita El-Aksa, construída no lugar onde se situara o antigo Templo de Salomão, de onde tiraram o nome.
A Ordem compreendia quatro classes : Os cavaleiros, os escudeiros, os irmãos leigos e os capelães e sacerdotes (chefes militares, sargentos, soldados, clérigos). Juravam consagrar a sua vida ao serviço de Deus, defender no temporal a fé cristã e os lugares santos e combater os seus inimigos, fazendo votos de pobreza, obediência e castidade.
O santo abade Bernardo de Claraval descreve-os como « monges – cavaleiros de Deus » vivendo numa sociedade frugal, sem mulheres, sem filhos, sem terem nada de próprio. Nunca estão ociosos, nem espalhados fora das suas casas ; quando não estão em campanha contra os infiéis, reparam as vestes, armas e os arreios dos cavalos, ou estão ocupados em exercícios piedosos. Detestam os jogos, não se permitem caçar e banham-se raras vezes; andam negligentemente vestidos com a cara queimada pelo sol.
Para o combate armam-se por dentro de fé e por fora de ferro, sem qualquer espécie de ornato e tendo as armas como único enfeite. Toda a sua confiança está no deus dos exércitos e, combatendo pela sua causa procuram uma vitória certa ou uma morte santa e honrosa.
OS TEMPLÁRIOS DA PALESTINA E CHIPRE VÃO PARA A PENÍNSULA IBÉRICA
Enquanto viveram na Palestina, houve sempre uma rivalidade entre os Templários e os Hospitalários, que não poucas vezes se traduziu em lutas armadas que muito enfraqueceram as posições cristãs na Terra Santa. Após a queda de S. João de Acra em 1291 ambas as Ordens transferiram-se para Chipre que Ricardo Coração de Leão tinha dado ao rei de Jerusalém. Essa rivalidade prolongou-se até à extinção da Ordem dos Templários pelo Papa Clemente V a instâncias do rei de França Filipe o belo. Mas enquanto os Cavaleiros do Hospital se conservavam no Mediterrâneo Oriental, os Templários, na linha da sua missão universal expandiram as suas implantações no Ocidente da Europa. Os seus templos constituíam verdadeiras fortalezas, inexpugnáveis, que subsistem ainda hoje em Portugal.
PORTUGAL PAÍS TEMPLÁRIO
Foi principalmente na Península Hispânica, e em particular em Portugal, nas campanhas de reconquista contra os mouros, que os Templários mantiveram a sua acção de luta pela propagação da fé cristã. Como em França e na Inglaterra não tinham as mesmas condições dedicaram-se sobretudo à actividade financeira, o que os tornou odiosamente vítimas da inveja dos grandes senhores feudais e mesmo de reis. Para tal, contornavam as disposições da igreja que proibiam os cristãos de exercer tal actividade.
Foram até banqueiros do Papa, de reis, de príncipes e de particulares. O seu grande poderio financeiro pô-los mais tarde em conflito com a maioria dos soberanos, ao pretenderem estes defender os seus interesses e dos seus vassalos, que com jactância cobiçavam as suas riquezas, denunciavam publicamente às mais altas instâncias eclesiásticas, a duvidosa origem lícita dos bens dos Templários. Por assim dizer, eram um estado dentro doutro estado, que originavam muitas vezes graves perturbações de prosperidade económica no entender dos ditos soberanos.
Os Templários na Península Ibérica tiveram uma actuação benemérita que foi reconhecida e recompensada pelos reis com benefícios importantes. Estavam isentos de impostos e da jurisdição episcopal como os censos eclesiásticos gerais. Ao contrário do que ocorria em França e na Inglaterra, na Península Ibérica os reis concediam-lhes privilégios e doações de territórios muitos dos quais situados nas fronteiras, de preferência em zona de combate e de vanguarda cristã contra os mouros.
O NOBRE CRUZADO BORGONHÊS HENRIQUE FUNDA A DINASTIA TEMPLÁRIA DO CONDADO ‘’PORTUGALENSIS ‘’
Sabe-se que os condes borgonheses D. Henrique e D. Raimundo chegaram à Península Ibérica nos finais do século XI a convite de Afonso VI de Leão e Castela, como fronteiros e em espírito de cruzada para o auxiliar na defesa e na reconquista contra os almorávidas.
O Conde D. Henrique, 4° filho de Henrique de Borgonha, bisneto de Roberto I de França, irmão dos duques Hugo e Eudes de Borgonha, e sobrinho-neto de S. Hugo, abade de Cluny, foi no seu tempo na Península um dos representantes mais activos do espírito europeu da época.
É natural que os reis de França quisessem que os duques de Borgonha concretizassem a sua vassalagem, e como em teoria eram sujeitos da coroa, fruíam de uma independência que não era vista com bons olhos pelos reis de França.
Revelada a expansão do Catarismo no Languedoc que se estendeu pela Borgonha, Provença, e por Aragão, os borgonheses viram-se envolvidos nas campanhas albigenses.
D. Henrique, como cruzado foi atraído por zonas de combate contra os infiéis e quis ligar à Terra Santa a sua posição de fronteiro do Ocidente.
Tendo acompanhado o seu primo Raimundo na Cruzada contra os sarracenos, visita na Península Ibérica a sua tia a rainha Constança de Leão, tendo sido convidado pelo rei leonês Afonso VI a ajudá-lo no combate aos infiéis no condado Portugalensis – Portus-Calixis – o mesmo que Porto Graal ou Portugal, nome proveniente do Cálice sagrado, um dos símbolos páleo–cristãos particularmente venerado pelos Cátaros e pelos Cavaleiros Templários.
Para compensar D. Henrique dos serviços prestados na sua luta contra os mouros, o rei Afonso VI, no ano de 1095 dá-lhe em casamento a sua filha D. Tareja, oferecendo como dote o ‘fronteiro’ condado Portugalensis, integrado nos estados do rei de Leão, no que restava da antiga Lusitânia. Este condado surge em meados do século IX abrangendo ao norte o Alto Minho, para o oriente a hoje província de Trás-os-Montes, Douro, e Coimbra. O distrito de Coimbra abrangia o Douro, Mondego, até ao Tejo ; no ano de 1097 D. Henrique dominava o território do Minho a Santarém.
Os sucessos militares ocorridos na primavera de 1095 moveram Afonso VI a acentuar mais a separação do condado portugalensis dos outros territórios peninsulares, sem a qual era mais difícil continuar a fazer a guerra na fronteira com os sarracenos.
Segundo o testemunho da Crónica Lusitana, muitos franceses tinham passado os Pirinéus para participar na batalha de Zalaca, e ainda depois desta.
Nada indica que o Conde D. Henrique tivesse abraçado a doutrina cátara, mas decerto como Bolonhês perfilharia as razões da luta do Languedoc contra as hordas capetianas, e condenaria as medidas repressivas tomadas pela Cúria Romana. Foi ‘cruzado’ e em Jerusalém contactara com os Templários a quem tinham sido revelados os princípios da religião ‘dualista’, com origem na antiga doutrina de Zoroastro.
A primeira referência a D. Henrique é de 1072, (Chartes de Cluny) e em 1082 num documento de Molesme é considerado ‘puer’. Na data do seu casamento em 1095 andaria pelos seus 30 anos de idade, pelo que se conclui que deveria ter nascido em 1065. Usava o manto de Cruzado pelo que se supõe ter estado na Terra Santa, e é entre estas duas datas que se distingue na fronteira sudoeste da Península Ibérica contra os almorávidas. Formou a sua corte de fidalgos, artistas e sábios predominantemente borgonhesca e provençal, que continuou durante a dinastia de seu filho o rei Afonso Henriques.
Ao casar a sua filha Tareja (Teresa) com Henrique, Afonso VI não se limitou a entregar-lhe governo do condado portugalensis, com a qual já frequentemente se confunde o distrito coimbrense e o de Santarém debaixo desse nome comum. As propriedades regalengas, isto é, do património do rei e da coroa, passaram a ser possuídas como bens próprios e hereditários da coroa. É a estes bens que parece que se refere a célebre passagem da crónica de Afonso VII falando de Tareja « dedit maritatam Enrico camiti, et dotavit eam magnifice dans portugralesem terra juce heriditaria ».
Note-se a coincidência de algumas datas significativas :
1115 – Fundação por D. Hugo, Conde de Troyes, do Mosteiro de Claraval, de que o Primeiro Abade foi S. Bernardo de Claraval.
1119 - Fundação da Ordem dos Templários ou Ordem da Cavalaria do Templo de Salomão por Hugo de Payens.
1124 – No dia do seu aniversario natalício, dia consagrado ao Espírito Santo, D. Afonso Henriques, tendo envergado ele próprio as suas vestes de guerreiro, como era atributo das pessoas reais, foi armado cavaleiro ao pé do altar da igreja de S. Salvador, em Zamora.
1126 – Primeira doação aos Templários em Portugal : Fonte Arcada.
1128 – Doação aos Templários, também por D. Teresa, do Castelo de Soure e das terras entre Leiria e Coimbra. Confirmação da Ordem dos Templários no Concilio de Troyes.
1128 – Vitória do Infante D. Afonso Henriques sobre a sua mãe na batalha de São Mamede.
1131 – Redacção definitiva, por S. Bernardo de Claraval, da Regra Templários.
1140 – Vitoria de D. Afonso Henriques sobre os mouros na batalha de Ourique.
1143 – Reconhecimento do título de Rex, usado por D. Afonso Henriques, com o apoio do Papa Eugénio III, que fora discípulo de Bernardo de Claraval. O Mosteiro de S. João de Tarouca passa à obediência de Claraval, seguido dos Mosteiros de Lafões, Salzedas, Sever, Fiães, S. Pedro das Águias.
1147 – Conquista, por D. Afonso Henriques, de Santarém e de Lisboa. Cedência aos Templários das possessões e dos rendimentos das igrejas de Santarém.
1153 – Fundação do Convento de Santa Maria de Alcobaça, que passa a ser a cabeça e o centro espiritual e intelectual dos Cisterciences em Portugal, sob a jurisdição de Claraval.
1157- Concessão aos Templários, por D. Afonso Henriques, de privilégios extraordinários: inviolabilidade de propriedades e de pessoas; isenção de tributo e de serviços; isenção de portagens; isenção de pagamento do dízimo dos terrenos que eles próprios cultivavam ou mandavam cultivar à sua custa ; os Templários não podiam ser capturados, nem se lhe podia exigir penalidades por crimes cometidos, sendo os pleitos decididos pele sentença de « homens bons ».
1158 – Tomada de Alcácer do Sal. Gualdim Pais é investido 6° Mestre dos Templários portugueses.
1159 – Doação aos Templários do vasto território de Cêras.
1160 - Construção, neste território, do Castelo de Tomar, com a sua igreja e Charola, projecção arquitectónica da Cruz Templária, a Cruz das oito beatitudes.
1185 – Morte de Gualdim Pais, o Mestre que mais consolidou os domínios Templários em Portugal, os quais possuíam nessa altura os Castelos de Tomar, Almourol, Zêzere, Pombal, Idanha-a- Velha, Cêras, Cardiga, Sousa e Monsanto, entre outros, além de muitas propriedades em Lisboa, Sintra, Santarém, Leiria, Évora e Beja.
Este sincronismo de datas indica perfeitamente a realidade histórica : durante a soberania do Conde D. Henrique o território está sujeito ao Mosteiro de Cluny ; depois de D. Afonso Henriques é com o apoio moral e religioso dos Cisterciences e com o auxílio decisivo dos Templários que se faz a conquista, a ocupação e a cristianização do território português.
A independência de Portugal é pois marcada e qualificada pela convergência da aliança borgonhesa – lusitana e do espírito cristão, segundo o ideal Cistercience e Templário, sob o magistério de S. Bernardo de Claraval.
É no triângulo Guimarães / Braga, Tomar e Alcobaça que assenta a nova nação europeia. O 1° rei de Portugal é um cavaleiro templário, o que explica a sua total identificação com a Ordem. Portugal será a ponta de lança afiada contra o Islão ao mesmo tempo que o espaço exemplar de um pais missionado.
Um reino cristão concebido e espiritualmente organizado, desde a origem, segundo os princípios do cristianismo trinitarista, ético, cruzado e apostólico de idealidade cavalheiresca, mariana e bernardina.
Nesse sentido, a grande nave despojada de Alcobaça e a charola octogonal do Convento de Cristo em Tomar simbolizam visivelmente a dupla consagração das palavras de Cristo a D. Afonso Henriques antes da batalha de Ourique, que constituem uma revelação premonitória de toda a vocação da história de Portugal.
O ímpeto cruzado e templário de D. Afonso Henriques, não só conduziria à conquista total do território português, como levaria a Cruz de Cristo aos confins da África, à Índia, ao Extremo Oriente e às Américas:
«Porque eu sou o fundador e o distribuidor dos impérios do mundo, e em ti , e a tua geração, quero fundar para mim um reino, para cuja indústria será meu nome notificado a gentes estranhas.» Frei Bernardo de Brito, na Crónica de Cister
O SANJOANISMO, O TEMPLARISMO, E O GRAALISMO – CONCESSÕES E POSSESSÕES
Nesse tempo verificava-se um elo espiritual entre o Sanjoanismo (doutrina do Evangelho de S. João), o Templarismo e o Graalismo; ou seja, a devoção ao Espírito Santo (Divino Parácleto) e a S. Bernardo de Claraval. A própria arquitectura do Convento de Tomar reflecte-nos essa mesma confluência do Templo de Salomão, do Mosteiro de Caraval, e da Demanda do Santo Graal.
Roma sempre suspeitou de desvios da ortodoxia por parte dos nobres cavaleiros portugalensis que considerava « Terra dos Templários » (Tempreiros) apesar desta ter sido extinta no resto da Europa, e ter-se prolongado no seio da Ordem de Cristo.
Assim, a Cúria Romana criou durante séculos dificuldades e decisões injustas na arbitragem de pleitos ao reino de Portugal. E durante séculos até ao último rei português, desde o filho bastardo do rei Afonso Henriques que foi Grão-Mestre não da ‘’Ordem do Templo ‘’ mas da ‘’religião de São João’’ conforme se indica na lápide do seu túmulo na Igreja de São João do Alporão em Santarém, imbuída na devoção ao Espírito Santo, passando pelos rei D. Dinis e Isabel que foram os repropulsores do culto do Espírito Santo.
O Conde D. Henrique nunca deixou de fazer viagens à Síria e à Terra Santa em Cruzadas. E como Cruzado morreu em 1112, na terra que tinha libertado dos infiéis. Seu filho, D. Afonso Henriques escolheria a Cruz de Cristo das Cruzadas de seu pai e templária como símbolos do escudo de armas que imortalizou na bandeira portuguesa.
Após a morte de D. Henrique a sua viúva D. Tareja concede à Ordem do Templo por foral de 1128 os castelos de Soure e Alpreade, e também a terra deserta e despovoada, entre Coimbra e Leiria.
Afonso Henriques 1° rei de Portugal na sua Cruzada Ibérica para expulsar os mouros da Península e alargar o seu território, fê-lo muita vez com os cavaleiros da Ordem do Templo e o seu Mestre Gualdim Pais.
Em 1153 o rei D. Afonso funda o Mosteiro de Alcobaça para a Ordem de Cister, que ele chamara a Portugal com o apoio do próprio São Bernardo de Claraval, estando presente um dos seus militantes Pedro Henrique, filho do Conde D. Henrique e meio irmão de D. Afonso.
Em 1159 em recompensa pelos seus feitos de armas é-lhes dado pelo rei o castelo de Cêra ; em 1160 os Templários conquistam para o reino a cidade de Tomar, entregando-lhes as terras do rio Nabão que os mouros chamaram Tomah, onde Mestre Gualdim Pais viria a construir 10 anos mais tarde num morro sobranceiro ao rio Nabão, o castelo para a sede da Ordem, e mais um terço de todo o território que pudessem conquistar a sul do Tejo ; mais as possessões e os castelos de Castro-Marim, Almourol e Pombal.
Na França, os Templários assentaram em Paris, e como as finanças do Estado francês se tivessem esgotado, o rei para resolver o seu problema económico, sobrecarregava o povo de impostos. Dessa maneira começaram a odiar o monarca e a manifestar admiração pela Ordem dos Templários cujo poder de compra enriquecia mercadores e artífices cristãos e judeus, e em cujas terras férteis empregavam braços de muitas famílias rurais.
O TEMPLO DE CRISTO E O GRAAL
Se na sua primeira fase a acção templária em Portugal foi principalmente de combate, no apoio a D. Afonso Henriques e na luta contra os mouros, terá sido a partir de 1160, com a construção do Castelo e da Igreja de Tomar, que iniciou a sua fase por assim dizer espiritual.
Gualdim Pais era um velho companheiro de D. Afonso Henriques, que aos 21 anos tomara parte na batalha de Ourique, onde foi armado cavaleiro. Pouco depois, partiu como cruzado para a Palestina, onde permaneceu cinco anos e onde se distinguiu em várias batalhas. Foi na Palestina que ingressou na Ordem do Templo, sendo de crer que os seus feitos e a sua personalidade o tenham elevado até à mais alta hierarquia. Aí foi certamente iniciado na doutrina joanina da Ordem, tendo aí compreendido que a acção dos monges cavaleiros de Deus visava muito mais do que a defesa física dos lugares santos.
Ao regressar a Portugal, está compenetrado da missão que lhe cabe, se é que dela não foi conscientemente incumbido. Em 1158 foi investido no cargo de 6° Mestre da Ordem Templária portuguesa.
Pouco depois, a 1 de Março de 1160, D. Gualdim Pais lança os fundamentos do Castelo de Tomar, que será a Sede dos Templários.
O templo que foi construído não tem, na sua forma, tradição conhecida em Portugal. É um templo octogonal, tendo no interior uma capela igualmente octogonal, quase circular pela disposição dos pilares, no centro da qual está o altar.
Havia primitivamente uma única porta, que dava directamente para o Convento, sendo a única serventia dos cavaleiros.
Tal como outras igrejas templárias, teve por modelo a igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém.
As colunas que sustentam a cobertura, marcando o espaço da capela interior são encimados por capiteis de inspiração orientalista ou fitomórfica, tendo um deles, hoje voltado para a nave aberta por D. Manuel I, a cruz templária gravada e realçada a vermelho.
Nas cerimónias litúrgicas ou quando em oração, os templários dispunham-se em circulo, segundo o arquétipo dos cavaleiros da Távola Redonda, buscadores do Graal.
A charola de Tomar forma como que um circulo, sendo o central, o do altar, da mesa ou da távola, em redor do qual se alinhavam os cavaleiros; é uma távola redonda.
Tendo em conta a relativa exiguidade da igreja, constituída por dois octógonos concêntricos, tendendo à circulatura, facilmente se reconhece estarmos em presença de um templo que não foi concebido para multidões, mas para um pequeno número de cavaleiros-monges admitidos na Ordem, ou seja, um templo iniciático. Esta disposição reforçava as ideias de eleição, de escolha e de missão essenciais à vivência destes cavaleiros que, como os do rei Artur «deixam os seus país, parentes, esposas e filhos para seguir a Ordem».
Como se sabe, nos romances da Demanda do Santo Graal, os templários são os guardiães do Graal, que usavam uma cruz vermelha sobre uma túnica branca ou uma veste branca com uma cruz vermelha ao peito.
O Graal é o cálice com o sangue de Cristo que foi trazido para a Europa por José de Arimatéia.
Cavaleiros do Graal que, segundo as narrativas da época ( ciclo de Robert de Boron e Wolfram von Eschenbach ) procuravam lugares e domicílios desconhecidos para guardar o Santo Graal, navegando em barcos de velas brancas com uma cruz vermelha que prenunciam as futuras caravelas portuguesas, com a Cruz de Cristo.
A EXCOMUNHÃO DE FILIPE IV O BELO PELO PAPA BONIFACIO VIII, E O APOIO DOS TEMPLÁRIOS Á AUTORIDADE PAPAL ESTÁ NA ORIGEM DA SUA DISSOLUCÃO.
Neste período, o rei de França Filipe IV ‘o belo’ entrou em conflito com o Papa Bonifácio VIII que decidiu excomungá-lo, tendo o rei francês reagido com a convocação dos ‘’Estados Gerais’’ na qual se decretou em 1302 que a Coroa francesa não reconhecia a autoridade do Papa. Sucedeu-lhe Bento XI, logo falecido em 1304, sendo o trono papal ocupado por Clemente V.
Os Templários tinham apoiado o Papa Bonifácio e esta atitude exacerbou de tal modo Filipe IV que vendo simultaneamente extinguir-se o prazo para a solvência da sua enorme dívida que tinha para com os templários, e desejoso de se apoderar das suas imensas riquezas, aproveitou todas as lendas que se tinham acumulado contra eles, acentuou mais a campanha extremamente violenta que nos fins do século XIII tinha desencadeado contra a Ordem do Templo, decidiu aniquilar a Ordem que reunindo com o Bispo de Bolonha e concertando uma cláusula secreta que seria imposta a Clemente V que o rei tinha conseguido pôr no trono Papal.
Foram acusados de numerosos crimes ; lesa-majestade, usura, heresia, costumes depravados etc.
É provável que a sua longa estância no Próximo Oriente tivesse tido alguma influência na pureza da sua fé, mas a acusações divulgadas e instigadas por Filipe ‘o belo’ fizeram que o Papa, de conivência com o rei, decidisse extinguir a Ordem no Concílio de Viena do Delfinado (1311).
Mas a principal razão da perseguição de que foram objecto reside no poder que os Templários tinham. Poder politico e financeiro.
Ao nível político os Templários tinham um plano de governo mundial, através de uma federação de Estados autónomos, sob a direcção de dois chefes supremos, um espiritual, o Papa, o outro político, o Imperador. Tendo ao seu serviço a Milícia do Templo.
Este plano far-se-ia sobre a reconciliação e a cooperação das três religiões monoteístas herdeiras da tradição bíblica : cristãos, muçulmanos e judeus.
Esta concepção ecuménica revela-se, por exemplo, nas enigmáticas relações dos Templários com os ismaelitas da Palestina, em especial com a organização secreta dos Assaci, chefiados pelo Sheik el Djebel, o Velho da Montanha e sobretudo pela existência de Sinagogas judaicas em áreas de influência templária, sendo aí o seu culto protegido, como é o caso da Sinagoga de Tomar, uma das poucas conservadas e intactas em Portugal.
Estes factos constaram das acusações de Filipe o Belo e de Clemente V, muito embora o seu significado houvesse sido para tal intencionalmente deturpado.
A ATITUDE DOS REIS PENINSULARES, SOBRETUDO A DO REI DE PORTUGAL NA PROTECCÃO DOS MEMBROS DA “ORDEM”
Avisados os reis da Península para irem a esse concílio, alguns deles se fizeram representar, menos o rei de Portugal, que fez saber que nunca tivera motivos de queixa dos Templários, e graças a eles combatera os infiéis alargando e prosperando o País.
Para evitar que fossem perseguidos, e ao mesmo tempo como o Papa pretendia dispor dos bens da Ordem por esta lhe estar directamente subordinada, os reis de Portugal, Castela e Aragão, para obstar à sua alienação, alegaram que esses bens tenham sido outorgados com o intuito de favorecer a sua acção missionária. Por esse motivo desaparecendo a Ordem, desaparecia a causa da doação devendo os bens regressar à Coroa.
Seja como for, parece demonstrado que o Papa acreditou, nomeando comissões de inquérito, cujas conclusões não foram definitivas, mas que levaram à extinção da Ordem. Daí conclui-se a atroz cumplicidade do Papa com Filipe IV, que doravante tinha condições de foro jurídico-eclesiástico para prender, julgar e condenar à fogueira o Grão-Mestre Jacques Molay e todos os cavaleiros que se encontravam em França.
Filipe ‘o belo’ pouco tempo viveu após a sentença condenatória dos Templários e teve uma morte atroz, transportando através de gerações a maldição que o Grão-Mestre lhe lançou quando morria na fogueira.
O rei francês não conseguiu eliminar a Ordem do Templo porque com a vinda dos templários franceses para o seu PortoGraal a Ordem tornou-se mais forte, desenvolveu-se, expandiu-se pelos 4 cantos do mundo deixando a sua presença na arquitectura, nas ciências, nas artes, e com os seus códigos foi missionáriamente implantada em todos os continentes do mundo.
OPERACÃO DE FACHADA NA ORDEM DO TEMPLO REALIZADA PELO REI D. DINIS
IGREJAS CIRCULARES E OCTOGONAIS QUE OS TEMPLÁRIOS PORTUGUESES “CAVALEIROS DA ORDEM DE CRISTO” IMPLANTARAM NO MUNDO
Com a metamorfose dos Cavaleiros do Templo em Cavaleiros da Ordem de Cristo o estandarte albi-negro dos Templários, que o acusador francês Guillaume de Nogaret malignamente denunciara como símbolo dualista do Reino da Luz e do reino das Trevas, Deus e Bafomé, é substituída pela cruz vermelha sempre de identificação templária com a qual os portugueses levariam a mensagem na descoberta do mundo.
Como é notório e histórico, o rei português D. Dinis cuja casa real e base da nobreza, assim como grande parte da população eram formados por Templários, cátaros, e judeus, (os qual os havia até na Ordem) que desde a fundação da nacionalidade vieram com o conde D. Henrique, popularam e constituíram a maior parte da região, mudou-lhes o nome para ‘’Cavaleiros da Ordem de Cristo’’ evitando assim a perseguição às componentes templárias-cátaras – judias da Ordem. A ‘’Ordem’’ continuou através dos séculos levando a Cruz de Cristo de um outro Henrique Infante, Grão-Mestre da Ordem (Templária) de Cristo por entre terras e mares desconhecidos, evangelizando, gentes na infância da civilização, guerreando o Islão, e levando messiânicamente o Espírito Santo mensageiro a toda a parte, desenvolvendo e colocando Portog(ra)al no cume das nações, casta de valores fundidos no universo.
No acesso à Ordem entravam os que tivessem ganho ‘’Gentileza’’ condição primordial para ser Cavaleiro. Nas ‘Ordenações Afonsinas’ mandadas reunir por D. Afonso V, definia-se a entrada para a Ordem de Cavalaria, o 1° grau da nobreza dizendo ‘’ esta Gentileza vem de três maneiras : a primeira por linhagem, (origem familiar) ; a segunda por Saber ; a terceira por bondade ; bons costumes e habilidade.
O saber e a habilidade levaram também muitos judeus conversos à Gentileza e à Cavalaria do mar (cavaleiros – navegadores).
Na primeira igreja do Castelo de Tomar encontra-se a rotunda poligonal, o mais belo espécime de arte síria de todo o Ocidente. Em Newport (USA) depara-se uma torre com 8 arcos (templária) de construção do século XV, levada e construída pelos portugueses, nomeadamente o navegador Miguel Côrte-real, Cavaleiro da Ordem de Cristo (versus do Templo) com a mensagem arquitectural cristo-templária análoga à Charola do Convento de Tomar ou Altar-mor. A parte extrema é redonda, e a parte interna é octogonal com 8 arcos e foi construída à semelhança do Santo Sepulcro em Jerusalém.
Os Templários portugueses inspirados nas igrejas circulares e octogonais que viram no Próximo Oriente durante as cruzadas, nomeadamente o Santo Sepulcro, lugar onde Cristo morreu, construíram 7 castelos no mesmo estilo : Almourol, Idanha, Monsanto, Pombal, Zêzere, Cêra, Castro-Marim, e Tomar.
O castelo de Tomar é o protótipo das rotundas octogonais portuguesas com 8 arcos. Tem uma parte exterior circular que termina em torre de vigia. Durante o período dos descobrimentos os portugueses usaram o mesmo método para construir mais de 150 castelos e igrejas na África, na Ásia e no Brasil. Nenhum país da Europa construiu em tantas terras distantes mais igrejas e castelos com torres circulares e octogonais do que Portugal. De facto a bandeira portuguesa é a única no mundo que tem castelos. E os arcos templários destes castelos assemelham-se ao de Newport nos EUA.
Como os Templários contavam a Ordem em 4 graus. Como os Templários juravam manter segredo absoluto de tudo quanto viam e ouviam. Como os Templários eram igualmente ajuramentados. Com D. João II intensificar-se-ia a divisa templária ‘’Sigillum Militum Christi’’ «Política de Sigilo».
Sábios, navegadores, e descobridores, e muitos outros foram irmãos da Ordem de Cristo. Mas não só a cavaleiros e marinheiros era permitido pertencer à Ordem. Também se achavam ligados a ela matemáticos, cartógrafos e médicos, e entre eles havia-os de ascendência judaica.
Pela história, pela arqueologia, pela epigrafia, e genética, ciências exactas, prova-se que tesouros, do que restou, e particularmente o Santo Graal, que velado ‘através do Tempo’ encontra-se sigilosamente guardado na terra Portusgalensis, nome proveniente do Cálice Sagrado que o acolheu : Portus Calixis – o mesmo que Porto Graal.
Graal que, segundo a memória colectiva das gentes portuguesas, terá sido guardado algures ‘’ no Altar-mor ‘’ do Convento de Cristo de Tomar.

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