Meditação por Portugal

Ao Encontro da Alma Luzitana

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quinta-feira, 3 de abril de 2014


AS ORIGENS SAGRADAS DOS LUSITANOS
Continuam assaz obscuras as origens remotas dos Lusitanos. Por isso, em vez de aventar uma opinião pessoal sobre o assunto, faremos a breve trecho um resumo das teorias mais conhecidas, incluindo as fontes legadas pelos autores antigos.
Os Lusitanos inserem-se num mosaico de povos que habitaram a Península Ibérica desde os tempos pré-históricos. Desses povos podemos citar os Iberos, os Lígures, os Libi-Fenícios, os Celtas, assim como outros que, em vagas sucessivas, se instalaram no extremo oeste da Europa.
Sabendo-se que por volta de 2.000 a.C. “se encontra em expansão a civilização megalítica dos sepulcros de corredor da Andaluzia e do sul de Portugal” e que os megálitos mais antigos se situam nesta última zona e na Dinamarca, Mendes Corrêa e, recentemente, António Quadros falam mesmo de uma cultura megalítica portuguesa de características marcadamente originais “que a destacavam, com uma fisionomia distinta e grande poder expansivo, na Península e no mundo occidental.” António Quadros chega mesmo a pôr a hipótese, quanto a nós infundada, da localização da mítica Atlântida em solo megalítico português, a partir do qual teria irradiado por toda a Europa o seu poderoso foco civilizacional. Mais comedido, Mendes Corrêa fala de um “império megalítico atlântico, com o seu foco de irradiação no noroeste peninsular, e que abrangeria a Bretanha, a Irlanda e outras regiões” . Vários factores, segundo o mesmo autor, justificariam “a crença na realidade desse império pré-histórico, cujo foco de irradiação e expansão teria sido na região galaico-portuguesa”. Outros autores, como J. Alvarado, não afastam a possibilidade de a civilização dos megálitos ser uma das primeiras expressões culturais do lendário império de Tartessos, situado no sul da Península. “Isso dá lugar a todo o tipo de especulações” – escreve o referido autor. “De facto, desde Schulten até Pérez Prendes, Tartessos foi identificada com a própria Atlântida de Platão, aquela Poseidonis que sucumbiu, segundo o filósofo grego, há 11.500 anos. Seria porventura Tartessos o berço cultural da Europa, resto ou colónia de um continente submerso próximo dos Açores como o próprio Platão sugeria?” E conclui: “Por agora nada se sabe ao certo.”
Oliveira Martins, indo mais longe, chega a colocar a hipótese de uma origem comum aos Iberos e Ameríndios, fundamentada não só por algumas analogias que existem em ambos os idiomas como pela provável ligação continental entre a Europa e a América através da Atlântida, o que faria dos Iberos uma raça terciária.
Sabe-se hoje que por volta do ano 1.000 a.C. – início da idade do ferro em Espanha – aquando das invasões célticas e dos primeiros estabelecimentos fenícios, a Península estava habitada por dois povos, respectivamente os Iberos, que se estendiam por toda a Meseta, e os Tartéssicos ao sul, na Bética e Andaluzia, que eram as regiões mais ricas da Espanha. Quanto a esta civilização, o geógrafo grego Estrabão atribuiu-lhe 6.000 anos de antiguidade e comparou a sua fabulosa riqueza e o refinamento das suas gentes aos do Oriente. Efectivamente, os Romanos, e antes deles os Cartagineses, quando entraram na parte meridional da Península, depararam com um povo notavelmente culto e distinto, em contraste com os que viviam mais a leste e ao norte: tratava-se dos Tartéssicos ou, mais concretamente, dos Turdetanos, seus supostos sucessores, já que a civilização de Tartessos teria desaparecido pelo século V a.C.
Estes Turdetanos seriam, na realidade, uma confraria de iniciados, detentores de um vasto saber ancestral, que praticavam profecias e augúrios.
In Eduardo Amarante, “Universo Mágico e Simbólico de Portugal”

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