Meditação por Portugal

Ao Encontro da Alma Luzitana

Vamos postar aqui todos os contributos que vão sendo postados no facebock no grupo da meditação.

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BEM VINDOS

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domingo, 25 de janeiro de 2015


Oshengrah o nome cósmico dado a um Centro Intraterreno, situado em Portugal, tal como LYZ/FÁTIMA. É um dos mais antigos Centros Intraterrenos. A sua função é a de equilibrar e purificar toda a poluição física e psíquica que grassa neste Planeta, bem como estabelecer a Paz e a Ordem. Os seus habitantes, os Ra-nu-pta, orientados pelo Mestre Sa-Ka-Ta-Nu, são Guardiões da Consciência da MÂE UNIVERSAL. Actualmente, tal como ocorreu com Shamballa, passou para níveis de consciência mais profundos, sendo as suas manifestações exteriores cada vez mais raras. O Amor Incondicional é o seu lema de trabalho.
De ELLYS

OSHENGRAH

-OSHENGRAH é um Centro Intraterreno que foi creado há 12.000 anos atrás, como departamento secundário de LYS, sendo uma área da sua influência específica por um certo período de tempo.
Ainda na década de 90, em 1997, do tempo exterior da Terra, foi creado um subdepartamento de OSHENGRAH para Norte do território de Portugal, radicando-se por baixo de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes.
OSHENGRAH tem um raio de 324 km desde o Centro da Bravura no Algarve.
Em THORIEL (Norte de Portugal) OSHENGRAH-2 tem um raio de 500 km de acção.

Constituem subcentros intraterreno de LYS, sendo que aí são preparados momentos cósmicos evolutivos e expansões de Consciência de acordo como o que o Logos Planetário pretende dar impulso aos egos em evolução no planeta, de acordo com os Programadores do Pensamento dos Ciclos Evolutivos dos Povos e Raças.
OSHENGRAH ligado a LYS, sendo parte de LYS, está conectado a LUXOR no Egipto e daqui é controlado pelos RAH-NU-PTAH ou Alquimistas da harmonização Celestial e do Despertar da Consciência Crística.
Dirige o impulso nos Espelhos para a acção de integração da Consciência Cósmica Crística na Terra, em conjunto com LYS.
OSHENGRAH é um Centro recente em comparação com LYS, visto que este está constituído desde que se criou SHAMBHALLA, embora tenha sido activado há 12.500 anos o seu funcionamento.
ERKS é mais recente que LYS, pois foi creado há 25.000 anos, embora a sua ativação ao exterior tenha sido feita mais recente que a data da sua creação.
ERKS contém a essência da Comunicação dos Princípios Crísticos Femininos, da MÃE, sendo porém que LYS se haveria de manifestar primeiro, pois este é o “berço” da onde se externa a Consciência da MÃE.
OSHENGRAH-2 tem um raio de acção superior a OSHENGRAH-1.

Os dois unidos, com SHARGRAN, OSHENGRAH Marinho,  são a ampliação de subcentros e “submundos” internos que ampliam LYS até ao Continente Americano do Sul e do Norte, através de Atlantis e IBERAH, que se potencia em IBEZ Europeia e a sua repercussão em IBEZ-no-Roncador e conexão a IBERAH.
Todos os Centros Intraterrenos e Oceânicos foram criados pelos Creadores Cósmicos ao virem à Terra na 1ª Vaga Salvadora com SANAT KUMARA, há 16.500.000 anos atrás.
Depois, ao longo das Eras e de acordo com a necessidade forma criadas duplicações e extensões de Centros.
OSHENGRAH-1, composto desde a zona da Bravura, no Odeáxere, no Algarve, afundou as suas estruturas e dividiu-se extrapolando equipagens e material para o Norte em THORIEL, próximo à Torre de Moncorvo, criando-se OSHENGRAH-2.
Isto deu-se, prevendo as futuras mudanças geológicas físicas planetárias e de acordo com o interesse da nova implantação energética.
SHARGRAN é parte de OSHENGRAH-1 e foi o impulsionador da expansão de PORTUGAL e ESPANHA no mundo, pela via marítima.
Sagres é aonde o Infante D. Henrique  costumara  deambular para contactar com as “luzes” que levariam Portugal à descoberta de Novos Mundos.
A Escola Náutica de Sagres não existiu. Era constituída por experimentados navegantes pescadores, herdeiros dos “Segredos da Arte de Marear” e que desde Lagos o Infante instituiu trocas de saberes
e experiencias.
Portugal com LYS e as suas áreas subjacentes de OSHENGRAH (1,2 e 3 – SHARGRAN) tem conexões com o Brasil com IBEZ –no-Roncador, com BALDEZHIR, MANOA e outros pontos, que fazem parte de MIRNA-JAD também, sendo que é o Centro de ATURAPA, que envolve todos os que assinalamos no mapa.

Esta é a união de AGARTHA a EL DORADO.
IBEZ Europeia é um centro que existe há 15.000 anos e foi programado pelos HIEROFANTES ATLANTES quando a Ibéria ainda era uma Ilha Atlante.
Reinou aqui uma Rainha cujo nome era IBEZ. Ela foi uma imantação da Mãe Universal.
Uma extensão de IBEZ Europeia é IBEZ-no-Roncador, via LYS.
Em acção actualmente está, na Europa, LYS, pois IBEZ se fundiu com LYS. IBEZ tem eco em IBEZ-no-Roncador ou LETHA como é Conhecida a Cidade Intraterrena que aí está.

LYS une-se a LUX(OR), a Cidade de Ouro, ou do Esplendor.
Em LUXOR no Egipto, a extensão de SIN (Mãe Lunara) e AY, Acção Alfa unida à Taça, o Conteúdo das Águas do Baptismo, que renova, principio Solar – SINAI  - manifesta-se no aspecto Lunisolar de LIX Cálice na Serra da Lua, onde tutela AB-SIN em solo Português, nos domínios de LYS.
----------------------------------------------------------------------------------------26.06.2011
A acção unida de Lys-Fath-I-Ma com OSHENGRAH, activou o Centro de Encontro próximo de Lys, em URKS, unindo-se à energia de ERKS, a través da acção da Hierarquia Guatuma.
URKS é a União para o Resgate pelo Kristo Silghar (Sideral). Este é o aspecto Omega de Cristo, o Cristo da Justiça ou “K”, a Grande Hierarquia do Cristo Cósmico.
O Centro de OSHENGRAH Lagoa passa a ser UMR, União das Monadas Remanescentes.
Toda a zona dos Açores designa-se por UMA União das Monadas Antigas, onde está Atlantis e todas a bases Atlaktis
As Consciências actuantes nestes Centros e toda a acção conjugada do Espaço Exterior é designada como UMU- União de Monadas Universais.






O GÉNIO E A MISSÃO DE D. AFONSO HENRIQUES, PAI DA NACIONALIDADE
“D. Afonso Henriques, que para ser Rei passou por um conjunto de situações muito complexas, sendo ao mesmo tempo diplomata, estratega, político e grande guerreiro, foi transformado quase num mito.
Da mesma forma que a fundação de Roma se baseou num mito – as doze águias que apareceram no acto da fundação foram interpretadas pelos áugures como o sinal de que o Império Romano iria durar doze séculos – t...ambém D. Afonso Henriques teve diferentes sinais, sendo o mais significativo o de Ourique, em que numa visão Cristo lhe apareceu com as cinco chagas. Estas, sob a forma de cinco quinas deram origem ao escudo de Portugal e estão directamente relacionadas com o quincôncio e o quinto elemento, ou elemento espiritual e, para alguns, com o V Império. Já havia um mito de fundação e, a partir desse momento, a missão podia começar a tomar forma.” – Eduardo Amarante
in "Templários", Vol. 4, Eduardo Amarante
Ler mais: http://www.apeiron-edicoes.com/autor-eduardo-amarante/
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A ATLÂNTIDA E A LUSITÂNIA
A Lusitânia proto-histórica era uma área geográfica onde habitava um mosaico de povos distintos em que o mar era o elemento dinâmico que os unia.
Para o general João de Almeida, a origem primitiva da raça portuguesa descendia dos sobreviventes da raça atlante, cuja última parte do continente (a Atlântida) foi engolida pelas águas do Atlântico aquando do último grande dilúvio da humanidade ocorrido há cerca de 11.500 anos. Segundo tradições antigas..., os atlantes ou os seus descendentes, após este grande cataclismo, teriam deixado em todo o Ocidente, não muito longe da costa, sinais escritos e construções megalíticas que coincidiam com linhas, caminhos ou vias, legando dessa forma uma indicação e, sobretudo, um ensinamento que, mais tarde, veio a ser descoberto e interpretado pelos druidas que, instruídos nessa via, puderam assim utilizá-lo. Esse conhecimento terá sido legado, posteriormente, à Ordem de Cister e, através dela, aos Cavaleiros da Milícia de Cristo, isto é, aos Templários.
Fazendo fé nesta antiga tradição, a “raça portuguesa” teria um fundo atlante que seria anterior a todas as posteriores invasões e migrações territoriais. A este propósito, escreve o mesmo autor:
“O sentimento da existência da Atlântida nunca se perdeu, ele esteve sempre na memória dos lusitanos e perdura ainda na alma dos portugueses.”
Tratar-se-ia do inconsciente colectivo que actua na alma, no modus operandi do povo português. Essa reminiscência do continente perdido no fundo do Atlântico (que deu origem ao mito do Dilúvio e da Arca de Noé explicaria o carácter marítimo e expansionista dos portugueses, da alma lusa. E isto porque o seu inconsciente colectivo impele-os para a busca da aventura rumo ao desconhecido, como que à procura de algo que está para além da memória, alimentados pela eterna saudade do que foi e do que será. Por mais paradoxal que seja, o português não encontra estímulos no tempo presente; é no passado (na nostalgia das origens, na saudade) e no futuro que ele se move, buscando nessa fonte a barca do seu destino e a força do seu génio.
À primeira diáspora de que há memória, segundo as antigas tradições – simbolizada pela expulsão do Homem do Paraíso – sucedeu a da Torre de Babel, assinalada pelo símbolo da separação linguística e cultural dos povos do planeta. A sucessiva migração de povos para o noroeste da Península Ibérica, ainda no período megalítico, fazem-nos admitir a existência de um homem diaspórico anterior aos lusitanos propriamente ditos. Essa confluência de povos na Lusitânia resultou na fixação de um projecto, cuja objectivação se traduziu na sua expansão marítima em busca de um paraíso outrora perdido, que foi a Atlântida. Não esqueçamos que este continente situava-se defronte da Península Ibérica e desconhece-se se, porventura, teria com ela algum ponto de contacto terrestre.
in Eduardo Amarante, “Templários”, vol 2
Ler mais: http://www.apeiron-edicoes.com/…/templarios-de-milicia-cri…/
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Isto é o poder dos Luzitanos!!!
TRIDENTE E ORION
Nada de mitologia. A realidade. E uma história simples.
...
Há três meses, o submarino português «Tridente» participou num exercício NATO chamado «Noble Justification», no Atlântico e Mediterrâneo, incluindo na costa espanhola. Estavam presentes dois grupos de combate da Aliança (SNM62 e SNMCM62) e quatro outros submersíveis, um deles nuclear (fotos).
O «Tridente» envolveu-se em vários combates simulados com todos eles, e, segundo os inspectores da NATO, ganhou sempre, só chegando aos seus calcanhares o moderníssimo U33 alemão (Tipo 212): raramente foi detectado, nunca foi interceptado nem atacado com êxito.
O único meio NATO que fez um brilharete contra o «Tridente» foi...um P3 CUP «Orion» (foto) da Força Aérea Portuguesa. E morderam-se de inveja alemães, gregos, britânicos, americanos, itlianos e espanhóis, entre outros.
Achei que devia trazer isto ao conhecimento dos meus caros amigos.
Com instrumentos adequados, ciência certa, rigor, treino, imaginação e disciplina, fazemos melhor do que os melhores.
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O QUE É PORTUGAL? O QUE SÃO OS PORTUGUESES?
"Ainda não percebi por que os portugueses se têm em tão má conta... Chamam-se uns aos outros preguiçosos, estúpidos e sei lá mais quantos nomes menos agradáveis para se classificarem... Somos um bocado comodistas, é certo, mas daí a sermos estúpidos ou outra coisa qualquer, não!
O que é Portugal? é o país mais antigo da Europa, com uma história que vale a pena ser contada, que sempre procurou ultrapassar os obstáculos que a própri...a história lhe punha pela frente...
O que são os Portugueses? Um povo que resultou da mistura de muitos povos e que por isso mesmo tem a apetência do outro, do desconhecido, daquilo que está para além do que se vê... da aventura, também! é um povo individualista, mas solidário, que gosta do seu cantinho mas não hesita em deixar tudo para procurar novas formas de vida, que gosta da paz, mas em momentos de ataque à sua integridade é capaz de reagir com firmeza, com coragem.
Que povo é este que caminha, hoje, vergado ao peso de uma vergonha que não é a sua, vi vendo uma culpa de que não é culpado?
Este povo não é estúpido nem cobarde! Os heróis fazem-se em momentos de medo e de limite, mas há aqueles heróis do quotidiano que lutam sempre contra as dificuldades, não heróis de momento ou ocasião, mas de uma heroicidade profunda que os faz teimar, persistir, continuar e até rir das suas desgraças.
Dizia o meu saudoso professor António José Saraiva que o povo português é genial! Eu acredito nisto. Acredito que na alma portuguesa existe a semente do génio que faz o seu povo ser extremamente criativo, que o leva a encontrar sempre solução para os seus problemas e que um dia o levará a sair do seu abatimento, a tomar o seu destino nas mãos e a fazer que Portugal cumpra a missão para que foi criado." - Filomena Bastos
http://www.apeiron-edicoes.com/livraria/
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A FORMAÇÃO DA NAÇÃO PORTUGUESA
É inegável que, independentemente do indiscutível génio político e militar de D. Afonso Henriques que soube granjear para a sua causa os favores das Ordens monástico-militares, como a Ordem do Templo, havia um sentimento colectivo já existente numa população que, desde tempos longínquos, estava enraizada e se identificava com o solo pátrio. Desse modo, a formação da nação portuguesa teve a sua raiz na vontade colectiva, animada por uma energia ...de continuidade milenar. Energia essa que provém das forças telúricas e da vontade divina.
Nestes termos, a história de Portugal não se inicia com a dinastia de Borgonha, mas, antes, nas suas raízes profundas e longínquas. Quando surgiu D. Afonso Henriques, a gestação de Portugal vinha já de muito longe e despontou no sangue dos descendentes heróicos dos lusitanos ciosos da sua identidade e independência.
O Estado autónomo que sucedeu à Reconquista cristã estava em germe desde a antiga Lusitânia. Portugal nasceu tanto pela vontade de D. Afonso Henriques e dos barões portucalenses, como pela visão política de S. Bernardo e pela acção militar dos cavaleiros templários, sem esquecer as “obscuras cristandades moçárabes em que o génio da raça se perpetuou iluminadamente”, com uma missão civilizadora e universalista.
in “Templários”, vol. 3, Eduardo Amarante
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"No labirinto de informações e contra-informações do séc. XVI, sabemos que, estranhamente, Fernão de Magalhães ‘foi presente’ ao imperador Carlos V – I de Espanha –, pedindo os seus préstimos para fazer a sua segunda viagem (a primeira tinha sido feita sob a bandeira de Portugal). Terá realmente o navegador português, sob o reinado do implacável D. Manuel I, traído a Coroa portuguesa, ou terá havido algum interesse concertado para que assim fosse feito? Qual o papel da Igreja... e das demais nações e a quem serviu esta viagem de circum-navegação, sob a estrita observância do Tratado de Tordesilhas? A Portugal, sem dúvida. E, desta feita, preenche-se mais uma página das muitas secretas com que Portugal escreveu, com valentia e sangue, a história do mundo que nos é contada n’O Enigma Fernão de Magalhães." - Rainer Daehnhardt
in "O Enigma Fernão de Magalhães", Rainer Daehnhardt...
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Itinerários de Cister

Introdução

Fixada em Portugal desde o século XII, a Ordem de Cister acompanhou a formação do território e a afirmação política da primeira dinastia.
Estendendo progressivamente os seus mosteiros nas regiões centro e norte graças à especial proteção régia, os monges brancos contribuíram de forma decisiva para a colonização e desenvolvimento das vastas áreas que ocuparam, aplicando técnicas agrícolas inovadoras e intensivas e, sobretudo, uma grande disciplina de organização do espaço.
Os conjuntos monásticos, que seguiam métodos de implantação e distribuição espacial muito semelhantes, revelam também partidos arquitetónicos e construtivos afins, o que lhes confere um inegável ar de família. Muitos deles conservam, ainda hoje, importantes espólios artísticos que
incluem azulejaria e pintura, talha dourada, ourivesaria, escultura e outros testemunhos da evolução da arte portuguesa ao longo dos últimos séculos.
É, no entanto, a privilegiada relação com a paisagem que os torna, aos nossos olhos, singulares. Se os mosteiros de Cister conseguiram transformar as envolventes, mercê do desbravamento de terras e da planificação de engenhosos sistemas hidráulicos, com encanamento e encaminhamento de caudais, construção de enormes condutas subterrâneas ou regularização das margens de rios e ribeiras, eles fazem atualmente parte integrante de unidades paisagísticas mais vastas, às quais dão um valor acrescido que importa preservar e valorizar.
Dados do mapaDados do mapa ©2015 Google, basado en BCN IGN España
Dados do mapa
Dados do mapa ©2015 Google, basado en BCN IGN España
Dados do mapa ©2015 Google, basado en BCN IGN España
Mapa
Satélite
Parte do levantamento exaustivo dos 36 imóveis inventariados pelo IPPAR/IGESPAR é aqui apresentado, constituindo, ao mesmo tempo, uma sugestão de visita a alguns dos monumentos mais impressionantes da arquitectura portuguesa.

Santa Maria das Júnias, Montalegre, Vila Real

Implantado num magnífico vale, o mosteiro, cuja primeira construção remonta ao séc. IX, destinava-se a albergar frades beneditinos, tendo sido durante o século XII entregue à Ordem de Cister.
A igreja, de nave única e cobertura de madeira, conserva ainda um interessante portal lateral, românico, e um retábulo seiscentista, na capela-mor.

Santa Maria do Bouro, Amares, Braga

Entregue, por D. Afonso Henriques, à Ordem de Cister, pouquíssimos vestígios evocam o edifício românico original.
A igreja, em excelente estado de conservação, foi completamente remodelada no século XVII, conservando importantes espólios de talha e escultura barroca, admirando-se na sacristia exemplares painéis historiados de azulejos azuis e brancos.
O edifício conventual está, hoje, transformado em Pousada.

Santa Maria das Salzedas, Tarouca, Viseu

Fundado no século XII, o Mosteiro de Salzedas apresenta raros vestígios da edificação primitiva.
O conjunto que chegou aos nossos dias resulta das profundas campanhas de obras dos séculos XVI, XVII e XVIII, quando se construíram os dois claustros subsistentes, se remodelou o espaço interior da igreja e se refez completamente a fachada.
Destaca-se na sacristia, entre outras peças de grande valor artístico, o ciclo de pinturas de Bento Coelho da Silveira, bem como, na cerca, a capela do Desterro, de elegante planta centralizada.

São João de Tarouca, Tarouca, Viseu

Foi o primeiro mosteiro da Ordem de Cister em Portugal, remontando a fundação a 1144. A igreja, de três naves, transepto saliente e uma profunda capela-mor totalmente remodelada no século XVII, apresenta uma abóbada de berço que repousa em robustos pilares de granito.
O acervo da igreja inclui o túmulo trecentista de D. Afonso Sanches, bastardo de D. Dinis, tábuas de Gaspar Vaz e um cadeiral em talha dourada, do século XVIII.
São de destacar as imponentes ruínas do dormitório e o conjunto de condutas subterrâneas relacionadas com o sistema hidráulico do convento.

Nª Srª da Assunção de Tabosa, Sernancelhe, Viseu

Construído no século XVII, o conjunto conventual está hoje em ruína, deixando embora adivinhar uma rara tipologia arquitectónica, sobretudo pela presença dominante, na frontaria, da torre do mirante.
A igreja conserva um bom acervo de talha dos séculos XVII e XVIII bem como, na capela-mor, um curioso tecto de caixotões pintados com motivos de brutesco.

Sta Maria de Maceira Dão, Mangualde, Viseu

Numa ambiente rural de grande valor paisagístico, o abandonado Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão conserva ainda intacta boa parte da estrutura resultante das campanhas de obras dos séculos XVII e XVIII, apresentando a igreja uma raríssima planta oval, com capela-mor muito profunda.

Sta Maria de Lorvão, Penacova, Coimbra

Remontando a fundação ao século IX, só no reinado de D. Sancho I foi entregue a freiras cistercienses. A igreja de nave única, cúpula sobre o cruzeiro e coro baixo de grandes dimensões onde se encontra um magnífico cadeiral barroco, foi completamente modernizada no século XVIII.
No claustro, de saboroso recorte clássico, distribuem-se treze capelas renascentistas, de rica decoração talhada no brando calcário da região.

Sta Maria de Ceiça, Figueira da Foz, Coimbra

Já anteriormente ao século XII, quando os frades de Ceia adoptaram a regra de S. Bernardo, aqui existia uma pequena comunidade monástica. O conjunto arquitectónico data, porém, dos séculos XVI, XVII e XVIII, quando se construiu o claustro, se ergueu o dormitório e se transformou a igreja.
O templo, de nave única, capelas laterais à face, transepto saliente e duas torres sineiras de cúpulas bolbosas na fachada, foi muito adulterado no século XX, tendo-se apeado a cabeceira para a construção da linha de caminho-de-ferro e instalado, no interior, uma unidade industrial de descasque de arroz.

Sta Maria de Alcobaça, Alcobaça, Leiria

O mosteiro de Santa Maria de Alcobaça tornou-se, desde a sua fundacão em 1153, casa-mãe da Ordem em Portugal. Obra maior do primeiro gótico nacional, conserva daquela época o edifício da igreja, de três naves, deambulatório e capelas radiantes, o dormitório, o refeitório e o claustro de D. Dinis.
Sucessivamente alterado e ampliado, com especial incidência nos séculos XVI e XVII, quando se construíram novos claustros e se barroquizou a frontaria, deu origem a um conjunto monumental que constitui, actualmente, o mais importante dos testemunhos cistercienses em toda a Europa.


http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/itinerarios/cister/

REI D. DINIS – UM DOS MAIORES HOMENS DE ESTADO
Necessitamos de um mestre em organização política, económica e social do Estado, para que Portugal volte a ser um País Soberano, digno da sua História e dos seus Antepassados. Necessitamos de um novo Rei D. Dinis:
"Logo desde o início do seu reinado, o Rei Lavrador percorreu cidades e vilas, consolidando nelas os seus direitos e privilégios, zelando pela correcta execução da justiça e organizando a defesa do Reino em todas as c...omarcas. Restaurou burgos arruinados e fundou outros e mais de 50 castelos. A sua política de protecção a todos os factores de riqueza nacional estendeu-se a aspectos até então praticamente ignorados:
• Por conta do Estado
foram exploradas minas de prata, estanho, enxofre e ferro;
• Desenvolveu as feiras, dando a várias povoações privilégios e isenções (feiras francas);
• Fomentou e protegeu a exportação para os portos da Flandres, Inglaterra e França, de produtos agrícolas, sal e peixe salgado, em troca de minerais e tecidos;
• Instituiu definitivamente a Marinha portuguesa, dando-lhe um grande incremento.
• Foi, porém, a agricultura um dos sectores produtivos que mais o preocupou. Nesse sentido, facilitou a distribuição das terras, aumentando assim a população dos pequenos proprietários e trabalhadores rurais..."
in "TEMPLÁRIOS", Vol. 3, Eduardo Amarante

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"A Igreja diz que a Terra é achatada, mas sei que ela é redonda, porque vi a sombra dela na Lua, e acredito mais numa sombra do que na Igreja.” – Fernão de Magalhães
in "O Enigma Fernão de Magalhães", Rainer Daehnhardt...

A MAIS PODEROSA DAS NAÇÕES HISPÂNICAS
“Cumpre ter sempre presente, que a Lusitânia é habitada pela mais poderosa das nações hispânicas; não provém a sua força do número dos seus habitantes, mas da sua resistência devida a um temperamento tenaz e incansável, a uma dignidade individual que antes prefere a morte a qualquer aparência de escravidão”. Carta do ProCônsul Caio Lellio ao Senado de Roma
in "Viriato - História de uma Epopeia Lusitana", Teófilo Braga

A Origem de Portugal e a Batalha de Ourique


POR PORTUGAL


            O Divino Espírito Santo, Santa Maria, S. Miguel, a Paixão de Cristo e Portugal estão intimamente ligados.
            O nome Portugal tem uma origem bem diferente daquela que a maior parte dos estudiosos tende a indicar. Porque, aos estudiosos com nicho na sociedade, falta muitas vezes a Fé. E a Fé também é conhecimento. Melhor: sem Fé naquilo que se estuda não há conhecimento. E oconhecimento do Sagrado só é desvendado àqueles que O procuram com o amor de uma Fé verdadeira; uma fé sem credo, sem religião oficial, mas vivida intensamente no amor que tudo abrange.
            Dizíamos então que a origem do nome de Portugal não é de Portus Cale nem de outras latinizações mais ou menos na moda dos historiadores dos séculos XVIII em diante, que repudiavam tudo o que lhes soasse a esotérico ou medieval; repudiando assim também todo o intenso misticismo da Idade Média. Eles, que se julgavam os arautos do conhecimento, os portadores das “luzes” desse mesmo conhecimento estavam, a todos os títulos, a negar esse mesmo conhecimento; ou antes, a separá-lo, escolhendo o de mais baixa estirpe e descartando o de maior nobreza. Por o não conseguirem compreender. Por falta de Fé. Assim, se atentarmos nos selos do nosso primeiro Rei, D. Afonso Henriques, e os virmos para além das mutilações e falsificações que os inquisidores, arquivistas e demais perpetuadores do poder secular lhes infligiram nos séculos seguintes, poderemos compreender que o seu nome primitivo era escrito de duas formas; uma em galaico-português e outra latinizada:


1º Portugral – de “Por tu gral” ou, em português moderno: “Por ti Graal” ou mesmo “Porto do Graal”


2º Portucalis – ou, noutra forma, “Por tu Calix”: “Porti Cálice” ou “Porto do Cálice”


            O calix ou Cálice é o Graal, o cálice da Eucaristia da última ceia de Jesus e onde, segundo a tradição, foi recolhido o seu Sangue. “Aquele que dele beber e for justo terá vida eterna; e àquele que dele beber em impiedade Ele trará a destruição e o lançará no abismo”, diz a tradição, provavelmente muito anterior ao cristianismo, por incrível que pareça. Mas o Graal é um arquétipo, e a sua forma e qualidades repetem-se por todo o Universo como num jogo de espelhos.


            Alguns autores referem-se ao Graal como “pedra filosofal”, ou esmeralda caída dos Céus (lapis excoeli) e trabalhada em cálice, ou como “Sangue Real”,corruptela do francês “Sang Réal” – “Sangral” ou Santo Gral (v. Julius Evola,“O Mistério do Gral”). O “sangue real” seria a descendência sagrada da Casa de David, de que Jesus era membro. Alguns vão mesmo ao ponto de afirmar que o“sangue real” seria a descendência hipotética de Jesus de Nazaré. Outros afirmam que não é sequer um objecto material, ou uma descendência, mas sim um símbolo, um princípio.


            Nas lendas do Rei Artur, a busca ou demanda do Graal, como objecto ou como princípio, é uma das preocupações dominantes dos cavaleiros da Távola Redonda, para salvar o reino que morria enquanto Artur definhava com a doença, para repor a bondade, a honra e a justiça no reino onde ela parecia estar em perigo de se perder para sempre.


            Contudo, no nome de Portugal, Por tuGral ou Portu Cálix, a génese aponta mais para o Graal como cálice, o cálice da Eucaristia cristã. Também no seu nome ecoa a ideia de Portugal ser, de certo modo, um “Porto do Graal”, a onde o Sagrado Cálice viria a aportar ao fim de uma longa peregrinação pelo mundo.


            Após vários documentos e tradições que dizem ter sido São Bernardo de Clareval (Clairevaux), monge cisterciense a quem D. Afonso Henriques doou o Mosteiro de Alcobaça, quem, ainda em França, planificou o futuro “Reino do Graal”, com a forma de um rectângulo de ouro (que Portugal continental ainda, grosso modo, mantém) desenhado sobre a “face” ocidental da Península Ibérica, então ainda maioritariamente em mãos sarracenas (ElAndaluz ou El Gherb, como era conhecida a parte dominada pelos árabes), aparece o ainda mais controverso caso do Milagre de Ourique, que marca quase por Graça Divina o início da Nacionalidade.
            O caso é controverso apenas para aqueles que, como dizíamos no início, não buscam a trama da História com Fé e Amor verdadeiros. Procuram antes “não encontrar aquilo que não querem encontrar”, e essa busca negativa dá, evidentemente, os seus frutos negativos.


            Contudo, o que se passou naquela madrugada e manhã do dia de S. Tiago, 25 de Julho de 1139, na planície alentejana, próximo da actual povoação de Castro Verde, e na altura conhecida por “Campos de Ourique” ou de “Oric” (toda a extensão de planície que vai de Grândola a Mértola), estará para sempre envolto nas brumas da lenda. Brumas essas que os “buscadores negativos” cada vez mais adensam. E já aparecem vários locais que, só por terem o toponímico “Ourique”, são indicados como “lugares cientificamente quase certos” da batalha.


            Quanto à ocorrência da dita batalha, até os citados “buscadores de negações” não conseguem opor dúvida. Fica-lhes a tentativa de desmistificação do lugar, da importância do combate e, principalmente, do chamado “Milagre de Ourique”.
            Mas a tradição popular e a memória colectiva das gentes, transportada até hoje pelas Forças Armadas, perpetuam com os seus ecos os ecos da batalha e do acontecimento transcendental de Ourique.


            O local é uma colina a escassos quilómetros a leste de Castro Verde, um lugar chamado S. Pedro das Cabeças. Nessa colina, que ocupa uma posição privilegiada pois domina toda a planície em redor, entre rochedos que se erguem quase como mãos levantadas do solo a orar, foi construída uma capela, muitas vezes destruída e outras tantas levantada, a sacralizar um lugar já de si sagrado. Pois Ourique é um dos chakras energéticos de Portugal,correspondente à sephiroth Yesod ou Fundação da árvore cabalística hebraica, a qual sephiroth corresponde, por sua vez, a uma das emanações do Espírito Santo.
            Assim, tudo o que acontece em Ourique – S. Pedro das Cabeças tem uma repercussão imediata, primeiramente em toda a Nação e depois em todo o Mundo. E, quando isso acontece – e tem acontecido muitas vezes – os ditos historiadores e analistas do negativo falam em “coincidências”, que se repetem século após século.


            Perto da capelinha – conta atradição que uma das vezes foi mandada erigir por D. Sebastião, que havia ido em peregrinação ao local – está um monumento comemorativo da batalha, aí colocado pelo Exército Português que, repetindo o exemplo de D. Sebastião, aí vai prestar homenagem todos os anos. No monumento, para além da representação da espada do Rei-cavaleiro, estão os versos a ele alusivos da “Mensagem” de Fernando Pessoa, que ali encontram uma força e um eco terrivelmente actuais:


                                   Pai, foste cavaleiro.
                                   Hoje a vigília é nossa.
                                   Dá-noso exemplo inteiro
                                   E a tua inteira força!
 
                                   Dá, contra a hora em que, errada,
                                   Novos infiéis vençam,
                                   A benção como espada,
                                   A espada como bênção!”


            Hoje em dia, na imensa planície que parece imutável sob o Sol, para além de alguns curiosos e de uns poucos peregrinos amantes da Pátria e do Graal, apenas o Exército vai em visita e peregrinação regular ao local a onde se travou a sua verdadeira primeira batalha, em homenagem àquele que foi o seu comandante supremo na Terra. Graças a Deus que os códigos de honra ainda fazem bater corações.


            Mas, afinal, o que se terá passado para provocar tanta celeuma, para ser atacado com tanto furor e apenas defendido na quietude das homenagens periódicas sob o céu da planície?


            D. Afonso Henriques, que ainda não era chamado rei pelos seus, fazia regularmente incursões profundas (os fossados) no El Andaluz ou no Gherb, como era conhecido o território peninsular sob o domínio muçulmano. Estas incursões tinham por finalidade desgastar e desmembrar o poderio mourisco na região limítrofe do antigo condado que agora começava a tomar forma de reino, o “Porto do Graal”.
            Em 1139, uma dessas incursões penetrou muito fundo no território inimigo, foi ao “coração do reino sarraceno”, como comentariam os cronistas. O exército de Afonso Henriques afastou-se mais de 100 quilómetros para sul das ainda precárias fronteiras do seu território, talvez na perseguição de algum grupo armado de cavaleiros sarracenos. O entardecer do dia 24 de Julho encontrou-o sobre a pequena colina no coração dos “campos de Ourique”. À sua volta e do seu pequeno exército acendiam-se as fogueiras de cinco exércitos árabes, comandados pelo emir de Santarém, Ishmar Abu Barnabeh.
            Armadilha? Traição? Ou uma má avaliação de forças? Nunca o saberemos. Mas, enquanto o sol vermelho descia no horizonte da planície afogueada em calor, Afonso Henriques avaliava a situação, a sensação de desastre eminente a pesar-lhe na alma. A seu lado estava um jovem estratega, com quem Afonso Henriques trocava impressões, buscando uma saída para a situação desesperada. O seu nome era Gualdim Pais. Não o sabia ainda mas, nesse mesmo fim de dia, nesse local, iria ser armado cavaleiro por D.Afonso e, mais tarde, iria estar à frente da mais poderosa ordem de cavalaria ao serviço do Graal; iria ser Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal[1].


            O fumo das fogueiras dos acampamentos sarracenos enchia o ar com o seu cheiro acre, e D. Afonso havia pedido que, no seu campo, nenhum fogo fosse aceso para não dar ao inimigo o número dos seus. Andava inquieto no topo da colina, de cá para lá, a espada na bainha a bater na cota de malha das perneiras. Estratégias, estratégias, mas nenhuma parecia capaz de evitar o desastre. Então, a magia sagrada do local actuou nele. Armou cavaleiro Gualdim Pais “em Nome de Deus, de S. Miguel e de S. Jorge”, quase num desespero, para que o seu valido não perecesse peão de armas. Depois, contendo as lágrimas, encaminhou-se para os rochedos que, a sul, entre azinheiras, pareciam formar dois semi-círculos distintos de dedos de pedra erguidos para o céu. Cravou a espada no chão à sua frente, formando uma cruz, beijou-a devotamente e, de joelhos, orou intensamente frente à cruz improvisada. Orou à Virgem, à Divina e Eterna Mãe, e ao Mestre Jesus. Pediu auxílio, misericórdia. Para ele e para os seus, para o reino que queria construir e ofertar a Nossa Senhora, para a missão que parecia não ser capaz de levar a cabo.


            Quando os últimos raios do sol poente desapareceram a oeste, pintando as poucas nuvens de um fogo alaranjado, Afonso Henriques pareceu serenar. Levantou-se, pegou na espada e, beijando-a,voltou a metê-la na bainha. Sem cear, dirigiu-se à sua tenda, dando ordens rigorosas ao sentinela para não ser incomodado, excepto por motivo grave.


            Acordou com uma luz branca intensa, e deu por alguém dentro da tenda, ao lado da sua cama improvisada. Era um jovem cavaleiro, de armadura prateada cuja beleza e acabamento nunca havia visto ou sequer pensara existir.
            - Como haveis entrado? Que desejais?– Perguntou ao estranho, de modo algo desabrido, entre a fúria e o temor.
            - Apenas venho anunciar Aquele que chamastes… - Foi a resposta, em voz calma e cristalina, e depois retirou-se, silencioso.
            Afonso saltou do catre de madeira e palha, pegou na espada e saiu da tenda. O sentinela continuava de pé do lado de fora, vigilante, a perscrutar o horizonte sob o céu estrelado.
            - Porque deixaste entrar aquele homem? – perguntou ele ao sentinela, com fúria mal contida – Quem era ele?
            O soldado olhou para Afonso com olhos espantados.
            - Quem, senhor? Não vi ninguém… e ninguém entrou desde que vós o haveis feito…
            Perturbado, Afonso regressa então ao interior da tenda.
            No seu centro estava um homem ainda jovem de ar sereno. Como se o esperasse.
            – Outro!? – exclama Afonso – Como é que entrastes, também tu?!
            O visitante, de túnica branca, olhou Afonso com os seus olhos azuis de uma imensa serenidade.
            – Chamaste-me, – respondeu – e eu vim…
            Só então Afonso se apercebeu de quem estava à sua frente. Numa emoção profunda, prostrou-se aos pés do visitante, exclamando:
            – Senhor, perdoai-me! Não Vos havia reconhecido!
            Para logo acrescentar, numa quase audácia:
            – Mas, porque apareceis a mim, que acredito em Vós, e não apareceis àqueles que me cercam, aos sarracenos infiéis, para que também acreditem?!…
            Jesus olhou para Afonso, muito sério.
            – Aqueles a quem chamas infiéis também acreditam em Mim, e no Pai, à sua maneira. Estou aqui porque me chamastee me fizeste um pedido…
            E prosseguiu:
            – Faz um estandarte branco, de linho. Sobre ele irás dispor, em cruz, cinco escudos azuis, um por por cada um dos exércitos que te sitiam, um por cada uma das Minhas Chagas. Em cada um desses escudos irás colocar cinco círculos de prata; se bem contares, uma vez na vertical, outra na horizontal, irás ver neles os trinta dinheiros da traição. E um aviso. Coloca este estandarte à frente dos teus homens, encomenda-te ao Pai e, amanhã de manhã verás a vitória.
            De lágrimas nos olhos, Afonso não sabia o que dizer.
            – Senhor, não tenho palavras, a emoção confunde-me… Farei o que me ordenardes…
            – Eu sou o edificador e dispensador de Impérios, Afonso… Eu quero em ti e nos teus descendentes estabelecer o meu próprio Império.
            Pousando a mão estigmatizada sobre a cabeça de Afonso, com imenso Amor, despediu-se. Ao levantar os olhos, Afonso viu que estava sozinho.
            Correu ao exterior da tenda, onde o sentinela lhe lançou um ar entre o receoso e o interrogativo.
            – Não passou por aqui ninguém, senhor! – disparou, antecipando qualquer pergunta.
            Fora, sob a cúpula imensa estrelada, que começava a empalidecer aos primeiros alvores da aurora, só se ouviam os grilos e, dos fogos longínquos do inimigo, a voz dolente do Muezzin a chamar os crentes à oração.


            Já o sol ia alto sobre a planície quando os homens de Afonso Henriques levantaram o estandarte recém-acabado. Haviam trabalhado com afinco durante horas, com materiais improvisados: o pano era de uma túnica de cavaleiro, os escudos haviam sido recortados do revestimento de couro tingido de azul de um escudo cristão, coberto de couro branco com uma cruz azul. Os dinheiros de prata, os bezantes como se diz em heráldica, foram botões de ferro polido que reforçavam uma cota de couro espesso.
            Levantaram-no nessa manhã pela primeira vez, no céu azul rutilante dos campos sarracenos de Ourique, no Yesod do futuro reino do Porto do Graal, mal Afonso Henriques se levantava da oração, que tinha efectuado em silêncio com os seus pares, entre as pedras que pareciam mãos erguidas ao céu. Os capelães distribuíam as absolvições e as hóstias pelos soldados. No campo inimigo, o Muezzin já havia, há algum tempo, também chamado para a segunda oração do dia.
            Nesse momento, de um pequeno maciço de azinheiras elevou-se em revoada um bando de rolas brancas.
            – Bom presságio, – comentou o porta-estandarte – bem precisamos dele…
            E apontou um grande grupo de cavaleiros árabes que avançava a galope em direcção à colina de Afonso.
            Agora um, depois outro e mais outro; os grupos de cavaleiros sarracenos sucederam-se no ataque à colina onde ondeava a bandeira branca das cinco quinas. Como que a sondar as defesas cristãs, a sentir o ânimo do inimigo antes de lançarem o grosso do seu exército no ataque. Grupo após grupo de cavaleiros inimigos vinha e era rechaçado. Por fim, num ímpeto quase desesperado, lançaram a multidão de peões de Tarik, as hordas de Tânger, os cavaleiros de Córdova, estes de túnicas negras e elmos prateados que brilhavam ao Sol.
            O combate durou horas. As “amazonas infiéis” de que falam alguns historiadores não eram mais do que as mulheres e companheiras dos homens de D. Afonso, mulheres cristãs destras no manejo das armas, que combatiam ao lado dos seus pares como leoas. O Corão proibia a arte da guerra às mulheres.


            Por fim, já o calor encharcava a planície, quando o exército de Afonso Henriques começava a esgotar as forças físicas no ardor da luta, metade das suas guerreiras tombadas pelo campo após dura peleja, os cinco exércitos do emir Ishmar bateram subitamente em retirada.
            Allahu Ackbar! Insha’Allah!Gritavam, ao retirar. “Alá é grande! Que se faça a sua vontade!”


            E, na imensa planície que vibrava sob o calor do Sol abrasador, as colunas de pó dos exércitos em retirada perdiam-se na distância, deixando para trás, na urgência da fuga, muitos dos seus feridos e moribundos. Sobre a colina onde brilhavam as armas do exército cristão, contra o azul fundo do céu, ondeava, alva e bela, a bandeira com as cinco quinas formando uma cruz.
            Abateu-se sobre a campina um grande silêncio, apenas cortado pelo gemido de algum ferido, como se todo o Alentejo estivesse suspenso daquele momento mágico. Os homens de Afonso entreolhavam-se espantados, em silêncio, e olhavam a campina onde as nuvens de pó dos cavaleiros sarracenos desapareciam na distância, para leste e para sul; mal podiam acreditar. Então, um pássaro começou a cantar; um canto de Verão, de calor, de Sol, de fertilidade. Afonso olhou a bandeira que flutuava no azul do céu. Já vira aquele azul. Algures. Algures nas profundezas da sua memória; e também na noite anterior – recordou-se num repente –, nos olhos límpidos do Mestre Jesus. A sua rude têmpera, levada ao extremo na violência da batalha, cedeu. Afonso caiu de joelhos por terra, frente ao estandarte, chorando convulsivamente. Ourique havia-o sagrado Rei, como ele havia armado cavaleiro Gualdim Pais que, agora a seu lado, olhava pensativo o horizonte. Portugral era reino e a sua bandeira ondulava agora ao vento das terras do Gherb.


            Yesod, a sephiroth da Fundação na Árvore da Vida da Cabala hebraica. Manifestação do Espírito Santo na Terra. Por isso, Ourique seja para sempre venerada, como Berço de Portugral, como origem da sua Bandeira, como lugar de sagração do seu primeiro Rei. O Sagrado nunca pode ser esquecido, mesmo que as sombras pensem que o podem votar ao esquecimento.


                                                                       Carlos Peres Sebastião e Silva


                                                                                   Agosto de 1998




NOTA:Algumas referências, nomeadamente uma dos monges de Cister, datada provavelmente do Séc. XVI, referem o aparecimento a D. Afonso, antes dabatalha, de um monge eremita anunciando-lhe quem ele iria encontrar. D. Afonso, de noite, sai do acampamento e encontra Jesus na Cruz, rodeado de anjos. No entanto, dadas as circunstâncias e o conteúdo de outros relatos, entre eles o do Cronicão Coninbricense, pensa-se que a descrição que refere o eremita se deva mais a zelo religioso, que procurava colocar sempre a Igreja entre o Divino e os homens, do que ao que realmente aconteceu.





[1] Na verdade, D. Gualdim Pais iria ser o 6º Grão-Mestre em território de Portugal, se considerarmos que já havia um Grão-Mestre no Condado Portucalense, antes da Fundação do Reino e mesmo antes do Concílio de Troyes, onde a Ordem seria reconhecida pela Igreja.