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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Memórias da Atlântida em Portugal – Por Vitor Manuel Adrião
Praia da Ursa - Atlântida
Quinto Posto Representativo – Sintra, Janeiro de 2013
Há três nomes incontornáveis pioneiros na Arqueologia e Etnologia em Portugal aos quais os avanços modernos nesses ramos devem tudo: Martins Sarmento (Guimarães, 9.3.1833 – Guimarães, 9.8.1899), cuja acção incidiu sobretudo no Norte do País; José Leite de Vasconcelos (Ucanha, Tarouca, 7.7.1858 – Lisboa, 17.5.1941), autor das Religiões da Lusitânia, com trabalho de maior incidência na zona Centro; Estácio da Veiga (Tavira, 6.5.1828 – Lisboa, 7.12.1891), autor da Carta Arqueológica do Algarve escolhido como seu campo de trabalho, portanto, na região Sul de Portugal.
As obras deixadas por esses autores e as suas descobertas que trouxeram à luz o Portugal Pré-Histórico, Proto-Histórico e Histórico, são de valor incalculável suficientes para imortalizarem nas páginas da Ciência os seus nomes de pioneiros ilustríssimos, isto independentemente de algumas das conclusões a que chegaram serem passíveis de apuramento e precisão, certamente porque no seu tempo não existia absolutamente nada para poderem comparar com os seus estudos e pesquisas. Muitas das descobertas que fizeram catalogaram-nas sob dúvidas e interrogações, conscientes das suas limitações numa época de pioneirismo arqueológico e etnológico não só no País como em toda a Europa, exceptuando as ainda assim insipiente iniciativas dos sábios de Napoleão Bonaparte no início do século XIX, e já antes, em território nacional, no século XVI pelo racionalista André de Resende, autor de As Antiguidades da Lusitânia.
A par dos citados, aprofundando esses conhecimentos históricos, arqueológicos, paleontológicos e etnológicos como cientista renomeado e sobretudo Teósofo dotado de genialidade ímpar, perfila Mário Roso de Luna (Logrosán, Cáceres, 15.3.1872 – Madrid, 8.11.1931), desvelando páginas e páginas da Intra-História Ibérica nos vários tomos da sua insuperável Biblioteca de las Maravillas, onde expõe magistralmente a proximidade familiar entre ibéricos e atlantes como partes de um tronco comum, a mesma civilização da Atlântida, tema que um seu condiscípulo português, o arquitecto A. R. Silva Júnior, viria a desenvolver e publicar em Lisboa na revista A Arquitectura Portuguesa, desde Janeiro de 1930 a Maio de 1933. Nesse seu estudo precioso – A Atlântida – Subsídio para a sua reconstituição histórica, geográfica, etnológica e política – Silva Júnior dá a Península Ibérica com uma antiguidade superior aos cálculos oficiais, indo dispô-la sem reservas como parte do continente atlante. Diz:
“No cataclismo de há 200.000 anos ficaram, por assim dizer, fixadas a América do Norte e parte da do Sul, ao passo que propriamente o continente atlante passou a ser dividido em duas partes: as ilhas Ruta e Daitya.
“Após o terceiro cataclismo sucedido há 80.000 anos, a Atlântida ficou reduzida à ilha de Poseidonis, redução considerável da parte Ruta, ao passo que a parte Daitya quase desapareceu reduzindo-se a uma ilha afastada de Poseidonis e situada ao largo em frente da Libéria, na costa africana.
“Finalmente, no ano 9.564 a.C. um quarto cataclismo fez sumir tudo o que restava da Atlântida no fundo do Oceano Atlântico, ficando apenas como baliza, como memória, o arquipélago dos Açores, terras que há 1.000.000 de anos parece que já existiam, que jamais se submergiram, sendo pois de uma respeitável e veneranda antiguidade.
“Mas outras partes da primitiva Atlântida existem ainda hoje, mas que já dela se haviam separado há 800.000 anos, sendo elas: parte da América do Norte, Central e do Sul, compreendendo quase todo o Brasil, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia.
“Na Europa temos ainda, como restos da Atlântida, a Irlanda, a Escócia e uma pequena parte da Inglaterra, propriamente dita.
“A Península Hispânica existia já há 800.000 anos, evidentemente sem a configuração que tem hoje mas englobada numa extensa superfície que compreendia parte do Mediterrâneo, África do Norte, ilhas de Cabo Verde, Marrocos, etc., região então banhada ao sul pelo mar que cobria o deserto do Sahara.
“É de calcular que, através de tantos milénios que abrangeram idades geológicas, os contornos dos continentes e das ilhas se modificassem constantemente, e as imersões e submersões de extensas superfícies de terras tivessem dado, através das idades, fisionomias geográficas muito diferentes ao nosso Globo.”
A visão tradicional das Raças e Sub-Raças, sobretudo as dos Períodos Lemuriano e Atlante, altera significativamente o sentido paleontológico e etnológico das mesmas como é auferido nos pressupostos das especulações académicas, antepondo-se:
1. O Homem classificado do Paleolítico Superior, variante estranha e anómala dos hominídeos que o precederam, inscreve-se no tipo inicial atlante descendente da 3.ª Raça-Mãe Lemuriana, na qual o estado Hominal se formalizou sob a influência directa dos “Poderes invisíveis ou sobrenaturais”, antes, das Hierarquias Criadoras – assinaladas no constelado celeste, base da noção religiosa dos povos – que lhe incutem as bases de racionalização da sua vida, do meio de subsistência através da caça e da pesca e dos mais elementares princípios de fertilidade animal, ou seja, da procriação pelo reconhecimento dos sexos opostos, começando o sexo a agir pelo impulso da mente rudimentar.
2. Durante o Período Mesolítico – Epipaleolítico, fase final e pós-glacial do Paleolítico – grandes transformações na estrutura geológica e climatérica da Terra provocaram, em princípio, forte traumatismo nos povos primitivos, cuja forma ancestral de vida como caçadores-colectores viu-se alterada completamente pela emigração de espécies animais, devido a radicais mudanças climáticas e a alterações geológicas que para eles resultava incompreensíveis, mas em conformidade à mudança cíclica de uma Raça para outra, mudando-se os biótipos dos seres vivos, a começar pelo Homem, e os de toda a natureza acompanhando as transformações geológicas e atmosféricas.
3. Do Epipaleolítico final e até meados do Neolítico os povos são migradores, caçadores e pastores; no Neolítico médio sedentarizam-se como agricultores e construtores; daí em diante, por tempo indeterminado, começam a aparecer nas zonas contíguas às vertentes atlânticas os restos de povos herdeiros de uma civilização superior desaparecida nos cataclismos geológicos que se produziram. Tratar-se-á do nascimento, florescimento, decadência e desaparecimento da 4.ª Raça-Mãe Atlante.
4. Esses sobreviventes, pelo seu escasso número e pelas precárias condições de vida regredida à condição neolítica, e até paleolítica, desde a sua salvação da catástrofe universal, tiveram que refazer e readaptar-se ao novo modus vivendi, uns evoluindo mais rápido que outros (nisto têm a sua origem os povos que ainda hoje vivem em estado de primitivismo).
5. Uma parte significativa desses sobreviventes atlantes permaneceu na franja atlântica europeia, criando uma espécie de “civilização mágica” cujo testemunho incontestável está no desenvolvimento significativo da cultura megalítica como possível herança rudimentar de outra ainda mais antiga.
6. Outra parte dos sobreviventes da Raça Atlante – sendo a primitiva semente humana da actual Raça Ariana – passou ao Norte de África e estabeleceu-se nas zonas férteis de aluvião dos grandes rios, indo constituir o arranque das primeiras e mais importantes civilizações proto-históricas e históricas norte-africanas e médio-orientais, disseminadas por todo o Mediterrâneo e até o Sul da Europa.
Certamente o mais significativo testemunho monumental da presença atlante ibérica será o perturbante colosso de Pedralva, actualmente postado no parque-alameda Dr. Mariano Felgueiras, à entrada da cidade de Guimarães. O Dr. Martins Sarmento adquiriu-o em 1892 e em 1929 foi trazido do Monte de Picos, freguesia de Pedralva (Braga), para o jardim do seu museu vimaranense, onde esteve exposto até há poucos anos.
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Colosso de Pedralva, Guimarães
Trata-se da estátua de um homem pujante com 2,95 metros de altura, constituída por três peças de granito extremamente rudes de formas esboçadas um tanto toscamente, mais parecendo desgastadas pelo tempo. Como disse, representa uma figura viril sentada com o braço direito levantado com um capacete ou coroa na cabeça tipo sumério e vestido só com uma tanga donde descai uma franja sobre a coxa direita, que alguns associam (erroneamente) ao órgão sexual e, por conseguinte, ligam-na aos primitivos cultos fálicos relacionados à fecundidade. A estátua não me parece completa, ainda assim parece inscrever-se na estatuária tradicional da arte castreja minhota e galaica dada ao deus Sucelo (Sucellus) galo-celta, cujos equivalentes grego e romano eram Hefesto e Vulcano, representados empunhando um martelo ou malho de trabalhar o ferro (indicativo da respectiva Idade do Ferro e da Época dos Metais no seu início), artefacto que também acompanha Thor, Odin e mesmo o Dagda irlandês, que em vez de malho empunha uma maça. Sendo Vulcano ou Sucelo o “deus do malho”, senhor das artes metalúrgicas e dos fogos subterrâneos, na antiga Roma celebrava-se a sua divindade nas vulcanalia no pico do Verão, em 23 de Agosto, enquanto os galos celebravam Sucelo (“o que bate ou malha bem”) nos fins da Primavera, após as primeiras colheitas, e inícios do Verão.
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Deus Sucellus
Desprezando esses factos etnológicos elementares, pretendendo dar um sentido exclusivamente cristão ao enigma do colosso com explicação implausível próxima da anedótica, certo pároco local viu nele uma representação do bíblico Golias destinado a figurar no Bom Jesus de Braga!!! Na mesma linha, recentemente algum arqueólogo deu-o como “a estátua incompleta, não mais antiga que o século XVII ou XVIII, de S. João Baptista destinada ao mesmo santuário do Bom Jesus de Braga”!!!
Essas teorias impossíveis ostracizam conscientemente o facto preliminar de em Pedralva ter havido um cromeleque galo-celta, de onde o mesmo Martins Sarmento recolheu, além da estátua em questão, muito mais material arqueológico, como esse do “ídolo” também trazido por ele para Guimarães. Este ilustre arqueólogo, nos seus Apontamentos de Arqueologia, assim descreve o insólito colosso:
O homem de pedra. A sapata do “homem de pedra”, de Pedralva, foi cortada com a maior sem cerimónia pelo pedreiro Miguel Bonito, de Braga, que viu nela uma boa soleira. Remendou-se a coisa como se pôde; juntaram-se as duas partes separadas da estátua e lá está ela hoje num terreno cedido pela dona da Casa das Eiras, e propriedade da Sociedade, à qual a junta da paróquia a cedeu. Trabalharam na remoção do colosso sete juntas de bois, e a despesa de tudo importou em 16,120 réis. Na parte superior da estátua foi suprimida a rodela em que ela assentava. Diz o P. Manuel que ela decerto já tinha sido cortada, na primitiva, para ser ajustada à inferior, com as proporções devidas. É possível e provável. Uma terceira peça só se explicaria por erro, para menos, nas proporções – grosseira emenda. A peça superior é mais grossa que a inferior: estava apenas esboçada – não admira.
Colosso de Pedralva (medidas). Comprimento da peanha – 2,22. Diâmetro maior da barriga – 1 m. Diâmetro menor da barriga – 0,22. Altura do assento – 1,10. Fémur da perna dobrada – 0,90. Tíbia da perna dobrada (fora o pé) – 0,95. Pé – 0,50. O outro pé – 0,73. Membro v. Largura – 0,15. Largura do pé – 0,4. Altura da cara – 1 m. Largura da cara – 0,60. Largura dos ombros – 1,65. Braço estendido – 1,15. Largura dele – 0,55. Altura da cabeça (por trás) – 1,40. Altura das costas (peça maior) – 0,85. Coroa da cabeça – 0,60.”
Pessoalmente, remonto este colosso castrejo à época dos galos, consequentemente, ao mesmo em que viveu Ur-Gardan, parente de um tempo onde a cultura atlante ainda exercia forte domínio nos povos ibéricos, tanto no gigantismo das peças como na sua morfologia. Será, possivelmente, a retratação de um líder tribal ou de clã eleito legislador ou Manu e com isso “rei divino”, espécie de Rishi, certamente pelos seus predicados superiores mentais, morais e físicos, motivo para ser disposto em atitude hierática de comando e de magistério ou de transmissão de ordens e saberes sentado em seu trono, empunhando algum objecto (ausente) característico da sua posição de líder, fosse um malho em tau, fosse uma lança, fosse ainda uma vara ou bordão. Costumava-se postar as estátuas dos chefes espirituais e temporais das tribos e clãs galo-celtas e celtiberos nos lugares nobres destacados dos povoados, fosse no centro dos mesmos, fosse no cume de elevações sobranceiras a eles, realçando a sua função mágica como totem e tabu, cuja violação importava as mais severas penas tanto para o transgressor como para a colectividade transgredida.
Também em Pedralva (“pedra alva”, branca, que a arqueoastronomia associa a Vénus) achou-se a curiosa figura antropomórfica do simplesmente chamado “ídolo”, coevo do colosso. Os seus contornos sugerem-me os idênticos encontrados na estatuária olmeca sul-americana, etnia descendente da 3.ª Sub-Raça Tolteca atlante. Digo sugerem-me e não que sejam, mas aceitando a origem comum pós-atlante. Martins Sarmento descreve o achado nos seus Apontamentos de Arqueologia:
Ídolo? Numa poça da Casa da Eira há uma figura muito tosca, que a tradição diz ser trazida do alto dos Picos (não houve aí capela nenhuma). Tem os braços cruzados sobre o peito; os olhos são dois círculos e assim de resto; mas o notável é que parece ter indicadas as partes genitais. O P. Manuel ficou de a arranjar.
Estátua. Ídolo? Diz o P. Manuel que num tanque da Casa das Eiras há uma estátua muito suspeita. Parece de mulher; tem os braços cruzados sobre o peito; as orelhas parecem mais rudimentos de cornos, e fala em alguma coisa de obsceno, que não sabe bem precisar. Dos lados tem duas cruzes, uma em cada um; mas o mais notável é que a tradição a dá como vindo do monte, sem se precisar também qual, parecendo todavia ser o Coubroso (Picos). A “fidalga” não a cede, por ser título da casa, memória, etc. Se realmente for tão suspeita como diz o P. Manuel, o que averiguarei como puder e quando puder, veremos se se vence a dificuldade da conquista.”
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“Ídolo” de Pedralva – Museu Martins Sarmento, Guimarães
O “ídolo” parece ser o Genius Loci da tribo pós-atlante de Pedralva, ele mesmo marcando, no simbolismo das suas formas, o Ciclo de Evolução Universal ou Pramantha (assinalado na cruz, sobretudo a swástika ou suástica na sua rotação solar, positiva, evolucional, destrocêntrica) correspondente à 4.ª Raça-Mãe Atlante, cujo valor cabalístico era o 4 marcado pelo quadrado tradicionalmente associado à figura feminina. Sobre o Ciclo ou Pramantha Atlante e a sua relação com os Seres Superiores (Assuras) que nos finais dessa época se interiorizaram no seio da Terra indo constituir o Povo de Agharta, ao mesmo tempo relacionando essa antiga Raça-Matriz com o Arcano 16 do Tarot e o signo da Balança, numa conversa em família na Vila Helena (São Lourenço do Sul de Minas Gerais, Brasil) no dia 17 de Fevereiro de 1957, o Professor Henrique José de Souza revelou:
“O Povo de Agharta é constituído dos grupos de Assuras que se iluminaram na Face da Terra e desceram para uma das suas Sete Cidades, de acordo com as Sub-Raças realizadas no Mundo dos Homens. Sim, o Povo de Agharta é constituído de cada grupo de 777 Assuras, multiplicado por tantas vezes quantas são os seus números. Isto é, por grupo de 777 vezes 777… No presente caso, o número do grupo é 555.
“Temos, portanto, em Agharta a população que equivale à seguinte multiplicação: 777 Assuras vezes 555 grupos que se realizaram, logo, é igual ao número de 431.235… sem falar nos sub-aspectos.
“Podemos fazer a iniciática escala:
“3.ª Raça-Mãe deu 333 Pramanthas vezes 777 Seres Assuras. É igual a 258.741.
“4.ª Raça-Mãe deu 444 Pramanthas vezes 777 Seres Assuras. É igual a 344.988.
“5.ª Raça-Mãe deu 555 Pramanthas vezes 777 Seres Assuras. É igual a 431.235.
“Por esse processo cíclico foi-se formando o Povo Aghartino. Este Trabalho começou no meado da 3.ª Raça-Mãe e terminará no meado da 6.ª Raça-Mãe.
“Os Assuras vêm trazer o Princípio Átmico (Espiritual) para firmá-lo nos que vão para as Embocaduras. Tudo isso representa um grande esforço desses Adeptos. Esses 777 são os Vitoriosos do último grupo que saiu da Face da Terra. Os 777 Seres do último Pramantha que se firmaram na Consciência Átmica são os que superaram o Karma Humano, os que conquistaram a Superação e a Metástase Avatárica.”
De volta à questão da semelhança do “ídolo” de Pedralva com o estilo Olmeca, dito Ramo da Sub-Raça Tolteca, matriz dos povos pré-colombianos do México, isso traz-me igualmente à memória aquele trecho do manuscrito maia do Yukatan pertencente ao Codex Troanus, escrito há 3.500 anos, a respeito da destruição de Poseidonis:
“No ano 6 do Kan a II, Muluc, no mês de Zac, terríveis tremores de terra se produziram e continuaram, sem interrupção, até 13 Chuen. […] A região das colinas de argila, o País de Mu, foi sacrificada. […] Depois de ter sido sacudida por duas vezes, desapareceu subitamente durante a noite; o solo foi continuamente levantado por forças vulcânicas que o fizeram elevar e abaixar, em muitos pontos, até que cedeu; as regiões foram então separadas umas das outras, depois dispersas, não tendo podido resistir a tão terríveis convulsões, afundaram-se arrastando consigo 64 milhões de habitantes. Isto passou-se 8064 anos antes da escritura deste livro.”
Essa data maia transposta para a cronologia actual, foi calculada como correspondendo a 11 de Fevereiro de há 11.194 anos.
O colosso de Pedralva perfila na mesma origem com uma outra estátua esculpida no basalto negro vulcânico, pedra-mãe do substracto da ilha do Corvo, no arquipélago dos Açores. Tratava-se da estátua equestre de uma figura humana com um braço apontando para Oeste com o braço direito estendido e o esquerdo agarrando as crinas do alazão com as patas dianteiras erguidas, tendo na base uma inscrição fenícia, o “povo vermelho” proto-histórico distinguido pelas suas navegações “de longo” no Mediterrâneo e Atlântico, descendente directo da 6.ª Sub-Raça Akádia atlante, ele mesmo semi-atlante a quem se deve a invenção da escrita com que se iniciou o Período Histórico. Estará nos fenícios a origem dessa estátua desaparecida mas avistada em 1452 pelos navegadores portugueses na parte mais alta da ilha, a noroeste do cume do vulcão do Corvo.
Estátua equestre - ilha do Corvo
Estátua equestre (desaparecida) da ilha do Corvo, Açores
O cronista Damião de Góis (1502-1574) na sua Crónica do Príncipe D. João (futuro rei D. João III), capítulo IX, 1567, dá a seguinte informação sobre esse insólito monumento testemunho incontornável da presença humana nas ilhas açorianas nas épocas mais recuadas da História a despeito de todas as negações actuais:
“[…] uma estátua de pedra posta sobre uma laje, que era um homem em cima de um cavalo em osso, e o homem vestido de uma capa de bedém, sem barrete, com uma mão na crina do cavalo, e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo segundo, a que os latinos chamam índex, com que apontava contra o poente.
“Esta imagem, que toda saía maciça da mesma laje, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural, por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte D´Armas; e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha, para, com aparelhos que levou, tirar aquela antigualha; o qual quando dela tornou, disse a el-rei que a achara desfeita de uma tormenta, que fizera o inverno passado. Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo; e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito com a mão, e uma perna, e a cabeça do cavalo, e uma mão que estava dobrada, e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa de el-rei alguns dias, mas o que depois se fez destas coisas, ou onde puseram, eu não o pude saber.”
O cronista refere ainda que o capitão do donatário, Pêro da Fonseca, presente nas ilhas das Flores e do Corvo em 1529:
“[…] soube dos moradores que na rocha, abaixo donde estivera a estátua, estavam entalhadas na mesma pedra da rocha umas letras; e por o lugar ser perigoso para se poder ir onde o letreiro está, fez abaixar alguns homens por cordas bem atadas, os quais imprimiram as letras, que ainda a antiguidade de todo não tinha cegas, em cera que para isso levaram; contudo as que trouxeram impressas na cera eram já mui gastas, e quase sem forma, assim que por serem tais, ou porventura por na companhia não haver pessoa que tivesse conhecimento mais que de letras latinas, e este imperfeito, nem um dos que ali se achavam presentes soube dar razão, nem do que as letras diziam, nem ainda puderam conhecer que letras fossem.”
Por sua vez, o padre Gaspar Frutuoso (1522-1591), nascido na ilha de São Miguel e um dos primeiros historiadores nativos das Açores, escreveu por volta de 1590 no volume VII das Saudades da Terra:
“[…] um vulto de um homem de pedra, grande, que estava em pé sobre uma laje ou poio, e na laje estavam esculpidas umas letras, e outros dizem que tinha a mão estendida ao noroeste, como que apontava para a grande costa da Terra dos Bacalhaus (Terra Nova); outros dizem que apontava para o sudoeste, como que mostrava as Índias de Castela (Antilhas) e a grande costa da América com dois dedos estendidos e nos mais, que tinha cerrados, estavam uma letras, ou caldeias ou hebreias ou gregas, ou doutras nações, que ninguém sabia ler, mas que para os daquele ilhéu e ilha das Flores diziam: Jesus avante. Os construtores teriam sido, na sua opinião, os cartagineses pela viagem que eles para estas partes fizeram, […] e da vinda, que das Antilhas alguns tornassem, deixariam aquele padrão com as letras por marco e sinal do que atrás deixavam descoberto.”
António Cordeiro (1641-1722), outro dos mais antigos historiadores açorianos, também refere-se à estátua equestre como “antigualha mui notável”, e Manuel de Faria e Sousa (1590-1649) escreveu de Madrid, na Epítome de las Historias Portuguesas, sobre a estátua e as letras incompreensíveis.
Repara-se haver algumas imprecisões no texto do padre Gaspar Frutuoso passíveis de apuramento. A estátua equestre seria de origem fenícia e não cartaginesa (a civilização de Cartago descendente directamente daquela de Tiro), facto provado pelo achado de diversas moedas fenícias na região, algumas cunhadas com a figura do cavaleiro, o que lhe dá uma importância capital para esse povo navegador proto-histórico tendo erigido o monumento à sua memória eterna. Possivelmente seria o próprio Ra-Mu, “Espírito do Sol”, com o indicador apontando o Ocidente Primordial na época tendo o seu centro na 8.ª cidade atlante capital da civilização: Muakram, a mesma Aptalântida instalada no que é hoje o Brasil, o Grande Ocidente do Mundo. Muito possivelmente a mensagem gravada no pedestal da estátua do Cavaleiro Atla ou Mu-Ka, conformada à sua postura sinalética, seria: Eis ali o Sol do Mundo Médio na Terra!Mu-Ak-Ram, donde Muakram, segundo revelou o Professor Henrique José de Souza em 02.10.1953.
Moedas fenícias - Açores
Exemplar de moeda fenícia (frente e verso) achada nos Açores
Os navegadores retornados das Antilhas, segundo o texto do padre Frutuoso, serão antes os sobreviventes das Atlante-ilhas, dizimadas por gigantesca catástrofe natural. Isto leva-me a transcrever trecho significativo da Inscrição Caldaica depositada na biblioteca do templo do Palácio do Potala em Lhassa, Tibete, possivelmente levado para aí por viajantes sírios ou mongóis sendo valioso documento escrito 2.000 a.C. que descreve a destruição de Poseidonis:
“Quando a estrela Baal caiu no lugar onde hoje só há mar e céu, as Sete Cidades, com as suas portas de ouro e templos transparentes (puros, imaculados, onde se cultuava e cultivava a virtude, digo eu) tremeram e estremeceram como folhas de árvores movidas por vendaval, e, então, línguas de fogo e de fumo elevaram-se dos palácios; os gritos de agonia da multidão enchiam os ares. […] Buscavam refúgio nos seus templos e cidadelas, e então o sábio Mu, o sacerdote Ra-Mu, apresentou-se-lhes e disse: Não previ eu tudo isto? E os homens e mulheres cobertas de pedras preciosas e de luzidios vestuários, clamaram dizendo: Mu, salva-nos! E Mu replicou: Morrereis com vossos escravos e vossas riquezas, e de vossas cinzas surgirão novas nações. Se elas se esquecerem de que devem ser superiores não pelo que adquiram mas pelo que dão, a mesma sorte as esperará. As chamas e o fumo abafaram as palavras de Mu, e a terra fez-se em pedaços e afundou-se com os seus habitantes nas profundezas do mar.”
Mu-Ka
A memória desse tempo feliz desgraçado por um povo que se degradou a ponto de perder-se para sempre, ficou eternizada na lenda açoriana da Lagoa das Sete Cidades, as mesmas da Atlântida que ela evoca. A lagoa dividida em duas partes tem a particularidade de uma parte ser de águas azuis e outra de águas verdes, localizando-se no fundo da Caldeira das Sete Cidades, na freguesia do mesmo nome, na ilha de São Miguel. A lenda é a seguinte:
Há muito tempo vivia aqui um rei que governava com despotismo, irado por a sua mulher não lhe dar filhos. Mas apareceu uma “mulher-estrela” que salvou a sua descendência, dando-lhe uma filha em troca dele governar com sabedoria, justiça e bondade. Mais, a “mulher-estrela” impôs-lhe a condição de construir um palácio maravilhoso rodeado pelas sete cidades mas protegido das vistas por altas muralhas de cobre e pedra, onde viveria a sua filha que ele só a poderia ver quando ela fizesse trinta anos de idade. O rei concordou com tudo, mas como era muito impaciente não quis esperar tanto tempo e acabou investindo contra as muralhas. Esse acto descambou num grande cataclismo que se abateu sobre a Terra e afundou as sete cidades mais o palácio, só sobrando as ilhas dos Açores e numa delas as duas lagoas, a verde por causa do vestido da princesa que o perdeu aí tingindo as águas, e a azul por perder os seus sapatos nela que ficou na cor deles. A princesa, entretanto, qual “gata borralheira” desapareceu no fundo da caldeira e até hoje vive num palácio de cristal mais além das águas, mais fundo que o oceano.
Lagoa das 7 cidades
Lagoa das Sete Cidades, ilha de São Miguel, Açores
Segundo os conhecimentos teosóficos, a cor azul assinala Vénus e a constelação da Balança, assim como o verde relaciona-se a Saturno e ao Capricórnio. A Balança através de Saturno influiu na Atlântida: primeiro como princípio de fixação da civilização, depois como motivadora dos estertores telúricos que provocaram o descomunal maremoto que a destruiu e afogou. Saturno expressando Capris expressa o Caprino ou Cumara representativo do Eterno nessa época, o Quarto como Deus Atlasbel, e a Humanidade ao afastar-se da Lei da Deus ditou o seu fim precoce. Isso começou quando o rei déspota descrito na lenda e que era o governante da quarta cidade atlante, de nome Baal-Ima, o “rei-corvo”, casado com a sua filha Kali ou Kaal-Beth, a “rainha negra”, também chamada Goberum, veste humana da Deusa Algol da nebulosa escura “Saco de Carvão”, quis tomar a quinta cidade capital da Atlântida (que como quinta tinha o valor de três: 6.ª, 7.ª e 8.ª), onde vivia a Rainha Mu-Ísis que era a veste humana da Deusa Allamirah, expressiva de Vénus, ou seja, a “mulher-estrela” do conto açoriano. Defendeu-a de Baal-Ima ou Omar o seu filho Mu-Ka, hoje conhecido nos anais ocultos como Rigden-Djyepo, isto é, “Rei dos Jivas” ou a Humanidade, portanto, Rei do Mundo. O deicídio que se seguiu deitou a perder toda a civilização cujos efeitos trágicos penetraram longamente a Raça-Mãe seguinte, a actual Ariana, sentindo-se os seus efeitos até hoje.
A Humanidade atlante também entrou nas lendas populares, sobretudo naquelas das populações costeiras, de que são exemplos notáveis as dos tritões de Sintra e as dos sadãos ou sárrios do Sado. D. Fernando II conhecia-as e por isso terá mandado esculpir o insólito tritão, o Poseidon atlante, em uma das passagens exteriores do seu Palácio da Pena, no alto da Serra da Lua. Fitando a sua figura ameaçadora, acode-me à memória o poema de Augusto Ferreira Gomes, companheiro insuperável de Fernando Pessoa, inscrito no seu livro Quinto Império (Iniciação – II):
A sombra dos titãs envolve a terra…
– Nasce uma névoa para além dos montes –
Um frio agudo toca o plaino e a serra
E passam cismas pelos horizontes.
Hoje alguns já classificam o tritão do Palácio da Pena de alegoria da “Criação do Mundo”, mas resta saber porque… A Serra (Sagrada) de Sintra é alfobre de lendas e mistérios desde sempre. Pedaço da Atlântida que sobreviveu ao Dilúvio Universal, os habitantes posteriores do lugar, nomeadamente os celtas, começaram a difundir a tradição de viverem costa marítima da serra, em grutas que o mar furioso protegia, sereios fantásticos barbudos com caudas de peixes que, vez por outra, apareciam aos navegadores, ora para os proteger, ora para os perder… lendas… mas tema que Plínio o Velho, no século I d.C. e já no período celto-romano sintrense, retomaria e deixaria escrito para a posteridade. Depois, no século XVI, o cronista Damião de Góis retomou a lenda e acrescentou-lhe pormenores que Plínio o Velho não dera, ou seja, “dorou ainda mais a fábula”. Finalmente, no século XIX o rei D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha comprou o abandonado Convento de Nossa Senhora da Pena convertendo-o em sumptuoso Palácio, e como era um rei romântico (ele foi a expressão máxima do Romantismo em Sintra) apaixonado pela serra e tudo que lhe dissesse respeito, mandou esculpir essa figura fantástica do Tritão sob a janela do edifício, a guisa de evocação e memória dos “habitantes sobrenaturais” do mar de Sintra. Eis a razão de estar aí, no lugar onde arquitectonicamente esse Rei Iluminado pretendeu unir o Oriente ao Ocidente, sim, ao construir o palácio nos estilos oriental (inspirado na Alhambra árabe, na Andaluzia) e ocidental (inspirado no Palácio Real da Baviera, de onde era originário), dando vazão à celebérrima Profecia de Sintra no tocante a “unir o Ganges com o Tejo”, ou seja, o Oriente com o Ocidente, dessa maneira associando o simbolismo do imóvel à Obra do Eterno (Teurgia) como preanuncio do Ex Occidens Lux ou Idade do Espírito Santo a urgir a Oeste do Globo. Nisto se contém a fórmula “Criação do (Novo) Mundo”, tanto valendo por formulação de um Novo Ciclo de Evolução Universal.
Talvez D. Fernando II, por suas ligações ao mundo esotérico da Maçonaria e da Rosa+Cruz, soubesse parcialmente do significado profundo do tritão (mesmo que acaso, numa das suas “perdições” na noite ou no dia sintriano, em cuja serrania costumava “perde-se”, tenha tido o privilégio raríssimo de encontra-se com Gentes del Otro Mundo, parafraseando o ilustríssimo Mário Roso de Luna, não significa que fosse detentor dos Mistérios Primordiais a ver com esta Serra Sagrada marcando geograficamente o Quinto Posto Representativo da Obra do Eterno na Face da Terra, mas também não invalida o facto de ser Iniciado real ou verdadeiro. Sim, porque ser-se Iniciado verdadeiro não implica deter a totalidade da Sabedoria Divina, mas implica, sim, atingir o estado de consciência que confira efectivamente com tal condição bem se podendo chamar Supra-Humana).
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Tritão do Palácio da Pena, Sintra
1.º O tritão (evocação neptuniana dada ao deus Poseidon, isto é, o líder espiritual de Poseidonis assinalado em Ra-Mu) representa aqui o povo atlante de Kurat (nome do quinto cantão desse continente), portanto, o povo de Além-Mar, do Ultramar ou ante Dilúvio Universal, donde aparecer este mitológico espécime marinho ou ligado às águas (do Atlântico, topónimo herdado das deusas gregas Atlantes, as mesmas Plêiades ou Krittikas, por sua vez tendo-o dado ao continente onde viviam: a Atlântida).
2.º Como os Iniciados atlantes foram prevenidos antecipadamente pelos seus Mestres da eminência da catástrofe, e logo recolhidos ao seio da Terra fechando as entradas à sua passagem (donde se ver um pouco por toda a serra enormes grutas bloqueadas por toneladas e toneladas de rochedos que impossibilitam a mínima hipótese de avançar), ficando para trás a maioria, quase a totalidade, da população enlouquecida pelos sequazes do 3.º Senhor Luzbel, ou melhor, da sua Chaya ou “Sombra psicofísica” que em revolta tentou o 4.º Senhor, e por este a população caída nas práticas mais nabalescas que só as águas purificadoras do Karma poderiam lavar, purificar, redimir… Pois bem, desse evento da História da Obra do Eterno referente à origem dos Sedotes ou Badagas da Cidade Jina de Sintra, ficou a memória deturpada ou ofuscada pelos milénios de ignorância por apartamento da Lei Eterno, inventando-se a lenda dos sereios que vivem escondidos em grutas na orla marítima da serra, que o mar furioso não deixa que se penetre nelas. O facto dos sereios ou tritões (tritão é a forma mitológica do Deus Neptuno, que no Período Atlante tinha aqui o seu templo de vestais e sibilas e se chamava Rej-Vah, isto é, “Lua Azul”, donde para sempre Sintra ficar tradicionalmente conhecida como Serra da Lua, a mesma azul de Rajas ou o Mar do Akasha Médio, sim, o Trono da Mãe Divina Allamirah. Donde a ligação simbólica – e não só… – de Praia Grande de Sintra a Mar Grande de Itaparica…) encaminharem ou perderem os navegantes, também é lenda (nascida da clarividência involuntária de alguns vendo os “espíritos da Natureza” ou elementais do Plano Etérico, devido a alguma sobrexcitação momentânea): tão-só significa que os Badagas do Inframundo podem muito bem servir de Guias físicos aos Iniciados verdadeiros, mas que arredam de si e do seu meio todos os despreparados e profanos, servindo-se de todas as formas ilusórias akáshicas ou etéricas pelo processo de Maya-Vada, inclusive materializando-as, podendo redundar em graves prejuízos psicofísicos para os que insensatamente se lançam em aventuras espúrias.
3.º Cosmogenicamente, o tritão representa a Hierarquia dos Pitris Barishads, a ancestral oriunda da Cadeia Lunar, e por ser ancestral, anciã ou primordial a figura em questão apresenta-se como um velho barbado; e por o seu Plano mais denso ser o Etérico sob a influência da Lua que regula as marés do oceano da Vida Terrestre, eis a razão da sua cauda de peixe (isto independentemente de Portugal estar sob a égide do signo de Peixes – Júpiter, este o Ancião dos Dias, o Logos Primordial (Sétimo, Astarbel) mais próximo do Eterno; por sua parte, do outro lado do Mar Atlântico ou Atlante o peixe inferior do signo luso (Piscis) aponta o Brasil sob a égide de Virgem – Mercúrio. Mas o signo do Brasil não é o Sol do Rio de Janeiro, isto é, Leão? Sim, mas só para essa cidade capital do Estado, porque o Sol da Nova Aurora é o Oculto que ora desponta no horizonte do Mundo, ou seja, Mercúrio ou Budha (o seu nome sânscrito e pali), correspondendo ao Messias ou Avatara da Nova Era, Maitreya! Isto significa que o Brasil será Trono de Deus na medida em que a Realização de Deus se concretize em plagas lusitanas, concorrendo com as suas sinergias para aí. Não há fórmula para contornar este facto insofismável, por mais engenhosa que alguma teoria solta acaso se apresente.
4.º Antropogenicamente, o tritão representa os 4 elementos naturais reunidos num só sendo, portanto, a Quinta Essência da Natureza, que pela sua condição de primordial ou ancestral representa-se sob o aspecto de ancião. Na figura, tem-se: elemento Terra – a pedra com que foi esculpida; elemento Água – assinalado na concha e pedras de coral em que assenta… a sua condição original ou originária da supradita Cadeia Lunar; elemento Fogo – o tronco de vide com que se faz o vinho que é “fogo líquido”, mas também mental, por a vide ou videira ser símbolo tradicional da Gnose ou Sabedoria Divina. Este tronco seco da Sabedoria Divina bifurca-se ao sair da cabeça do escultórico, assim recambiando para o sentido velado do Y ou da Missão Y, a dos “Sete Raios de Luz” do Logos Único, ficando a Haste Lunar aqui (a que aponta para terra) e a Haste Solar para acolá Além-Mar, o Brasil, a “Nova Lusitânia “ de Pedro de Mariz (século XVII). Está muito bem assim, pois a Obra de Akbel nasceu em Sintra e um dia haverá de concluir-se em São Lourenço, nas Lavras de Minas Gerais.
5.º Servindo de escrotos ao esculpido, aparecem dois girassóis ou helióticos, sim, “gira- sol” ou o Cruzeiro Mágico dos Marizes (como dizia JHS, o mesmo Professor Henrique José de Souza), sinal claro do Novo Pramantha (Novis Phalux ou Palos) locomovido na Terra pelo Poder Iluminado de Kundalini, a Força Armipotente do Espírito Santo que parte do Centro da Terra – Shamballah – projectado pelo seu Logos, a Terceira Hipóstase Divina, a própria Quinta Essência Viva da Natureza, aqui representada na alegoria do Ancião das Idades que a lenda popular, simples e imaginativa, tem tão-só como representação do povo tritão do mar de Sintra.
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Manuel J. Gandra, no seu estudo O Eterno Feminino no Aro de Mafra (edição Câmara Municipal de Mafra, Setembro de 1994), dispõe no Período Atlante a Serra de Sintra avançando muitas centenas de quilómetros para Sudoeste, que após sofrer grande afundamento com este originou-se o actual estuário do Tejo, que antes (Mioceno) desembocava com o Sado num extenso delta comum abrangendo desde Ferreira do Alentejo até Alenquer. Consequentemente, os rios Tejos e Sado eram próximos como próximas das lendas dos tritões de Sintra são as sadinas dos sadãos ou sárrios, como já disse, que viviam junto à península de Setúbal com Tróia defronte, dispondo essa cidade numa origem antediluviana fundada por personagem bíblico.
Com efeito, segundo a fábula etnogénica recolhida e divulgada por Santo Isidoro de Sevilha (ano 560 – 4.4.636), acolhida na Crónica do Mouro Razis, transmitida à tradição monástica portuguesa de Quinhentos e Seiscentos por eruditos de renome, como Manuel de Faria e Sousa, em Europa Portuguesa, vol. I, IX, perpetuada por Frei Bernardo de Brito na Monarquia Lusitana, cap. I, XXII, Setúbal foi fundada pelo neto de Noé e quinto filho de Jafé (Génesis, 10:2), Tubal, tendo escolhido as imediações do Cabo Espichel ou da Senhora de Mu(a) para aí se instalar e daí iniciar o povoamento de toda a Hispânia. Tubal tem relação com Tubalcaim e a tradição da forja subterrânea, ou melhor, do “Ferreiro” ou Serapis que forja e malha os metais com os fogos do seio da Terra. Nisto revela-se Saturno no aspecto ctónico e Marte na faceta metalúrgica, não sendo por acaso ter essa herança arquetípica chegado à actualidade, onde os melhores metalúrgicos do País sediavam-se em Setúbal que, tal como os antigos fenícios deste lugar, consertavam e construíam os navios que se faziam ao largo em rotas transcontinentais, indo mesmo ao continente americano.
Por outro lado, sabe-se que os primeiros habitantes da vizinha Serra da Arrábida foram os sárrios, de que subsistem vestígios de fortificações em vários cabeços da serra. Estes sárrios proto-históricos terão depois sido aglutinados pela cultura romana e da sua época sobrevive a memória descritiva. Assim, segundo André de Resende nas suas Antiguidades da Lusitânia, em Setúbal, a antiga Cetóbriga, a igreja de Santa Maria de Tróia foi levantada sobre o primitivo templo de Júpiter-Amom, de que só sobrou o alpendre. Também na ponta do Outão foram descobertas, em 1644, as ruínas de um templo consagrado ao deus Neptuno (Lua), enquanto no chamado Monte Tormoinho existem as ruínas de um outro templo pressupostamente consagrado a Apolo (Sol). De ambos os templos há provas arqueológicas documentadas.
Pedra Furada - Setúbal
Pedra Furada: ruínas sárrias, Setúbal
Volvendo a Tubal, revelado na função de Manu ou Condutor de Povo, este bem poderia ser o Seth ou Sárrio, fonema inspirando-me esse outro de sáurio, que é dizer, o réptil serpentário que “rasteja”, “escorrega” para as tocas ou lokas dentro da Terra, novo motivo indicador do povo ctónico ou Sedote que, diz a Tradição Iniciática das Idades, habita nas entranhas profundas da Serra da Arrábida, distendida desde o Cabo Espichel até quase às portas de Alcácer do Sal. A península de Setúbal engloba todo o maciço rochoso da Arrábida e tem por axis mundi o próprio Cabo Espichel, o lugar da Senhora de Mu (Mu-Ísis), alusão toponímica à Atlântida como o mesmo País de Mu. Ora, no Portinho da Arrábida há várias grutas e lapas dando entrada nas entranhas da Mãe-Terra, uma delas, a mais famosa, a Lapa de Santa Margarida. Ainda que se diga ser este santuário subterrâneo consagrado à referida santa, na verdade o é a Nossa Senhora da Salvação ou da Galé (nisto como Barca, Arca ou mesmo Agharta… a Terra da Salvação, o Éden Terreal). Como margarida ou margarita é algo precioso, a pérola na interpretação latina, valendo dizer aqui como Jesus o Cristo disse: “não atireis pérolas (margaritas) aos porcos”, ou profanos, para não ser maculado o Mistério Maior do Mundo que é do seu Sanctum-Sanctorum, precisamente assinalado na Senhora da Salvação que é a timoneira segura da Galé, que por sua conotação a Agharta merece o título de Primeira Mãe, Adamita, e Rainha do Mundo, Chakravartini.
Ainda assim, dentro da lapa esteve um altar em honra da virgem e mártir Margarida, diz-se, desde época remotíssima, mas que creio ser dos primórdios da instalação nos arrábidos na serra, no século XVI. A gruta mede mais de 22 metros de comprimento, mas como se complica com outras menores, em algumas partes mede mais de 40 metros; pode conter de 400 a 500 pessoas, que no dia consagrado à santa iam aí realizar uma missa cantada com archotes nas mãos, dando ao quadro geral a impressão fortíssimo de estar-se num Templo Jina em plena celebração. Nesta gruta rebentava uma fonte da mais pura e fina água, que nunca secava. O tecto estava ornado de formosas estalactites as quais, vistas à luz dos archotes, produziam efeitos surpreendentes, havendo ao fundo uma grande ruptura por onde entra o ar e a luz, algumas vezes também o mar. A ermida da gruta é quadrada, fez-se-lhe tecto forrado e pintado com motivos multicores, e estava telhada por causa da água que cai pelos intervalos da rocha. Tendo três nichos adiante e sobre o altar, no central ficava a imagem sagrada da Senhora da Salvação, apresentando na mão direita a galé iconográfica.
Capela Lapa
Lapa de Santa Margarida, Portinho da Arrábida, Setúbal
Defronte da lapa levanta-se sobranceiro ao mar o Penedo. Este, como muitos outros lugares da orla marítima da serra, está ligado à tradição lendária da Arrábida cujo povo conta que ali apareciam homens marinhos, alguns monstros que o traziam apavorado os quais, pelas grandes dimensões, chamavam simplesmente “os homens”. Esta tradição, igual à da costa marítima de Sintra, onde a voz popular jurava ali viverem homens marinhos, sendo humanos barbudos da cintura para cima, e dessa para baixo com caudas de peixes, narrativa que Damião de Góis recolheu e incluiu na sua obra de 1544 Urbis Olisiponis Descriptio. Tudo isso faz-me recuar, mais uma vez, à origem bíblica de Setúbal a partir do Cabo Espichel (ou Capum Capricornicum), pois essa etnogenia sagrada, incluindo os sárrios ou oestrymnia, dos quais descendem as ofiússas ou “mulheres-serpentes” (virgens ou vestais de um culto ctónico primordial, antediluviano em Lisboa ou Ulissipa), tão-só significará uma linhagem real e respectivo povo antecessor do Dilúvio Universal (testemunhado em azulejos na igreja matriz do Monte da Caparica) da Atlântida, cujos melhores da Raça ter-se-iam interiorizado em amplos e profundos espaços abertos no ventre da Terra.
Jardim Botânico de Lisboa
Fonte das Ofiússas, Jardim Botânico, Lisboa
Não deixa de ter algo a ver com o êxodo da Humanidade sobrevivente da catástrofe atlante procurando terra segura o texto inscrito na tábua árabe descoberta recentemente (Agosto de 2009) numa gruta do Vale das Lapas na Serra da Azóia (Sesimbra), portanto, dentro do aro geográfico do Cabo Espichel. A descoberta deveu-se a Rui Francisco e Miguel Amigo, arqueólogos sesimbrenses, constando a tábua árabe de uma peça compacta rectangular com 58 cm de comprimento por 15,5 cm de largura e 1 cm de espessura, estando escrita a Sura 39.ª do Alcorão em estilo cúfico dos dois lados, tornando-a coerente com o que era usado no século XII no contexto almorávida. É possível que o objecto tenha sido escondido na gruta em 1165 ou pouco depois, ano que representa a primeira conquista do castelo de Sesimbra pelas forças cristãs. Apesar do facto deste objecto portador de baraka (bênção) estar ocultado, não deixava de ser benéfico para a região envolvente, porque mesmo que o território caísse nas mãos dos não-crentes a Palavra de Allah permitia a ligação espiritual ao Dar al-Islam na perspectiva do crente islâmico. Provavelmente, quem escondeu esta placa cúfica pretendia simbolizar a fuga do Profeta Maometh para Medina que antecedeu o seu regresso triunfal a Meca. É nisto que se estabelece a simbiose simbólica entre a fuga do Profeta e a fuga do Atlante, como igualmente entre período conturbado de Sesimbra conquistada pelo cristão e a Atlântida devorada pelo oceano.
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Tábua árabe da Serra da Azóia, Sesimbra
Hoje sobrevivem as tradições e memórias, não raro desfiguradas pelas mil e uma lendas e fábulas, uma mais fantástica que as outras, mas que o verdadeiro Iniciado, como Teósofo e não simples teosofista papagueador do que ouviu ou leu, saberá interpretar na devida medida e justa correcção. Não deve esquecer-se, ainda, o que a Geologia tem a dizer sobre a actual Serra da Arrábida: formação que se iniciou durante o Mioceno, sendo o remanescente de uma ilha ou de uma cordilheira outrora mais extensa para Sul e Ocidente. Segundo C. Freire de Andrade, a tectónica do Vale do Tejo e dos vales submarinos ao largo da Costa da Caparica têm relação com as nascentes termo-minerais de Lisboa. Eis mais uma prova cabal da ligação Sintra – Setúbal, esta indesmentível para a própria ciência académica que a afirma. Quanto ao bíblico Seth, os judeus no Livro dos Jubileus descrevem a herança da Península Ibérica a favor Japhet e Ham, isto é, da Terra de Eleição da Nova Jerusalém (Novis Hierusalem) a soerguer, no particular por mentes e mãos sefarditas, nesta parte Ocidental da Terra, e sob a égide dos três descendentes de Adam, o Pai ou Homem Primordial, cujos nomes, por sua vez, carregam a sigla avatárica JHS, neste contexto valendo igualmente por Insignis Homnibus Setubalis.
Finalmente, para fechar com chave de ouro e de volta aos Açores, cedo lugar a Ângela Furtado-Brum que conta a lenda da Atlântida tal como corre nas vozes do arquipélago:
Conta-se que houve em tempos um continente imenso no meio do oceano Atlântico chamado Atlântida. Era um lugar magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave, grandes bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às vezes até davam duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, cheios de saúde e força. Os seus habitantes eram os Atlantes, que tinham uma enorme civilização, mesmo quase perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o estanho. Havia jardins, ginásios, estádios… todos eles ricamente decorados, e ainda portos de grandes dimensões e muito concorridos.
As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e que só eles conheciam __ o oricalco. Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias ilhas em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas.
Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e, por isso, desencadearam um terramoto tão violento que afundou o continente numa só noite. Mas parecia que esta terra era mesmo mágica, pois ela não se afundou por completo: os cumes das montanhas mais altas ficaram à tona da água formando nove ilhas, tão belas quanto a terra submersa __ o arquipélago dos Açores.
Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e foram para todas as direcções, deixando descendentes pelos quatro cantos do mundo. São todos muito belos e inteligentes e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo inexplicável de voltar à sua pátria.
Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois do cataclismo os que sobreviveram esqueceram-se ou não o sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar… mas que um dia há-de voltar.
OBRAS CONSULTADAS
Vitor Manuel Adrião, História Secreta do Brasil (Flos Sanctorum Brasiliae). Madras Editora Ltda., São Paulo, 2004.
Vitor Manuel Adrião, A Ordem de Mariz (Portugal e o Futuro). Editorial Angelorum, Lda., Carcavelos, Maio de 2006.
Sebastião Vieira Vidal, Série Munindra. Edição Sociedade Teosófica Brasileira, 1965.
A. R. Silva Júnior, A Atlântida (Subsídio para a sua reconstituição histórica, geográfica, etnológica e política). Revista A Arquitectura Portuguesa, Lisboa, Janeiro de 1930 a Maio de 1933.
Cadernos da Tradição – Ecos portugueses da Atlântida. Director: Manuel J. Gandra. Hugin Editores, Lda., Lisboa. Ano II, n.º 3/4, Equinócio da Primavera de 2004.
Juan G. Atienza, Os sobreviventes da Atlântida. Editora Litexa, Lisboa, 1978.
Augusto Ferreira Gomes, Quinto Império. Prefácio de Fernando Pessoa. Parceria de A. M. Pereira – Livraria Editora Lda. 1.ª edição, Lisboa, 1934. Última edição, Lisboa, 2003.
Ângela Furtado-Brum, Açores, Lendas e Outras Histórias. Ribeiro & Caravana Editores, 2.ª edição, Dezembro de 1999.
Martins Sarmento, Antíqua – Apontamentos de Arqueologia. Sociedade Martins Sarmento, Guimarães, 1999.
Luís Gonçalves, Manuel Calado, Rosário Fernandes, Leonor Rocha, Nova Carta Arqueológica de Sesimbra. Universidade de Évora – Câmara Municipal de Sesimbra, 2011.
 
TOMAR, A MENTORA DAS VIAGENS OCEÂNICAS
Em 1416, o Infante D. Henrique dividia o seu tempo entre o castelo de Tomar, sede da Ordem, e a vila de Lagos, no Algarve. Em Tomar, administrava as finanças, a diplomacia e a carreira dos pilotos iniciados nos segredos do empreendimento marítimo. Inclusivamente, o castelo era um cofre de recursos e de informações secretas. Por sua vez, Lagos e a Vila do Infante , junto a Sagres, funcionavam como escola e base naval.

Assim, o Infante D. Henrique viveu tanto em Sagres como em Tomar, preparando-se espiritualmente para a grande gesta das Descobertas. Nesta cidade teve início uma das maiores aventuras da humanidade, a fazermos fé no que disse o ilustre historiador Arnold Toynbee:
“Depois de Cristo, o maior acontecimento da História são as Descobertas.”
...
Essa aventura encontra na mística e no culto do Espírito Santo uma das suas mais fortes razões de ser. Como diz Anselmo Borges:
“Ora, na génese da aventura marítima não estão razões apenas de ordem material. É que, se estas são as mais urgentes, não são as fundamentais. Sem a mística e o culto do Espírito Santo, os Descobrimentos não têm plena inteligibilidade.”

Foi em Tomar que o Infante D. Henrique concebeu e amadureceu a ideia das explorações marítimas. Aí teve início a gesta náutica que levou as caravelas portuguesas “por mares nunca dantes navegados”, ostentando nas suas velas o símbolo da Ordem de Cristo. Como afirma Amorim Rosa:
“Se Sagres foi a mão que lançou ao mar as caravelas das Descobertas, Tomar foi o cérebro que organizou as expedições e o alfobre de onde saíram os primeiros capitães das naus. E a Ordem de Cristo foi a fonte de onde jorrou todo o oiro necessário para alimentar tão grande empresa.”

Em Tomar, o Infante D. Henrique mandou “cada semana, ao sábado, por sempre em minha vida e depois da minha morte dizer uma missa de Santa Maria, e a comemoração seja do Espírito Santo.”

In Eduardo Amarante, “Templários”, Vol. 3
QUINTO / NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
... Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa
QUINTO / NEVOEIRO 

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, 
Define com perfil e ser 
Este fulgor baço da terra 
Que é Portugal a entristecer — 
Brilho sem luz e sem arder, 
Como o que o fogo-fátuo encerra. 

Ninguém sabe que coisa quer. 
Ninguém conhece que alma tem, 
Nem o que é mal nem o que é bem. 
(Que ânsia distante perto chora?) 
Tudo é incerto e derradeiro. 
Tudo é disperso, nada é inteiro. 
Ó Portugal, hoje és nevoeiro... 

É a Hora! 

Fernando Pessoa

Anjo de Portugal

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"A pedido do rei Dom Manuel e dos bispos portugueses, o Papa Leão X instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já era antigo em Portugal. Oficializada a celebração tradicional, Dom Manuel expediu alvarás às câmaras municipais a determinar que essas festas em honra do nosso Anjo da Guarda fossem celebradas com a maior solenidade. Na festa do Anjo de Portugal deveriam participar as autoridades e instituições das cidades e vilas além de todo o povo. Esta celebração manteve o seu esplendor durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Por determinação das Ordenações Manuelinas a festa do Anjo de Portugal era equiparada à festa do Corpo de Deus, já então a maior festa religiosa de Portugal, em que toda a nação afirma a sua Fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
De acordo com o testemunho dos Pastorinhos de Fátima, em 1915 e 1916 o Anjo de Portugal apareceu por diversas vezes a anunciar as aparições de Nossa Senhora nesta sua Terra de Santa Maria e deu aos Pastorinhos a comunhão com o «preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo» como ele próprio declarou. O culto do Anjo de Portugal teve o seu maior brilho nas cidades de Braga, Coimbra e Évora, e manteve-se na diocese de Braga onde se celebrava a 9 de Julho. No tempo de Pio XII a festa do Anjo de Portugal foi restaurada para todo o País e transladada para o dia 10 de Junho para que o Dia de Portugal fosse também o Dia do Anjo de Portugal.(Fonte: Faz-te Sempre Presente)
"A pedido do rei Dom Manuel e dos bispos portugueses, o Papa Leão X instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já era antigo em Portugal. Oficializada a celebração tradicional, Dom Manuel expediu alvarás às câmaras municipais a determinar que essas festas em honra do nosso Anjo da Guarda fossem celebradas com a maior solenidade. Na festa do Anjo de Portugal deveriam participar as autoridades e instituições das cidades e vilas além de todo o povo. Esta celebração manteve o seu esplendor durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Por determinação das Ordenações Manuelinas a festa do Anjo de Portugal era equiparada à festa do Corpo de Deus, já então a maior festa religiosa de Portugal, em que toda a nação afirma a sua Fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
De acordo com o testemunho dos Pastorinhos de Fátima, em 1915 e 1916 o Anjo de Portugal apareceu por diversas vezes a anunciar as aparições de Nossa Senhora nesta sua Terra de Santa Maria e deu aos Pastorinhos a comunhão com o «preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo» como ele próprio declarou. O culto do Anjo de Portugal teve o seu maior brilho nas cidades de Braga, Coimbra e Évora, e manteve-se na diocese de Braga onde se celebrava a 9 de Julho. No tempo de Pio XII a festa do Anjo de Portugal foi restaurada para todo o País e transladada para o dia 10 de Junho para que o Dia de Portugal fosse também o Dia do Anjo de Portugal.(Fonte: Faz-te Sempre Presente)
 
Também gosto muito desta imagem do ANJO de PORTUGAL
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Obrigada Pérola Dourada
LUGAR MÁGICO
Ao nos deslocarmos a um local mágico, não nos basta conhecer a componente física do lugar. Por exemplo, poderemos ir a Sagres e pensarmos que nesse mesmo lugar esteve o Infante D. Henrique, mas não passaremos daí. O aspecto psicológico envolvente, esse sim, é muito importante. Sagres significa lugar sagrado: aliás, outrora era conhecido como Promontório Sagrado, sendo então um local especial por natureza; contudo, voltamos a reafirmar que o aspecto psicológico é fulcral, na medida em que as coisas manifestam-se primeiro em termos psicológicos, anímicos, e só depois no concreto.

Para nós, a Escola de Sagres representa algo que está no nosso inconsciente colectivo; representa um Sonho, uma Aventura, o desbravar de Novos Mundos. Enquanto este Sonho habitar o Homem o local estará vivo, ainda que não tenha existido. De certa forma, a existência de um lugar é a consequência de algo que não pertence ao plano físico; daí a importância do Mito, que, contrariamente ao que se poderá pensar, não é uma simples história para crianças, mas o relato de vivências psicológicas bem reais.
Fernando Pessoa exprime bem a realidade do Mito quando diz: “O Mito é o nada que é tudo.”

in "UNIVERSO MÁGICO E SIMBÓLICO DE PORTUGAL"
LUGAR MÁGICO
 Ao nos deslocarmos a um local mágico, não nos basta conhecer a componente física do lugar. Por exemplo, poderemos ir a Sagres e pensarmos que nesse mesmo lugar esteve o Infante D. Henrique, mas não passaremos daí. O aspecto psicológico envolvente, esse sim, é muito importante. Sagres significa lugar sagrado: aliás, outrora era conhecido como Promontório Sagrado, sendo então um local especial por natureza; contudo, voltamos a reafirmar que o aspecto psicológico é fulcral, na medida em que as coisas manifestam-se primeiro em termos psicológicos, anímicos, e só depois no concreto. 

Para nós, a Escola de Sagres representa algo que está no nosso inconsciente colectivo; representa um Sonho, uma Aventura, o desbravar de Novos Mundos. Enquanto este Sonho habitar o Homem o local estará vivo, ainda que não tenha existido. De certa forma, a existência de um lugar é a consequência de algo que não pertence ao plano físico; daí a importância do Mito, que, contrariamente ao que se poderá pensar, não é uma simples história para crianças, mas o relato de vivências psicológicas bem reais. 
Fernando Pessoa exprime bem a realidade do Mito quando diz: “O Mito é o nada que é tudo.”
 
in "UNIVERSO MÁGICO E SIMBÓLICO DE PORTUGAL"
Ave Maris Nostra (o legado da Ordem de Mariz) – Por Paulo Andrade Domingo, Ago 22 2010
INTRODUÇÃO
Fazer um estudo sobre a secretíssima e soberana ORDEM DE MARIZ não se afigura tarefa fácil, pois escasseiam as fontes de consulta e porque toda a sua actividade é desconhecida do grande público e os respectivos Membros sempre agiram de forma “ENCOBERTA”. Como ADEPTOS PERFEITOS que eram, e são, a sua actividade faz-se sempre longe dos olhares profanos e só é visível a escassos emissários ou representantes estrita e antecipadamente seleccionados por essa Ordem (Supra) Secreta para agirem no aqui e agora, das maneiras mais diversas, todavia bem concretas e objectivas sempre em prol dum Bem maior que em última instância é a própria Evolução da Humanidade, em particular de PORTUGAL.
Apesar de escassearem as fontes documentais, mesmo assim pode-se encontrar, apesar de forma velada, alguns escritos que lidos entrelinhas e entendidos segundo “o espírito que vivifica e não só pela letra (aparência) que mata” ou ofusca o entendimento mais profundo, referências óbvias à ORDEM DE MARIZ, nomeadamente no TRATADO DO SUBSOLO, de FERNANDO PESSOA, onde as suas alusões à “ORDEM TEMPLÁRIA DE PORTUGAL” ou “ORDEM DE CRISTO” mais não são que formas veladas de falar da ORDEM DE MARIZ, dos seus Ritos e métodos de Iniciação. Também o enigmático LUSITANUS, na sua obra SINAIS DOS TEMPOS, faz a seguinte descrição: «Conserva Deus esse seu “Filho macho” ou Varão, em Lugar oculto e invisível aos nossos olhos, para executar todo esse Plano grandioso de conversão geral da Humanidade ou do estabelecimento do seu Reino na Terra, convertendo-a num Céu. Nessa Terra oculta e desconhecida, não poderá Deus, por Seu Poder infinito, e para quem não existem impossíveis, conservar nessa Ilha esse seu Filho, que há-de sair de CORDO MARIS para ser instrumento da grandiosa Obra que tem em vista». Podemos ver aqui referências óbvias ao Messianismo ou Avatarismo desde a Illiam Occultam, quiçá SHAMBALLAH ou SALÉM, portanto, ao Advento em Terras de PORTUGAL ou de expressão portuguesa, a “NOVA LUSITÂNIA”, expressão feliz inserta nos DIÁLOGOS DE VÁRIA HISTÓRIA, de PEDRO DE MARIZ, do “ENCOBERTO”, do “Novo Messias” paradigma dum Ciclo Planetário, ou seja, o Avatara CHENRAZI AKTALAYA MAITREYA, o Cristo Universal Redentor da Humanidade. Advento esse já bem preparado e pré-anunciado pela ORDEM DE MARIZ, a CORDO MARIS ou “Coração do Mar” (de Akasha, o Éter quintessência da Vida) palpitando secreta, encoberta nessa esperançosa Ilha das Bem-Aventuranças, a mesmíssima AGHARTA, Terra de Eleição onde a Grande FRATERNIDADE BRANCA tem seu trono, da qual uma das suas 7 Ramas, precisamente a QUINTA, é exactamente a ORDEM DE MARIZ, “Cadinho de Adeptos” com que se cozinha o QUINTO IMPÉRIO do Mundo. Também LUÍS VAZ DE CAMÕES, em OS LUSÍADAS, aponta os “BARÕES ASSINALADOS”, mais não sendo que os primorosos ADEPTOS MARIZES, cujas Armas estão assinaladas em Terras de PORTO-GRAAL e inclusive tendo auxiliado D. AFONSO HENRIQUES na formação de PORTUGAL.
Quem primeiro divulgou de forma pública a existência da ORDEM DE MARIZ, as suas origens e actividades, foi o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, praticamente nos inícios do século XX através da revista DHÂRANÂ, que era o órgão oficial da SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA e, posteriormente, da SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE, além de ter feito muitíssimas outras revelações inéditas sobre a mesma Milícia caracterizada Lusitana no vasto cardápio secreto ou reservado que são os seus LIVROS DE REVELAÇÕES. É nesses ensinamentos que nos baseamos para este estudo, a par das mais recentes mas excelentes obras literárias de VITOR MANUEL ADRIÃO, fundador da COMUNIDADE TEÚRGICA PORTUGUESA e fiel seguidor e divulgador dos ensinamentos do Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, ao contrário de alguns alucinados febris de poder e exibicionismo auto-nomeados valor algum excepto servirem-se dos valores da mesma C.T.P., ainda por cima querendo dar à mesma as lições que aprenderam nela!!! Também recentemente alguns outros escritores também têm abordado este tema de forma mais ou menos romanceada e floreada pela fantasia, baseados no que ouviram ou leram das fontes citadas (J.H.S. – V.M.A.), pelo que não deixamos de dar primazia a quem primeiro e seriamente divulgou o tema ORDEM DE MARIZ, pois estamos crentes de ser aí que está realmente a verdade, e não nos critérios fantásticos de estórias absolutamente carentes de bases históricas e sobretudo iniciáticas, “critérios” geralmente sendo o da auto-afirmação de auto-suficiência fomentada pelo psiquismo e devaneio de quem assim se assume. Tal não é a nossa via mental, tampouco física, e assim iremos tentar, da forma a mais concisa possível, demonstrando pessoas, locais e factos, que realmente a ORDEM DE MARIZ não é uma quimera romanceada e sim uma Ordem Real, fundamento dos destinos espirituais de PORTUGAL, o PORTO DO GRAAL, e por extensão, desde 1500, do BRASIL, sendo SOBERANA por assistir à fundação de todas as demais Ordens Religiosas e Militares, a partir dos meados do século XII, em PORTUGAL, ao mesmo tempo Arauta e Obreira do Advento do AVATARA CHENRAZI AKTALAYA MAITREYA, o “ENCOBERTO”, o “NOVO MESSIAS” da Humanidade que, afinal, tem nome bem português, reconhecido EL MANU.
HISTÓRIA
Para falar das origens da ORDEM DE MARIZ, temos que falar da ancestralidade de PORTUGAL, abrigando os restos humanos da 4.ª Sub-Raça Céltica ou Gaulesa desta 5.ª Raça-Mãe, a Ariana, cuja extensão abrangia a faixa geográfica do Cantábrico até ao Douro, logo, abrangendo a Galiza e o Minho descendo até ao Porto. Como prova da presença da ORDEM DE MARIZ na Galiza, podemos encontrar uma localidade, perto da rota para San Juan de la Peña, nas Astúrias, chamada MARIZ. A Sabedoria Iniciática das Idades ou Tradição Primordial, fala-nos da origem do nome PORTUGAL como Porto Galo ou dos Gauleses, mas também e essencialmente PORTO-GRAAL, “PORTO DO GRAAL”, Abrigo do Santo Cálice da Última Ceia, e assim ao Mistério do Santo Sangue Real de todos os AVATARAS se ligar o nosso País desde a remota Era de MU ou a ATLÂNTIDA. Mistério esse renovado no início do Cristianismo Peninsular pelo Apóstolo SANTIAGO MAIOR, 60 anos após a Tragédia do Gólgota, tendo mandado construir próximo de BRAGA, Primaz da Hispânia, no lugar da “Fonte do Ídolo” o primeiro templo cristão ibérico que dedicou à Mãe de Deus sob o Orago STELLA MARIS, culto prosseguido séculos depois, de maneira apologética apesar de secretíssima por sua rendição cultual aos Mistérios de MELKITSEDEK, interditos à Humanidade vulgar, pela Soberana ORDEM DE MARIZ, constituída pelos 111 ASSURAS antigos INICIADOS KURATS ou ATLANTES entretanto reencarnados em novos corpos, os mesmíssimos que se interiorizaram há 6500 anos, aquando do último cataclismo geológico que destruiu o que ainda restava da ATLÂNTIDA, na Montanha que se tornou MONTE SANTO e Mansão Secreta do Manu ário-atlante UR-GARDAN, ou seja, a de KURAT ou KURAT-AVARAT, significando “a medida perpendicular da Terra ao Sol”, a qual é hoje universalmente conhecida por SINTRA. Temos, assim, que da ORDEM TRIBUTÁRIA DE KURAT, atlante, nasceu a ORDEM TEMPLÁRIA DE MARIZ, ariana, igualmente Tributária cujos Adeptos eram reconhecidos pelo barrete frígio que usaram, por exemplo, na Cavalaria do Mar em Quinhentos.
Selo da carta de doação de Tomar aos Templários,
por D. Afonso Henriques, com a legenda Portugral
Em Sintra, onde o CONDE D. HENRIQUE DE BORGONHA e seus pares mais ilustres estiveram por várias vezes muito antes da reconquista definitiva aos Mouros, destes os seus mais sábios Iniciados nos Mistérios de SALÉM, a “Terra do Centro”, diz a Tradição que facultaram a alguns dos Barões borgonheses, perfilados ORDEM DE AVARAT, “A Tradição dos nossos Maiores” (possivelmente sendo sobretudo a estes que Camões apontou como os “BARÕES ASSINALADOS”), o acesso aos saberes secretos correlacionados à tradicionalmente conhecida SURA-LOKA (Embocadura Aghartina de SINTRA), tendo-os instruído quanto à criação e fundação futura de uma Nova Ordem que fosse francamente JINA. Nessa época, estava na chefia dos 111 ASSURAS “Sintrianos” o Grande Mestre AB-ALLAH, que terá profetizado ao CONDE D. HENRIQUE que o seu primogénito haveria de ser Rei de País Soberano e Chefe de Ordem Maior. É assim que, entrados no século XII e já morto o CONDE D. HENRIQUE, o jovem seu filho AFONSO HENRIQUES, encabeça uma plêiade de SÁBIOS, SANTOS e GUERREIROS das três correntes tradicionais do Livro (Judeus, Cristãos e Árabes) e dirigem-se a um recanto fundo no Norte do País, a SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, junto a CARRAZEDA DE ANSIÃES, no Distrito de BRAGANÇA, e aí reunindo-se os 32 Membros do CULTO DE MELKITSEDEK mais o jovem Príncipe, este é duplamente reconhecido: Chefe Supremo da recém-formada ORDEM de MARIZ e Rei incontestado do País que se criava, portanto, Senhor dos Dois Poderes, ESPIRITUAL e TEMPORAL, PAX ET LEX, prerrogativas do próprio MELKITSEDEK assim como do Arcanjo MIKAEL, que ao par de MARIA são o Orago de PORTO-GRAAL.
Tem-se assim na constituição dos 33 Membros iniciais da ORDEM DE MARIZ:
1 GRÃO-MESTRE
12 GOROS (JUDEUS)
10 CAVALEIROS (CRISTÃOS)
10 ARQUEIROS (ÁRABES)
TOTAL: 33 OFICIAIS (MAKARAS)
MAIS
78 SUB-OFICIAIS (ASSURAS):
25 ASSURAS “JUDEUS” (CABALISTAS)
25 ASSURAS “CRISTÃOS” (GNÓSTICOS)
25 ASSURAS “ÁRABES” (ALQUIMISTAS)
2 MINISTROS DO GRÃO-MESTRE
1 CONTRAPARTE FEMININA DO GRÃO-MESTRE
TOTAL COMPLETO:
111 ASSURAS.
Diz a Tradição Iniciática que AFONSO HENRIQUES era a reencarnação do primitivo Manu UR-GARDAN, associado ao ULISSES da mitologia grega, este que na realidade fora o Rei atlante LISSIPO, o qual juntamente com a Rainha atlante LISSIPA governaram a cidade de ULISSIPA, hoje LISBOA, que se estendia até à actual SINTRA, nesse tempo chamada KURAT, como já foi referido. Os KURATS atlantes que haviam caído com a queda espiritual e material da Quinta Cidade e Capital do Continente, APTALÂNTIDA, ou melhor, MUAKRAM, estavam agora reencarnados nos ASSURAS AVARATS que viriam a ser reorganizados pelos MAKARAS MARIZES, sob a direcção suprema de EL RIKE, ANRIQUE ou HENRIQUE, nome considerado tão sagrado que só nos fins do século XIII se vulgarizou, pois até aí só Seres de grande distinção tinham direito a ele.
A ORDEM DE MARIZ fundada espiritualmente em SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, temporalmente teria a sua fundação no próximo Castelo TEMPLÁRIO de CARRAZEDA DE ANSIÃES, com a sua igreja de SÃO SALVADOR DO MUNDO, neste caso, SALVADOR (ESPIRITUAL) de PORTUGAL AO MUNDO. A ORDEM DOS TEMPLÁRIOS era assim o “Escudo Defensivo” da ORDEM DE MARIZ, portanto, sendo causalidade e não casualidade a presença de vários castelos TEMPLÁRIOS em Trás-os-Montes, implantados em enclaves mágicos, num óbvio propósito geognósico em servir de “Muralha de Protecção” rodeando o Centro Supremo e Espiritual da ORDEM TEMPLÁRIA, ou seja, o enclave mágico de SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES e o Cabido Teúrgico da ORDEM DE MARIZ.
Formado o novo País, MIKAEL ou SÃO MIGUEL iria tornar-se o Arcanjo Custódio ou Guardião de PORTUGAL, a par da imagem fulgurante da VIRGEM MARIA ou VIRGINI MARIAE, Ícones Vivos da AUTORIDADE ESPIRITUAL do novo País PORTUGAL, a partir daí e para sempre protegido pelas vetustas e vivificantes Energias Crísticas e Angelicais de MIKAEL e da MÃE DIVINA, MARIA, VIRGEM “ESTRELA DO MAR” (VIRGO STELLA MARIS) que é VÉNUS, e com isso ALLAMIRAH, “O Olhar Celeste”, seu outro e mais transcendente Nome. Eis porque a ORDEM DE MARIZ possui carácter francamente Mariano, Hipertúlico, o que justifica a quantidade inumerável de imagens, ícones e aparições de santas que se cultuam em PORTUGAL. O próprio nome MARIZ (MARIDJ, em árabe) tem por origem MARIA, MAR, MARIS, MARU, MAKARA, MORIA, MOURO, etc.
Falando um pouco mais do local de fundação da ORDEM DE MARIZ, SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES ou dos ANCIÃOS, os “MAIS ANTIGOS”, há a referir que se situa no fundo de extenso monte descendo para o Rio Tua (ou TAU…), onde brotam duas nascentes cujas águas sulfurosas caem num tanque que as recebe, construído numa casa piramidal que desde há muito é dedicada a SÃO LOURENÇO, e daí a origem do nome do lugar. Tão modesto balneário foi mandado construir pelo Padre ANTÓNIO DE SEIXAS, talvez membro da referida ORDEM, sabendo-se que outrora, ninguém sabendo porquê, chamavam-se às duas fontes HENRIQUE E HELENA, afinal, os GÉMEOS ESPIRITUAIS do NOVO PRAMANTHA ou Ciclo de Evolução Universal que, por causalidade e não casualidade, seriam futuramente quem retomaria o CULTO DE MELKITSEDEK na sua reformada ORDEM DO SANTO GRAAL, ou sejam, HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA E HELENA IRACY GONÇALVES/JEFFERSON FERREIRA DE SOUZA, coadjuvados directamente pelo Insigne casal luso-galaico BARÃO HENRIQUE ÁLVARO ANTUNES DA SILVA NEVES E BARONESA HELENA DOLORES DA SILVA NEVES, ele, nos séculos XIX-XX, o Grão-Chefe Temporal da ORDEM DE MARIZ como DHARANI de 1.ª Categoria.
Da ORDEM DE MARIZ surgiram a ORDEM DE AVIS e a ORDEM DE CRISTO, de onde também vieram preclaros nomes da História Portuguesa, nas mesmas se detectando outros MARIZES tais como NUNO ÁLVARES PEREIRA, o Condestável Santo, a SANTA RAINHA ISABEL, D. DINIS, o Rei Trovador, o INFANTE D. HENRIQUE DE SAGRES, PEDRO ÁLVARES CABRAL, CRISTÓVÃO COLOMBO, etc. Tais Ordens Militares e Religiosas eram expressões exotéricas ou externas da esotérica ou interna ORDEM DE MARIZ, e ambas, a de AVIS com a cor VERDE, e a de CRISTO com a cor VERMELHA, perfaziam as cores da ORDEM DE MARIZ, exactamente o VERDE e o VERMELHO que futuramente iriam tornar-se as cores da Bandeira Portuguesa, cujo pano ondulante é como se expressasse a actividade das duas Forças Cósmicas, FOHAT e KUNDALINI, presentes na YOGA UNIVERSAL do Deus AKBEL, sim, o mesmo METRATON como “Medida (META ou METRA) Perpendicular da Terra ao Sol (ATON)”.
Ordem JINA constituída de JIVAS Superiores ou JIVATMÃS, portanto, Homens Superados reservando-a ultra-secreta e supra-iniciática, a Milícia de MARIZ, descendente directa da desaparecida ORDEM DE KURAT, originalmente fundada pelos míticos LISSIPO e LISSIPA, entretanto desaparecida nas entranhas sibilinas da SERRA DE SINTRA no declinar do Ciclo Atlante devido à catástrofe que então houve, espalhou-se estrategicamente desde SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, em Trás-os-Montes (Berço Espiritual), passando por SANTA CRUZ DE COIMBRA (Capital Política), descendo até SÃO LOURENÇO DE TOMAR e, depois, SÃO LOURENÇO DE SINTRA (Casa Mater), onde se interiorizou para o mundo profano ou o século, para não dizer, ciclo férreo, indo desfechar o seu roteiro em SÃO LOURENÇO DE BUDENS, próximo a SAGRES. SÃO LOURENÇO, constantemente apontado como sinal da presença próxima da ORDEM DE MARIZ, é indicativo dum Caminho Solar ou Evolucional por ser ele mesmo, integrado ao ideário Graalístico, um santo solar, luminoso tanto pelo seu nome como pelos seus atributos taumatúrgicos, revelador da 4.ª Iniciação Real que é a do CHRESTUS ou ARHAT DE FOGO, consequentemente, expressando ao próprio SÃO SALVADOR DO MUNDO no sentido de Senhor da Luz, ARABEL. A Proto-História associa-o ao deus LUG, sendo que a sua festa coincide precisamente com o festival céltico LUGHNASSAD, realizado em Agosto. O seu nome também se encontra associado ao fenómeno celeste da “CHUVA DE ESTRELAS”, ou seja, a chuva de meteoritos vinda da constelação conhecida por PERSEIDAS, ocorrendo geralmente na segunda semana de Agosto, e que leva popularmente o poético nome de “LÁGRIMAS DE SÃO LOURENÇO”.
São Lourenço de Pombal de Ansiães
A ORDEM DE MARIZ é considerada a Quinta Rama da Excelsa Árvore frondosa e bonançosa que é a FRATERNIDADE BRANCA dos MESTRES JUSTUS ET PERFECTUS DO MUNDO, portanto, a Linha MORYA no Passado, no tempo da sua fundação (donde MOUROS, MARUS, MARIZES…), e na Hora Presente do NOVO PRAMANTHA de AQUARIUS, dirigida pela Linha RAKOWSKY ou dos GERMANOS, tendo como Dirigente o Grande CHOAN SÃO GERMANO, o antigo CONDE SAINT GERMAIN, cujo nome original era LORENZO PAOLO DOMICIANI, logo, LORENZO ou LOURENÇO identificado a SÃO LOURENÇO… que tem por Morada Oculta ou Retiro Privado o próprio seio granítico da Montanha Sagrada de SINTRA. Mantém hoje o poderoso influxo da sua influência benéfica para todo o Planeta, a partir do Quinto Templo Universal instalado no Mundo dos BADAGAS ou SEDOTES, e sem a mesma acreditamos severamente que seria difícil ou mesmo impossível a OBRA DIVINA do AVATARA MAITREYA poder vir a firmar-se sobre a Terra.
Em SINTRA, onde ainda hoje mantém a sua Sede Esotérica ou Casa Mater, cuja actividade espiritual se expande para toda a Europa e até as Américas, particularmente o BRASIL, onde a Ordem Soberana também esteve na sua origem, formação, desenvolvimento e independência, os seus raros Adeptos espalharam-se pelo Mundo como preclaros Membros do CULTO DE MELKITSEDEK, hoje mantido na Face da Terra pela Augusta ORDEM DO SANTO GRAAL, retomada para o Novo Ciclo pelo Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA em 24 de Fevereiro de 1954 (INÍCIO DA ERA DO ESPÍRITO SANTO), mas cuja (re)fundação esotérica leva a data de 28 de Dezembro de 1951, quando o Venerável Mestre JHS e o Quinto Bodhisattwa JEFFERSUS (JESUS) assim o fizeram, ao par da fundação da ORDEM DAS FILHAS DE ALLAMIRAH apadrinhada por MORIAH (MARIA) e a Venerável Mestrina HJS.
Os Gémeos Espirituais Helena e Henrique
O desenvolvimento escatológico da ORDEM DE MARIZ fez-se de forma mais proeminente nos seguintes locais:
NORTE – ANSIÃES – FORMAÇÃO – TAMAS. CONDE D. HENRIQUE e a ORDEM DE AVARAT. D. AFONSO HENRIQUES e a ORDEM DE MARIZ.
CENTRO – SINTRA – ORGANIZAÇÃO – RAJAS. ORDENS DE AVIS E DO TEMPLO, com as cores VERDE e VERMELHA de FOHAT e de KUNDALINI, servindo de “Escudo Defensivos” à ORDEM DE MARIZ.
SUL – SAGRES – EXPANSÃO – SATVA. INFANTE D. HENRIQUE DE SAGRES, a sua Escola Náutica e a Diáspora Marítima sob o pendão espiritual de MARIZ.
Desse espírito centrífugo ou de expansão é que se fizeram os DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES, com o objectivo supremo de criar os novos biótipos raciais da Nova Raça de AQUARIUS na consignada “NOVA LUSITÂNIA”, o BRASIL, assunto que desenvolveremos mais à frente, quando estudarmos as vidas do INFANTE D. HENRIQUE, PEDRO ÁLVARES CABRAL e CRISTÓVÃO COLOMBO.
É indispensável repetir-se a afirmação de que a ORDEM DE MARIZ não existe mais em actividade franca ou aberta na Face da Terra, está cerrada para o ciclo profano, praticamente desde os finais da Ínclita Geração e da Dinastia de Avis. Daí para cá, ou age abertamente só em BADAGAS e DUAT, no “Interior da Terra”, ou só age reservadamente ou em segredo e secreto junto de JIVAS pré-seleccionados na Face da Terra, os quais já sejam naturalmente INICIADOS VERDADEIROS capazes de cumprir Ordens superiores e levar avante alguma Missão superior de carácter universal. Foi assim que esses MESTRES REAIS e seus Emissários como INICIADOS de alto quilate, não raro agiram como “ENCOBERTOS” ou “ENCAPUÇADOS” através da ORDEM DE AVIS (expressiva de FOHAT) e da ORDEM DE CRISTO (expressiva de KUNDALINI), cuja fusão cromática dessas duas cores VERDE-VERMELHA dá o PÚRPURA do QUINTO CHAKRA PLANETÁRIO, o de KALA-SISHITA (SINTRA, em sânscrito); na actualidade prosseguem a sua semeadura e colheita através da ORDEM DO SANTO GRAAL e de quantos participam da Diáspora do Espírito Santo a favor da PARÚSIA ou Advento do CRISTO UNIVERSAL, MAITREYA. A Sabedoria MARIZ revela-se de carácter GNÓSTICO, CABALÍSTICO E ALQUÍMICO, no fundo perfazendo o melhor, o mais esotérico, espiritual ou essencial das três grandes religiões monoteístas que estiveram na sua formação: CRISTIANISMO, JUDAÍSMO e ISLAMISMO.
Quanto às identificações e insígnias a ver com MARIZ, a sua saudação consiste em espalmar a mão sobre o peito e incliná-lo ligeiramente para diante, sendo o seu lema e “santo-e-senha” AVE-MARE [e por vezes, AVE MARIS NOSTRA], gesto e verbo ambos de homenagem à MÃE DIVINA, à VIRGEM MARIA ou VIRGINI MARIAE, que também é MARE e MARIS ou MARIZ, pois MARIZ é a MÃE e a MÃE é a KUNDALINI, o FOGO CRIADOR DO ESPÍRITO SANTO, assinalado pela “serpente de fogo” adormecida no cóccix da coluna vertebral, despertada nos ADEPTOS PERFEITOS e elevada até ao topo da cabeça, fazendo brilhar de Sabedoria a Mente e o Coração no peito transbordante de Amor, o que justifica a referida saudação.
As insígnias da ORDEM DE MARIZ são uma CRUZ DOURADA presa por FITA VERDE E VERMELHA, afinal, as cores da BANDEIRA DE PORTUGAL. O emblema secreto da ORDEM é uma POMBA BRANCA DE ASAS ABERTAS, em ouro branco com duas rubinas servindo de olhos, trazendo no bico um pequeno RAMO DE OLIVEIRA, virado a OCIDENTE, do mesmo metal da ave mas esmaltado de verde, com a legenda “AVE-MARE”, por vezes inscrita “AVE MARIS”.
PERSONALIDADES
Iremos agora tratar de abordar alguns nomes proeminentes da nossa História que, de forma mais ou menos directa, tiveram ligações com a ORDEM DE MARIZ. O objectivo, neste caso, não é fazer uma biografia de cada um desses personagens ilustres, pois tal iria tornar-se fastidioso e sem alcançar o objectivo principal deste estudo, mas realçar feitos ou ligações ocultas que não são faladas no normal dos estudos académicos e até espiritualistas que nos são apresentados. Trataremos de sublinhar as suas missões espirituais aliadas às missões temporais, vindo perfazer o legado da ORDEM DE MARIZ ao longo da nossa História.
AFONSO HENRIQUES (1109 – 6.12.1185) ou Alphonso Moniz (pois HENRIQUE é um título venerável que só os Grandes Seres mereciam possuir, significando EL RIKE ou “Guia Bem-Aventurado” na Língua Sagrada VATAN ou AGHARTINA), foi o primeiro e principal baluarte da nossa História, por mais não seja que por ser o Fundador, o Pai da Nação Portuguesa. Dos vários feitos da sua história, destacam-se sobretudo a batalha de São Mamede, em que combate a sua mãe vencendo-a, e a batalha de Ourique em que derrota os “sete reis mouros”, como fora pré-anunciado no mesmo “Milagre Cristológico de Ourique”, quando se deu a aparição do CRISTO despregado da Cruz dirigindo-se a ele, sendo-lhe preconizada a vitória que abriu o caminho para a Independência nacional. Como dissemos, AFONSO HENRIQUES mais não era que EL RIKE, o “Rei (RISHI) e Guerreiro Divino (EL)”, indo fundar a Nação primeira de todas da Europa: PORTO-GRAAL, posteriormente PORTUGAL, atribuindo a sua fundação e protecção a uma Confraria Secreta Supra-Iniciática de quem era o próprio Grão-Mestre – sobre todas as outras a Soberana ORDEM DE MARIZ, que manteve e mantém o ancoramento da Energia Crística na Pessoa Excelsa da MÃE DIVINA nesta nossa Pátria Privilegiada, irradiando daqui a todo o Continente e ao Mundo, tendo por “omphalo” o próprio Templo de Cristo e Maria no Mundo dos Deuses cuja abóbada é a própria Montanha Sagrada de SINTRA, Milícia essa sendo uma Emanação Divina, como aliás todas as outras verdadeiras Ordens da OBRA DE MELKITSEDEK, o REI DO MUNDO. Muito já foi dito neste estudo sobre AFONSO HENRIQUES, no entanto podemos ainda acrescentar que na sua relação com a supradita ORDEM DE MARIZ, onde o revelámos como seu Grão-Mestre, funcionando como JHS ou MERCÚRIO (Andrógino) em simultâneo com a DEVOÇÃO e a SABEDORIA (PAX ET LEX), contudo não deixava de ter as suas “Colunas Vivas” ou Ministros, prefigurando na Terra a Trindade Divina no Céu, ou sejam, a COLUNA B (LEX ou Administrativa) ou da DEVOÇÃO (BHAKTI) para EGAS MONIZ (1080 – 1146), o seu paraninfo, educador de sua infância e adolescência, esforçado e nobre cavaleiro co-autor de muitas coplas formosas a SANTA MARIA, assim sendo também TROVADOR; e a COLUNA J (PAX ou Sapiencial) ou da SABEDORIA (JNANA) para SÃO TEOTÓNIO (1082 – 18.2.1162) que vai bem com o TEUTÓNICO da actual 5.ª Sub-Raça Ariana, tendo sido, além de conselheiro do rei e adepto fervoroso da Independência nacional apoiando o partido dos Barões portucalenses, o co-fundador do mosteiro de SANTA CRUZ de COIMBRA, com 12 cónegos regrantes da Ordem de Santo Agostinho. É considerado o primeiro santo do Santoral ou Agiológio Lusitano.
D. DINIS (9.10.1261 – 7.1.1325) foi talvez um dos nossos monarcas mais inteligentes e argutos, sendo dos principais responsáveis pela futura empresa dos DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS, pois com a extinção da ORDEM DO TEMPLO fundou em 1318 a ORDEM DE CRISTO, sucessora daquela e que ficou com os bens móveis e imóveis e os conhecimentos espirituais e científicos dos TEMPLÁRIOS, que iriam ser de extrema utilidade para desbravar os mares incógnitos e chegar a portos seguros. A plantação dos pinhais de Leiria e da Azambuja, por exemplo, foi uma antevisão profética do proporcionar a madeira necessária para a construção das naus que seriam utilizadas no chamado processo “DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS”, plano pré-conjecturado que ele bem conhecia por na altura ser esse um dos desígnios principais em que estava empenhada a ORDEM DE MARIZ (agindo pela DE CRISTO), da qual era membro juntamente com a sua contraparte, agindo como “GÉMEOS ESPIRITUAIS”, a RAINHA SANTA ISABEL, qual CASAL RÉGIO SOLAR, talvez único na História Portuguesa. Ele era um Trovador pertencente à grande corrente iniciática dos FIDELLI D´AMORE, os FIÉIS DE AMOR, cujo símbolo era a ROSA, e que estão na origem das Cantigas de Santa Maria, das Cantigas de Amor, das Cantigas de Amigo e das Cantigas de Bendizer e de Maldizer, todas elas, principalmente as duas primeiras versões, repletas de sentido iniciático. Os FIDELLI D´AMORE vinham a ser uma das ORDENS INICIÁTICAS criadas à sombra da entretanto extinta ORDEM DOS CAVALEIROS POBRES DE CRISTO E DO TEMPLO DE SALOMÃO, vulgo, ORDEM DOS TEMPLÁRIOS.
A RAINHA SANTA ISABEL (1270 – 4.7.1336), YZABEL no grafismo medieval, ou por outra, a ÍSIS-BEL ou JEBEL, em aghartino, sendo de formação CÁTARA por influência da corte erudita de seu pai D. Pedro III de Aragão, e aliando a PUREZA à BELEZA, qual ALQUIMISTA DO AMOR, o que ficou bem patente no “MILAGRE DAS ROSAS”, revela ter desabrochado em seu coração a ROSA MÍSTICA, o mais puro e transcendente dos amores, sempre ajudando a todos aqueles que podia como benfeitora da Humanidade. Foi discípula do grande alquimista catalão ARNALDO DE VILANOVA, justificando assim muitos dos conhecimentos herméticos ou esotéricos que possuía. Foi também a grande promulgadora da instituição da FESTA POPULAR DO IMPÉRIO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, a partir de ALENQUER para todo o País e o Mundo Lusófono, festejo claramente identificado ao simbolismo da coroação dum NOVO REI DO MUNDO, aquando a coroação do Menino converte-o Imperador universal. A santidade desta Rainha está bem patente no seu túmulo no CONVENTO DE SANTA CLARA A NOVA, em COIMBRA, onde o seu corpo permanece incorruptível ao TEMPO e ao ESPAÇO, vivendo assim na ETERNIDADE do ESPAÇO SEM LIMITES onde a morte e a corrupção corporal e anímica não existem, sendo Ela muito venerada pelos conimbricenses ao ponto de terem-na elevado a Padroeira de COIMBRA, e que ao par de SANTA MARIA é também CO-PADROEIRA DE PORTUGAL, sob o título “RAINHA E ANJO DA PAZ”. ISABEL DE ARAGÃO foi dos Seres Angélicos mais evoluídos que encarnaram na Península Ibérica e veio jovem para PORTUGAL, plena de ESPIRITUALIDADE, aliando a DEVOÇÃO à SABEDORIA e que teve um papel muito importante, destacado na ORDEM DE MARIZ, completando com D. DINIS um verdadeiro CASAL MARIZ, para não dizer ANDRÓGINO em separado, com isso assumindo naturalmente a posição hierárquica mais elevada possível de ocupar na mesma, nomeadamente a de GRÃ-MESTRINA, conhecida e reconhecida no meio iniciático da TEURGIA como a BUDHAI DE SINTRA, RAINHA E MÃE SOBERANA DA ORDEM DE MARIZ, para não dizer, de TODA A PORTUGALIDADE.
Rainha Santa Isabel, o “Anjo da Paz” de Portugal
D. NUNO ÁLVARES PEREIRA (24.6.1360 – 1.4.1431), o SANTO CONDESTÁVEL, ao lado de D. JOÃO I (11.4.1358 – 14.8.1433), o MESTRE PERFEITO, aquele o Paraninfo e este o Pai da extraordinária DINASTIA DE AVIS cuja Ínclita Geração a deve à própria ORDEM DE AVIS, emblematizada pela preciosa FLOR-DE-LIS consignada pelo Professor Henrique José de Souza LÓTUS SAGRADO DE AGHARTA, emblemático da CONSCIÊNCIA UNIVERSAL que caracteriza os Preclaros Membros do GOVERNO OCULTO DO MUNDO. O CONDESTÁVEL DO REINO, “SANTO E GUERREIRO” à semelhança de AKDORGE ou São Jorge (cujo culto em Portugal começa com esta Dinastia), qual GALAAZ em demanda do SANTO GRAAL que veio a conquistar como o mais Puro dos CAVALEIROS, em cuja ORDEM DE CAVALARIA foi armado aos 16 anos, a idade canónica dos “Virgens e Puros” que são os KUMARAS, agiu como METRATON intermediário entre a Terra e o Céu, Medianeiro ou Pontífice Eleito como Príncipe de Clemência e Justiça (PRINCEPS CLEMENS ET JUSTITIAM). Guerreiro assinalado empunhando a Espada Mágica Tributária, a CALIBURNA ou EXCALIBUR saída da forja de Vulcano do misterioso alfageme de Santarém, Fernão Vaz, com a qual nunca perdeu uma batalha, principalmente a de ALJUBARROTA onde o «impossível» se tornou possível ao vencer o poderoso exército castelhano com um número muitíssimo inferior de forças (dizendo-se ter sido na proporção de um português para dez ou mais espanhóis…), era dotado de invulgar capacidade de estratega militar indiscutivelmente superior, ademais abençoado pelo DIVINO ESPÍRITO SANTO, o que vale pela mesma AGHARTA de onde o seu Ser Imortal era originário. No “final da sua vida”, depois de ter prestado muito e indispensável serviço a PORTUGAL, tendo-lhe deixado assegurada a INDEPENDÊNCIA, deixou as batalhas corporais para se dedicar exclusivamente às batalhas espirituais, indo contrair votos monásticos na ORDEM DE SANTA MARIA DO CARMELO, no convento que fundara em Lisboa, aí se recolhendo na humildade monacal de simples monge, de vez se assumindo, como sempre se assumiu, CAVALEIRO-MONGE, logo coberto de foros de santidade e que só recentemente (26.4.2009) a Igreja Romana o reconheceu como tal elevando-o à santidade dos altares – SANTO CONDESTÁVEL. NUNO ÁLVARES PEREIRA, como também a RAINHA SANTA ISABEL, nunca deixaram de existir, pois as suas mortes são misteriosas, mesmo que fiquem os despojos corporais, sendo que são dos Seres mais evoluídos espiritualmente que pisaram PORTUGAL a ponto de, diz a Tradição, configurarem a Bendita Parelha BUDHA-BUDHAI na cúspide hierárquica da ORDEM DE MARIZ, ele que como Chefe Temporal da mesma anda hoje ligado à figura misteriosa do Barão HENRIQUE DA SILVA NEVES. Como VELSUNGO, foi uma espécie masculina da VALQUÍRIA JOANA D´ARC (a “Jina da Arca” ou Agharta), sendo que ele nasceu para salvar Portugal, e ela para salvar França.
Santo Condestável Nuno Álvares Pereira
O INFANTE D. HENRIQUE DE SAGRES (4.3.1394 – 13.11.1460) foi o Grão-Mestre da ORDEM DE MARIZ no seu tempo, tendo fundado em LAGOS, com extensão a SAGRES, a sua famosa ESCOLA DE NAVEGAÇÃO, donde saíram os bravos marinheiros que descobririam para o mundo terras até então desconhecidas, nomeadamente a descoberta da AMÉRICA e em particular do BRASIL, a “NOVA LUSITÂNIA” no dito sábio de Pedro de Mariz. Ele estruturou e consolidou as bases psicossociais que levaram à expansão de PORTUGAL, com a missão de aproximar e até fundir culturas não antagónicas mas diferentes, no fundo, procurou unir o ORIENTE ao OCIDENTE. Para isso integrou na sua Escola os conhecimentos superiores árabes (a matemática, a astrologia, a medicina e até a alquimia) com os conhecimentos superiores das cátedras cristãs, ecletismo esse que ele, D. HENRIQUE, soube bem incorporar, propagar e expandir através da ORDEM MILITAR DE NOSSO-SENHOR JESUS CRISTO, vulgo, ORDEM DE CRISTO, de quem era o 8.º Mestre e Administrador Geral. PORTUGAL, ao iniciar a expansão do seu Império Temporal por via marítima sob o Orago STELLA MARIS (donde a manuelina Gesta Dei per Portucalensis), traçou e fincou o entendimento amplo entre todas as raças, promoveu e desenvolveu a miscigenação entre as mesmas e assim deu origem a novos biótipos humanos, dando início ao PROJECTO SINÁRQUICO de fusão harmónica de todos os povos gerando uma só Raça Humana, superiormente justa e perfeita. Por outras palavras, a DIÁSPORA MARÍTIMA teve por fim supremo a geração da FRATERNIDADE ou CONCÓRDIA UNIVERSAL DA HUMANIDADE, tanto valendo por SINARQUIA, paradigma prescrito que subjaz a toda a Gesta Henriquina o qual prossegue até hoje no escrínio e escol dos Maiores da Portugalidade. Não é por acaso ele não ser geralmente denominado pelo nome próprio, Henrique de Borgonha e Lencastre ou Lencaster (Henry de Borgogne et Lencaster), mas sobretudo INFANTE HENRIQUE DE SAGRES , não só por referir-se a ter criado a Escola Náutica de Sagres, onde se deu a génese dos Descobrimentos Marítimos, que de forma sublime congeminou, mas sobretudo porque as suas iniciais formam a sigla avatárica ou messiânica I ou JHS, o que suscita algumas reflexões. A sigla JHS, com efeito, assinala o GOVERNO ESPIRITUAL DO MUNDO. Ao centro a letra H representa o REI DO MUNDO, ladeado pelas suas Colunas Vivas J e S (J = Júpiter; H = Hermes ou Mercúrio; S = Saturno), expressando assim a manifestação das Três Forças Primordiais do Universo – Satva, Rajas, Tamas, envolta por Prana, Fohat, Kundalini. Esta sigla é, pois, atribuída aos Grandes Seres, autênticos AVATARAS, que colaboram estreitamente com o Trabalho em acordo ao Desígnio do Supremo Arquitecto do Universo. Aquela que foi a sua divisa, TALANT DE BIEN FAIRE (“Talento de Bem Fazer ou Criar”), pode então ser interpretada de forma mais objectiva, referindo-se Talant à VONTADE DE DEUS, ligada ao 1.º Raio Primordial, enquanto Bien é o Bem, no sentido da HARMONIA e do AMOR, ou como diria o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, “o BEM, o BOM e o BELO”, estando ligado ao 2.º Raio Primordial, o do AMOR-SABEDORIA DE DEUS, e finalmente Faire, o Fazer, a ACTIVIDADE INTELIGENTE DE DEUS manifestado hipostaticamente pelo 3.º Raio Primordial. Deste modo, subentende-se a manifestação da Tríade Superior ou as 3 Hipóstases Divinas (PAI, MÃE, FILHO) manifestadas numa só e humana Pessoa, o próprio INFANTE HENRIQUE DE SAGRES, o que “tem o Globo do Mundo numa mão e o Ceptro na outra”, segundo FERNANDO PESSOA, ou seja, representando no PLANO DA MANIFESTAÇÃO ao próprio REI DO MUNDO. Razão mais que suficiente de não ter sido por acaso que fosse, na sua época, o Supremo Dirigente da Soberana ORDEM DE MARIZ… O INFANTE D. HENRIQUE também foi, como já se disse, Governador ou Administrador Geral da ORDEM DE CRISTO, esta a herdeira universal da antiga ORDEM DOS TEMPLÁRIOS, e consequentemente de todos os seus segredos e também riquezas, não só materiais como espirituais, que iriam possibilitar a viabilização da grandiosa empresa das DESCOBERTAS MARÍTIMAS. Ele foi, efectivamente, um Homem “de visão” que sabia, de facto, de onde vínhamos e para onde íamos, enquanto NAÇÃO. Como Grão-Mestre da ORDEM DE MARIZ teve como “Colunas Vivas” CRISTÓVÃO COLOMBO (COLUNA J) e PEDRO ÁLVARES CABRAL (COLUNA B), de quem falaremos seguidamente.
Infante Henrique de Sagres
CRISTÓVÃO COLOMBO (1451 – 20.5.1506), “aquele que transporta a POMBA DE CRISTO”, tão-somente é o nome sacramental e não baptismal (pois este era SALVADOR GONÇALVES ZARCO), portanto, simbólico do GRANDE INICIADO que foi, muito ligado à Secreta e Iniciática ORDEM DE MARIZ. O seu nome provém de COLUMBA, a “POMBA” de todas as INICIAÇÕES, o ESPÍRITO SANTO das homenagens divinas. Na verdade, COLOMBO era de origem AGHARTINA no que diz respeito à sua maternidade, pouco importando que o seu pai tivesse sido um nobre de sangue tanto português quanto castelhano, para fazer jus à “descida das MÓNADAS IBÉRICAS” que deveriam formar uma NOVA CIVILIZAÇÃO IBERO-AMERÍNDIA, cuja Missão seria completada por outro personagem misterioso, também de estirpe AGHARTINA, de nome PEDRO ÁLVARES CABRAL. A devoção e o culto ao ESPÍRITO SANTO, a MARIA, MÃE DIVINA, ou melhor, a obediência que devia à ORDEM DE MARIZ, levou COLOMBO a conduzir a sua esquadra chefiada pela nau SANTA MARIA em vez de directamente às Canárias, como previsto, ao arquipélago dos AÇORES, que era nem mais nem menos que o último reduto lusitano da Atlântida Ibérica, aí onde estava uma COMENDA DE MARIZ, às vistas de todos sem que todos suspeitassem sequer de ser um “formigueiro de ADEPTOS”. Feitos os relatórios à ORDEM DE CRISTO de que fazia parte e fora “emprestado” pela mesma à corte de Aragão e Castela, e abonada de provisões de novo a esquadra se fez ao largo, em rota só conhecida dele e de alguns oficiais superiores da mesma ORDEM DE CRISTO. Após passagem por Cabo Verde e seguindo as correntes marítimas suscitadas pelos ventos do Noroeste, inevitavelmente chegaram às costas das ÍNDIAS OCIDENTAIS, ou seja, chegaram à AMÉRICA DO NORTE.
Processo idêntico aplicou PEDRO ÁLVARES CABRAL para alcançar a AMÉRICA DO SUL, navegando um pouco mais transversalmente e indo assim aportar junto ao areal de PORTO SEGURO, na costa brasileira da BAHIA de Todos os Santos.
A Missão de PEDRO ÁLVARES CABRAL (1467 – 1520) não foi mais que um codicilo para o espiritual Testamento de CRISTÓVÃO COLOMBO, sendo por isso a pedra fundamental ao raiar do século XVI (1500) do grande Edifício Humano de uma NOVA RAÇA. Tanto o brasão de COLOMBO como o de CABRAL são cercados de ramos partidos do mesmo tronco, este o Tronco Divino e não Humano, AGHARTINO por excelência, por ser o “Tronco da Árvore Genealógica dos Deuses, KABIRES ou KUMARAS”!… O facto de alguém se chamar PEDRO ÁLVARES CABRAL, logo tomando a analogia filológica de CABRAL com CAPRIS ou CAPRICÓRNIO e CUMARA, e adoptar por brasão vários ramos de uma árvore (a mesma “Árvore Genealógica dos Deuses”) tendo abaixo, no escudo, dois cabritos, e em cima, na cúspide, um outro um pouco menor, justificando a TRINDADE CUMÁRICA de PAI, MÃE e FILHO, denota superiores conhecimentos iniciáticos, que nunca poderão chegar às mãos de homens vulgares, por mais ilustrados que sejam.
LUÍS VAZ DE CAMÕES (1524 – 10.6.1580), o autor da “BÍBLIA SAGRADA DOS LUSOS”, OS LUSÍADAS, obra repleta de simbolismo mitológico, incitando mais à intuição que ao intelecto para se puder desvendar muitos dos seus mistérios, e na qual se vislumbra o espírito ou essência da História Mítica e Mística de PORTUGAL. Segundo vários autores confirmados pela Tradição, ele foi iniciado na antiga Ordem Mística espanhola LOS ALUMBRADOS ou os FILHOS DA LUZ, que é dizer ILUMINADOS nas antigas tradições teúrgicas do Neo-Pitagorismo e Gnosticismo que chegaram aos Cátaros e Maniqueístas. É considerado um FIDELLE D´AMORE, o que ficou bem patente no Canto IX do seu imortal Poema Pátrio, a “ILHA DOS AMORES”, que de certa forma resume toda a doutrina dos ALUMBRADOS. CAMÕES era também um SEBÁSTICO DE ADVENTO, pois defendia as ideologias sebásticas de Advento do ENCOBERTO, no que igualmente não deixava de ser anunciador da NOVA IDADE. OS LUSÍADAS são o épico máximo da nossa Historia Literária, e LUÍS DE CAMÕES é ele próprio a encarnação da LUSOPHIA, que é dizer, da LUZ DO ESCLARECIMENTO como SABEDORIA ILUMINADA e ILUMINADORA da RAÇA DOS LUSOS, e nisto foi sobretudo o Homem Representativo do próprio ESPÍRITO PORTUGUÊS.
Ave Maris Stela
Tela a óleo (séc. XVIII), carmelita, na igreja de St.ª Maria de Lagos
O Padre ANTÓNIO VIEIRA (6.2.1608 – 18.7.1697), em cujas preces se remetia à VIRGO MARIS, foi, segundo FERNANDO PESSOA, o Mestre Secreto em seu tempo da “aparentemente extinta ORDEM TEMPLÁRIA DE PORTUGAL”. Se é “aparente” é porque está OCULTA, e então, com todos os subentendidos de que o vate se valeu, vale associá-la à SUPRA-SECRETA ORDEM DE MARIZ. A ida para o BRASIL do Padre Vieira, onde chefiou como sacerdote e instrutor a secreta e iniciática ORDEM DOS CÁRIOS, descendentes dos CARIJÓS atlantes, então domiciliada e operando na tradicionalmente considerada 7.ª CATEDRAL GRAALÍSTICA do OCIDENTE, a de SÃO SALVADOR DA BAHIA, tinha como objectivo preparar as condições humanas e espirituais para a derradeira METÁSTASE do BRASIL E PORTUGAL, consumando na “Peanha de Cristo” o QUINTO IMPÉRIO do Mundo, aquando reinará a CONCÓRDIA UNIVERSAL, a SINARQUIA de AGHARTA. Este ilustríssimo Padre jesuíta que também fez as vezes de Sacerdote do Deus Altíssimo, foi o principal difusor em seu tempo da ideia messiânica ou avatárica das 5 IDADES DO MUNDO, conformadas ao tema Translatio Imperii já perfilhado pelo apóstolo do Nuevo Evangelio no século XIII, o monge cisterciense da Calábria, JOAQUIM DA FIORA. Para Vieira, o QUINTO IMPÉRIO será PORTUGUÊS (na Língua) e sobretudo ESPIRITUAL, o que corresponde à SATYA-YUGA, a IDADE DE OURO do augúrio do profeta da História do Futuro que hoje já se faz Presente, preanunciado pela Nova Aurora do CICLO DE AQUARIUS.
D. FERNANDO II (29.10.1816 – 15.12.1885), o REI ILUMINADO, grande defensor das Artes e do Património Nacional, tendo mandado restaurar inúmeros monumentos deixados ao abandono, sendo mais português que muitos portugueses, visto ter sido de origem alemã da família SAXE COBURGO-GOTHA. Família real desde sempre ligada e protegida por SOCIEDADES SECRETAS, sendo que D. FERNANDO II não fugia à regra com as suas ligações à ORDEM ROSA+CRUZ (sendo conhecido pelo nome iniciático FRATER ROSEA+CRUCIS) e à MAÇONARIA, e muito secretamente à ORDEM DE MARIZ, protectora da sua Família em toda a Europa a partir de SINTRA. Talvez a maior prova da sua filiação a MARIZ tenha sido a de querer fazer de SINTRA A CAPITAL ESPIRITUAL DA EUROPA, pondo na mesma SERRA SAGRADA a Cabeça do QUINTO IMPÉRIO LUSITANO e nela unir o ORIENTE com o OCIDENTE, então decerto sabendo que a CASA MATER dos MARIZES, ORDEM também chamada CRUZEIRO MÁGICO DE MARIZ ou DOS MARIZES, é precisamente SINTRA, por cujos vales e profundezas o Rei costumava perder-se só regressando a casa altas horas da noite, ou então desaparecendo dias seguidos. Pondo em prática esse conhecimento esotérico, converteu o antigo Convento Hieronimita de Nossa Senhora da Penha no PALÁCIO DA PENA ou PALÁCIO DO GRAAL, como lhe chamou Richard Strauss, logo, PALÁCIO DO REI DO MUNDO. Ele foi um dos principais difusores em PORTUGAL do ROMANTISMO, aliando o bom gosto artístico pelas Belas Artes ao SIMBOLISMO INICIÁTICO subjacentes a muitas delas, como se confirma facilmente em todo o imóvel e recheio deste seu PALÁCIO E JARDIM DA PENA. A prova efectiva do MAKARA ou ADEPTO PERFEITO que ele era (e é!), ou no mínimo representava DIRECTAMENTE, está assinalada no bem visível CROCODILO, representativo do mesmo MAKARA, lapidado no canto angular sobre a porta de entrada do Palácio. Pela sua evolução humana e espiritual ou iniciática, não nos espanta que ele fosse o representante externo, TULKU, uma espécie de «sósia espiritual», do Grão-Mestre da ORDEM DE MARIZ possuidor do PODER TEMPORAL, o que vai bem com as funções reais, e, ao mesmo tempo, denota o carácter MAÇÓNICO da mesma, onde ainda hoje muitas famílias de grave e antigo brasonato têm entre os seus membros MARIZES, não só de FAMÍLIA mas sobretudo de ORDEM.
ANTÓNIO AUGUSTO CARVALHO MONTEIRO (1884 – 1920), o “Monteiro dos Milhões”, dono da “MANSÃO FILOSOFAL” que é o PALÁCIO DA QUINTA DA REGALEIRA DE SINTRA, um regalo para os olhos e para o espírito onde de vê revelada a manifestação no PARAÍSO TERREAL de SINTRA do PARAÍSO CELESTIAL de DEUS, toda ela repleta de simbolismos e géneros artísticos onde se podem identificar influências templárias, gnósticas e alquímicas, numa fusão sui generis do cristianismo com a mitologia greco-romana, literariamente inspirada em Dante e Camões, sobressaindo de tudo o intenso pendor AGHARTINO, bem patente nos imensos TÚNEIS e TORRES SUBTERRÂNEAS da Quinta. Ele também esteve ligado à fundação do JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOA, na Quinta das Laranjeiras do Conde de Farrobo onde se reproduziu o próprio ÉDEN, o JARDIM DO PARAÍSO TERREAL, indo a vegetação, os animais e as pessoas misturar-se com construções de cariz esotérico facilmente detectáveis por quem tenha os sentidos interiores despertos. Apesar de ser imensamente rico materialmente, também o era espiritualmente, ajudando sempre de boa vontade quem dele se acercava com dificuldades financeiras. Embora lhe sejam atribuídas muitas filiações esotéricas, nomeadamente de cariz maçónico, estamos em crer que, além de conhecido e assumido católico e monárquico, sustentou uma relação muito íntima com a ORDEM ESPIRITUAL DE PORTUGAL, a Soberana ORDEM DE MARIZ, ficando como prova disso e da sua condição de Ser Superior a inscultura, na chaminé do seu Palácio da Regaleira, do animal mitológico hindu MAKARA. Bem sabemos que o MAKARA, além de animal mitológico hindu, revela o ESTADO DE CONSCIÊNCIA SUPERIOR afim ao ADEPTO PERFEITO, neste caso particular espécie de “santo-e-senha” revelador da própria afiliação MARIS AD AETERNUM de Carvalho Monteiro, não sendo então por acaso, como afirma a Tradição Secreta, que ele tenha servido de TULKU ou espécie de «sósia espiritual» do Grão-Sacerdote da mesma “ORDEM DO SUBSOLO”, parafraseando Fernando Pessoa, com isso detendo a AUTORIDADE ESPIRITUAL da própria PORTUGALIDADE.
FERNANDO PESSOA (13.6.1888 – 30.11.1935), o grande vate da Literatura Portuguesa, escritor profícuo aliando o intelecto à intuição, manifestando a VOZ DE SENZAR que é a FALA dos ILUMINADOS verdadeiros, explanou com profusão em muitas das suas obras o que realmente é ser um VERDADEIRO INICIADO, não pertencendo a nenhuma Ordem e ao mesmo tempo pertencendo a todas, como se cingisse exclusivamente às REGRAS DO NOVO PRAMANTHA ou da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA! Declarado Membro da FRATERNIDADE OCULTA DE PORTUGAL, em palavras suas a “aparentemente extinta ORDEM TEMPLÁRIA DE PORTUGAL”, o que vale dizer ORDEM DE MARIZ pelas razões que justificámos mais atrás, e SOBERANA por ela ser o fundamento, razão e vazão de todas as demais Ordens Religiosas (Templárias) e Militares (Tributárias) já havidas em PORTUGAL, visto ser uma projecção directa, com ORDEM e REGRA, da mesma EXCELSA FRATERNIDADE de quem é a QUINTA RAMA com POSTO REPRESENTATIVO soberano sobre os demais Institutos formados à sua sombra benfazeja, pouco importando a maior ou menor consciência que os líderes dos mesmos tenham do facto. Muitos dos heterónimos e pseudónimos deste autor, já considerado por alguns como o “SUPRA-CAMÕES”, vinham a ser uma forma peculiar de manifestar e caracterizar a sua própria evolução espiritual, ao mesmo tempo revelando a condição de TULKUÍSMO pela qual plasmava as mais altas influências espirituais dos Mundos Superiores através da LITERATURA, expressiva do QUINTO RAIO que caracteriza a RAÇA LUSA, muitas vezes ocultando-se no nome simbólico HYRAM PETRUS, com o qual é conhecido nos meios reservados e iniciáticos de SINTRA.
BARÃO HENRIQUE ÁLVARO ANTUNES DA SILVA NEVES (Portugal, 1849 – Brasil, 20.11.1944), personagem completamente desconhecido dos anais históricos. Foi um rico-homem que ganhou fortuna continuando o negócio de fretes marítimos da família, e repartiu a sua residência entre Lisboa, Goa e por fim São Salvador da Bahia. Como ADEPTO INDEPENDENTE que era (e é!), actuou sempre ENCOBERTO às pompas e luxos da burguesia do mundo profano (mais ou menos como Carvalho Monteiro também fazia), mas estando muito ligado à OBRA DO ETERNO NA FACE DA TERRA tendo chegado a ser PARANINFO do Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, quando este passou por Lisboa em 1899, com 16 anos de idade. Foi de grande e imprescindível auxílio aquando do ACIDENTE DE LISBOA que vitimizou a contraparte espiritual do Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, HELENA IRACY GONÇALVES DA SILVA NEVES, muito perto da SÉ PATRIARCAL. Albergou o então o jovem HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA no seu Palácio, próximo da SÉ, nas cercanias da RUA DO BARÃO. De origens possivelmente judaico-cristãs, sabe-se que a família NEVES ter-se-á fixado na COVILHÃ ainda no século XII, e nesse século ou no seguinte terá misturado o seu sangue com o tronco familiar dos SILVA, donde SILVA NEVES. É sabido que a família NEVES possuía raízes judaicas sefarditas, e com a adesão de alguns dos seus membros ao Cristianismo ela adoptou por Orago NOSSA SENHORA DAS NEVES, certamente bem aceite pelos restantes familiares não conversos que a identificariam à VIRGEM BRANCA, forma titular de descrever a própria SHEKINAH, a “Presença Real de Deus” como ESPÍRITO SANTO. Os SILVA NEVES estão espalhados um pouco por todo o Norte do País, do Douro Litoral e Interior até Trás-os-Montes e Minho, daí migrando mais para Sul, para COIMBRA e LISBOA. O BARÃO HENRIQUE teria propriedade próxima ou mesmo na aldeia de SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, tendo migrado novo para LISBOA trazendo na bagagem a riqueza enorme herdada de seu pai, e na capital iniciado o negócio de fretes marítimos entre LISBOA – GOA, Índia Portuguesa (e depois entre LISBOA – SÃO SALVADOR DA BAHIA / RIO DE JANEIRO), onde teve casa, e ainda lá está, no BAIRRO DE SÃO LOURENÇO, na Rua das Flores próxima da Praça com o nome desse Santo a caminho do Forte dos Reis Magos, portanto, na Goa Velha e não na actual Pangim. O BARÃO juntamente com a sua boníssima contraparte humana e espiritual, a BARONESA HELENA DA SILVA NEVES, foram em vidas anteriores, respectivamente, NUNO ÁLVARES PEREIRA e a RAINHA SANTA ISABEL, vindo a ser PAIS do QUINTO DHYANI-BUDHA que com ELA, são precisamente o BUDHA-BUDHAI DE SINTRA, na direcção suprema da ORDEM DE MARIZ… que assim tem “SOL E LUA À SUA FRENTE”.
Estes são, segundo a nossa visão, alguns dos nomes mais importantes da HISTÓRIA DE PORTUGAL que, ligados directamente à ORDEM DE MARIZ, mais influenciaram os destinos deste País. Muitos outros também podem ser associados, como o CONDE D. HENRIQUE DE BORGONHA, que como já referimos teve papel importante na formação de PORTUGAL, e GUALDIM PAIS, um dos mais importantes Grão-Mestres TEMPLÁRIOS, muito ligado à fundação de TOMAR; FILIPA DE LENCASTRE, a “Princesa do Santo Graal”, Mãe da ÍNCLITA GERAÇÃO; D. JOÃO DE CASTRO, Vice-Rei da Índia e proprietário da misteriosa, até há alguns anos repleta de fenómenos JINAS, QUINTA DA PENHA VERDE, em SINTRA; FRANCISCO DE HOLANDA, pintor exímio, nomeadamente das IDADES DO MUNDO, e igualmente escritor; mais recentemente o ensaísmo e a poesia de SAMPAIO BRUNO e GUERRA JUNQUEIRO. Muitos mais, mais ou menos conhecidos, poderia ainda citar, talvez sendo como os mais importantes mesmo não sendo nomes sonantes da História, pois agiram como ADEPTOS ENCOBERTOS, preparando o terreno psicossocial para que outros, com PODER TEMPORAL e AUTORIDADE ESPIRITUAL mais ostensivos, pudessem efectivar a MISSÃO AVATÁRICA, MESSIÂNICA deste PORTO DO GRAAL.
Brasão da Família Mariz
A título de curiosidade, podemos referir que existe em PORTUGAL uma família de nome MARIZ, que segundo podemos apurar será descendente da família francesa originada em MENGO DE MERY, que no nosso País se tornou DE MARIZ, possuindo solar na Freguesia de MARIZ, junto a BARCELOS, e o mais antigo que se conhece do apelido em PORTUGAL chamou-se ALFREDO NUNES DE MARIZ casado com MARIA ESTEVES, filha de ESTEVÃO GONÇALVES e de sua mulher URRACA AFONSO, de cujo matrimónio descendem os do apelido MARIZ. De entre os seus mais proeminentes descendentes destaca-se PEDRO DE MARIZ (1550 – 24.11.1615), autor dos DIÁLOGOS DE VÁRIA HISTÓRIA, onde as vidas de muitos personagens reais da nossa História são descritas e retratadas. Alguns dos lugares onde podemos encontrar descendência dessa família é no LOUREL, perto de SINTRA, e também em ODIVELAS, onde existiu a QUINTA DO MARIZ. Desde sempre, por mais não seja que pela origem do nome MARIZ, podemos associar esta família com outras, nomeadamente a SAN PAYO ou SAMPAIO, ligada aos LUSIGNAN, a MENEZES, a CARVALHO, a MONTEIRO e, claro está, a NEVES, mais precisamente a SILVA NEVES, com ligações mais ou menos directas por parte de alguns dos seus membros à ORDEM SOBERANA do mesmo evoco, de acordo com o que disse o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA em 28.9.1941: «(…) sendo que o nome “Mariz” inúmeras famílias nobres de Portugal o possuíram e prosseguiram». Resta não confundir a HERANÇA GENEALÓGICA ou FAMILIAR com a HERANÇA TRADICIONAL ou INICIÁTICA, que é sempre quem origina aquela. A ORDEM é uma coisa, e a FAMÍLIA é bem outra, ainda que por vezes andem inextrincavelmente juntas, prerrogativa indispensável de HERANÇA FAMILIAR e HERANÇA INICIÁTICA.
ENCLAVES MÁGICOS
Abordaremos agora alguns dos principais lugares espalhados por PORTUGAL que, a nosso ver, estiveram mais ligados à origem e expansão da ORDEM DE MARIZ em território nacional. Começaremos pelo local da sua origem, já largamente referido neste estudo, SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES.
SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, berço espiritual da ORDEM DE MARIZ onde tudo começou, ligava-se outrora subterraneamente com os Mundos de DUAT e BADAGAS, sendo possível ainda hoje vislumbrar reentrâncias na paisagem circundante fazendo lembrar aqueles outros misteriosos túneis que comunicavam com outra Humanidade no CENTRO DA TERRA. Destaca-se a CAPELINHA DE SÃO LOURENÇO mandada erigir por um padre católico, tendo por cima da ombreira esta inscrição: “MANDOU-A FAZER O VIGÁRIO DA FREGUESIA JOSÉ DA LIOCIDA (LEÔNCIDA) NEVES NO ANO DE 1839”. O vigário JOSÉ NEVES seria possivelmente parente do BARÃO HENRIQUE DA SILVA NEVES, e este seria um dos locais onde a ORDEM DE MARIZ se reunia em segredo. Mas o grande destaque deste lugarejo perdido junto às margens do Rio TUA, no Trás-os-Montes profundo, é a sua FONTE SANTA de águas sulfúricas provindas do seio da Terra, destinadas a que se purgassem ou purificassem os VEÍCULOS DA PERSONALIDADE ou os CORPOS MORTAIS dos MARIZES, preparando-os assim corporalmente para a descida subsequente aos MUNDOS SUBTERRÂNEOS DE BADAGAS e de DUAT, ao OMPHALOS da MÃE-TERRA, Morada Oculta dos GRANDES ADEPTOS da FRATERNIDADE BRANCA que eles também eram. Aí esteve o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA em 1899, tomando contacto com esta Milícia Secreta e não deixando de banhar-se na FONTE HIDROTERMAL DE SÃO LOURENÇO, de onde brotam duas saídas de água que, como já referimos anteriormente, misteriosamente sem que ninguém saiba a razão chamavam-se antigamente HENRIQUE E HELENA, tendo por cima a pequena imagem miraculosa de SÃO LOURENÇO, e na base das bocas d´água as figuras muito deterioradas de CASTOR E POLLUX, estando lateralmente a GRUTA de onde provêm as ÁGUAS SANTAS curadoras de muitos males, razão de ainda hoje serem muito procuradas pelo povo aflito buscando o seu bálsamo, tendo baptizado este sítio como TERMAS DE SÃO LOURENÇO. De notar a presença de várias casas abandonadas, muito provavelmente algumas delas pertencentes a MARIZES, como a “CASA DA ACÁCIA”, e quase de certeza uma delas pertencente ao BARÃO HENRIQUE DA SILVA NEVES.
Perto daí, já na ALDEIA DE POMBAL DE ANSIÃES, destaca-se a sua igreja tendo na dianteira sobre a porta um nicho com o Orago SÃO LOURENÇO e por cima esculpida uma POMBA DE ASAS ABERTAS, símbolo do ESPÍRITO SANTO que igualmente, mais ocultamente, é uma das principais insígnias da ORDEM DE MARIZ e, sobretudo, da Augusta ORDEM DO SANTO GRAAL que hoje sintetiza o Trabalho Avatárico de todas as outras sete Ordens do Passado. Nas suas traseiras, pode observar-se um M encimado pela FLOR-DE-LIS, encontrando-se no topo, entre a CRUZ e a ROSA, a inscrição: “ESTA OBRA MANDOU FAZER O REVERENDO ANTÓNIO DE SEIXAS, 1750”. O Padre ANTÓNIO DE SEIXAS muito provavelmente seria um Membro da ORDEM DE MARIZ, e como todos os ADEPTOS actuava como ENCOBERTO, daí que no interior da igreja, logo à sua entrada, possa observar-se o seu retrato mas… quase apagado não se vislumbrando o rosto. O grande destaque deste templo encontra-se no seu tecto de madeira: tem ao centro a pintura extraordinária do busto de SÃO LOURENÇO sobre a MENORAH, o Candelabro de 7 Velas acesas, o que aparentemente constitui “heresia” por associar um personagem do santoral cristão com o símbolo principal do Judaísmo, mas na realidade nos factos iniciáticos encarnando Ele o CAVALEIRO DO MANTO VERMELHO que é o mesmo AKDORGE, expressão fidedigna de ARABEL no topo do CANDELABRO CELESTE, ou sejam, os 7 LUZEIROS ou LAMPADÁRIOS CELESTES de que ARABEL é o primeiro aqui, na LUX CITÂNIA, a “TERRA DE LUZ”. No chão da igreja estão alguns túmulos, cujas tampas sepulcrais inscrevem uma e só misteriosa LETRA AGHARTINA, usada tanto para designar o SIGNO DE AQUARIUS como, sobretudo, o estado de consciência MAKARA, neste particular, de MARIZ ou MARIS. De referir uma QUINTA lateral à igreja, cuja entrada nos fundos possui COLUNAS SALOMÓNICAS, sendo de aventar a hipótese de ser essa a Casa da Comenda pertença da ORDEM DE MARIZ em Pombal de Ansiães.
COIMBRA, feudo temporal, externo ou exotérico da ORDEM DE MARIZ, é a cidade da mítica serpente COLUBRA, a SERPENTE CELESTE de FOHAT que a supradita MILÍCIA DE ILUMINADOS traz a si por encadeamento mágico das suas ENERGIAS SIDERAIS. Coimbra no seu MORRO DOS AMORES, junto à FONTE DA SAUDADE, viu-se fadada por JESUS e MARIA, com os Anjos abrindo alas, na hora da Santa Eucaristia apresentando em 1800 os GÉMEOS ESPIRITUAIS AKBEL E ALLAMIRAH ao mundo. Por 3 horas o Ritual de Consagração transcorreu e depois, atravessando a cidade, na IGREJA DE SANTA CRUZ, onde está deposto o túmulo de D. AFONSO HENRIQUES, junto ao altar interiorizaram-se rumando subterraneamente até SINTRA, perfazendo o AVATARA MOMENTÂNEO de 1800. Tudo sob a cobertura defensiva da ORDEM DE MARIZ. Como símbolo assaz representativo do Espírito de MARIZ, temos o BRASÃO DE COIMBRA, no qual as cores VERDE e VERMELHA predominam, onde se faz presente uma donzela vestida de cor PÚRPURA, podendo muito bem ser a RAINHA SANTA ISABEL, Padroeira desta cidade, como também a Excelsa BUDHAI DE SINTRA encarnando a própria MATER DEI, cuja cor purpurina do Sol ou Chakra de KALA-SISHITA (SINTRA) se integra no DOURADO da TAÇA DO SANTO GRAAL, rodeada pela SERPENTE ALADA, a CELESTE COLUBRA, e pelo LEÃO REAL, expressivos do SOLVE ET COAGULA alquímico, patente neste PORTO DO GRAAL bem definido nos seus dois escudos com as 5 QUINAS QUINTO IMPERIAIS.
SINTRA é a Casa Mãe, Domus Mater da ORDEM DE MARIZ, onde em tempos passados os seus raros Membros se reuniam secretamente nas AZENHAS DO MAR, nas proximidades do Moinho de Água nas cercanias do terreiro abaixo da CAPELA DE SÃO LOURENÇO. Situada perto da actual capital de PORTUGAL, LISBOA, está aquela que é considerada a mais bela Serra do nosso País, SINTRA, tendo-se feito dela o oásis do Romantismo nos séculos XVIII-XIX. Sendo hoje Património da Humanidade, porta consigo historial vastíssimo recuando aos alvores da mesma Humanidade e onde a Utopia desejada se confunde facilmente com o imediatismo historiográfico, antropológico, etnológico e filológico. E etimologicamente podemos encontrar as designações árabe e moçárabe AL-SHANTARA e XENTRA e XINTRIA, ou ainda antes, recuando ao período celta, CYNTHIA ou CYNTIA, vulgarizando-se no século XVII a grafia CINTRA, persistindo até hoje, mas fixando-se, a partir dos anos 30-40 do século XX, o topónimo SINTRA. A presença do S, esotericamente falando, poderá ter muito a ver com o “CAMINHO DA SERPENTE”, que é o mesmo que dizer KUNDALINI ou o FOGO CRIADOR DO ESPÍRITO SANTO revelador da Sabedoria Oculta, críptica e encriptada, secreta, como Via de Realização da Grande Obra Alquímica individual e colectiva, segundo FERNANDO PESSOA, réptil esse e respectivo significado esotérico bem patente no promontório sintrense mais ocidental da Europa: o CABO DA ROCA, ou melhor, o Promontório de Ofiúsa (“Serpente”). SINTRA ou CYNTIA é, pois, o nome da deusa Lua em seu tríplice aspecto: HELENA, a Lua Espiritual, acima de SELENE, a Lua Psíquica, e esta sobre PERSÉFONE, a Lua Física… infernal, inferior, interior ou subterrânea. Quando se deu o último cataclismo da ATLÂNTIDA, a Montanha de KURAT, por extenso KURAT-AVARAT, hoje SINTRA, distendeu-se como uma lomba indo desde o actual ALGUEIRÃO até ao CABO DA ROCA. Ela era a quinta Montanha Sagrada já nesse finado continente atlante ou o de KUSHA, segundo as escrituras orientais, porque por causalidade sabia-se estar aí o 5.º CHAKRA DA TERRA – o VISHUDA ou LARÍNGEO. Por essa Montanha de KURAT, totalmente diferente do que é hoje, reflectiam-se ao exterior, através das suas enormes e imensas anfractuosidades escancaradas a céu aberto, os diáfanos raios PURPURINOS do “CENTRO VITAL” interior… em cujo final da Raça passaram a ser prenúncio fatal do “Crepúsculo dos Deuses”. Foi a partir desta lomba serrana que se propagou universalmente o tema céltico-árabe-cristão da DEMANDA DO SANTO GRAAL, e só podia ser assim, atendendo à fisionomia geográfica de Portugal, onde SINTRA aparece localizada como o “nariz” ou canal respiratório da Nação – centro motor do Alento Vital etérico, isto é, PRANA preenchendo inteiramente o AKASHA, o quinto elemento como quintessência da Natureza Universal – cuja dinâmica activa o biorritmo do País e por este, em anexo, a EUROPA inteira. Também nisto se encontra a justificativa à prerrogativa da sua profecia milenar: «Quem nasce em PORTUGAL é por missão ou castigo». SINTRA foi considerada o Mons Salvat (Monte Salvífico ou da Salvação) pela tradição poético-musical Wagneriana, bem alicerçada na Tradição Iniciática da ORDEM DO SANTO GRAAL que D. FERNANDO II DE SAXE COBURGO-GOTHA, inspirado nessa mesma Tradição, deixou bem patente nos jardins circundantes do PALÁCIO DA PENA (o “PALÁCIO DO SANTO GRAAL”, como lhe chamou RICHARD STRAUSS quando visitou SINTRA) e neste, englobando na mesma circunscrição geográfica o CASTELO DOS MOUROS, o que sugere um propósito secreto do Rei Iluminado em pretender unir aos dois hemisférios físico e ideal da Tradição, o do ORIENTE com o do OCIDENTE… «Quando o Oriente se unir ao Ocidente, será coisa pasmosa de ver», já dizia a profecia da Sibila da Serra. D. FERNANDO II não era estranho a todos os estes mistérios, pois além de ter assumido várias outras filiações de cariz esotérico e iniciático, informa a Tradição que perfilava nas fileiras secretas da soberana e misteriosa ORDEM DE MARIZ, e talvez ou decerto sob a inspiração directa desta pretendeu e encetou fazer de SINTRA, e de certa forma fê-lo, CAPITAL ESPIRITUAL DA EUROPA e do QUINTO IMPÉRIO LUSITANO. Assim, temos agora SINTRA como Capital Espiritual do Continente, e LISBOA como Capital Temporal do País, expressivas da Boa Lei ou Boa Lis, como escrevia Fernão Lopes na Crónica de D. João I, ou seja, L.ISBOA Y. S.INTRA.
TOMAR, podemos dizer que reúne todos os requisitos necessários para ser tomada, assumida CIDADE SAGRADA. À semelhança de outras cidades como LISBOA, JERUSALÉM ou ROMA, ela dispõe-se sobre 7 COLINAS, bem retratadas na MATA DOS 7 MONTES, desde há muito associada ao sentido esotérico dos enclaves mágicos dos TEMPLÁRIOS. Fazendo na Terra a viagem estelar do “CAMINHO DE SANTIAGO” ou a Via Láctea, tendo por guia a estrela SIRIUS alfa da constelação do CÃO MAIOR, os TEMPLÁRIOS encetaram diáspora do ORIENTE para o OCIDENTE vindo fixar-se no centro de PORTUGAL, em TOMAR, onde instituem a sua Casa-Mãe para toda a Península Ibérica. TOMAR, provindo filologicamente do assírio ATUMAR, “Senhor Pai”, como os primitivos nabantinos lhe chamavam, a sua etimologia também pode ser decomposta em TAT MARIS, “Oceano Universal”, em referência ao ASPECTO FEMININO do LOGOS CRIADOR, desde cedo, como dissemos, quis-se fazer dela (e fez-se!) um enclave sagrado ou solar sob a chancela secreta da Soberana ORDEM DE MARIZ. Justificando a pretensão de fazer de TOMAR a expressão mais perfeita possível da JERUSALÉM CELESTE, a mesma SHAMBALLAH encoberta, podemos referir o facto de no CONVENTO DE CRISTO a própria CHAROLA, autêntico AXIS MUNDI CELESTE, mandada levantar no 1.º de Março de 1160 por GUALDIM PAIS, Mestre Provincial dos TEMPLÁRIOS portugueses, ser uma réplica exacta dessa outra ROTUNDA também octogonal: a da CÚPULA DO ROCHEDO, em JERUSALÉM, ocupando o espaço do desaparecido TEMPLO DE SALOMÃO. Mas aqui, no esconso da CHAROLA tomarense, foram ocultados, criptados os segredos iniciáticos TEMPLÁRIOS, ideia que aflora de imediato ante a vista do próprio octógono da CHAROLA, sabendo-se da grande consideração cabalística que os TEMPLÁRIOS tinham pelo número 8, algarismo solar elevado à sua máxima potência e por isso mesmo inserto no número cabalístico do CRISTO, 608, o qual reúne em si a potência da Idade do PAI – Ciclo de JERUSALÉM – e a essência da Idade do ESPÍRITO SANTO – Ciclo da LUSITÂNIA. Ao dizemos que o 8 é número solar, isso vale por Mercúrio, pelo estado Andrógino associado ao mesmo valor aclamado como STELLA MARIS. É na igreja de SANTA MARIA DO OLIVAL, antigo Primaz dos Santuários Marianos portugueses de Aquém e Além-Mar, que está sepultado GUALDIM PAIS, o 6.º Grão-Mestre da Província de PORTUGAL da Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo e do Templo de Salomão que tem na sua inscrição tumular a palavra TOMARIS, igreja esta que, dentre muitas outras curiosidades e mistérios, possui gravado no seu frontal exterior um pentagrama, neste caso, indicativo tanto do 5.º SISTEMA GEOGRÁFICO PORTUGUÊS como da manifestação do Homem Cósmico ou Primordial, ADAM-KADMON, nele. Volvendo ao CONVENTO DE CRISTO, além da CHAROLA já citada deve-se também referir a existência de uma possível Sala de Iniciação, posteriormente convertida em ADEGA, onde existe uma laje enorme tapando um pressuposto subterrâneo que, diz-se, passa sob a CHAROLA e leva até SANTA MARIA DO OLIVAL. É igualmente curioso que o próprio CASTELO dos TEMPLÁRIOS configure no seu esquisso a constelação do BOIEIRO, que é a «antecâmara» estelar dessa outra e mais importante URSA MAIOR, a constelação dos RISHIS ou dos divinos “7 REIS DE ÉDON”, cuja estrela alfa do mesmo BOIEIRO, ARCTURUS, é assumida esotericamente como o «portal» de acesso à GRANDE URSA. Terá tudo isso algo a ver com as iniciações crípticas ou subterrâneas ocorridas no Passado tomarense? Estamos em crer que sim. Em Tomar há a destacar também a igreja de SÃO JOÃO BAPTISTA, o AXIS MUNDI TERRESTRE, onde se distinguem misteriosos túmulos cujas tampas sepulcrais são idênticas às que se encontram na igreja de POMBAL DE ANSIÃES, com a misteriosa LETRA AGHARTINA indicativa de MAKARA. Aliando-se ao elemento FOGO bem patente na forja dos Alquimistas, simbolizado pelo DRAGÃO SOLVE ET COAGULA – cuja evocação foi caríssima aos TEMPLÁRIOS – e situada no centro de um espaço que podemos considerar instituído como cosmograma, com o CONVENTO DE CRISTO a Poente, o CONVENTO DE SANTA IRIA a Nascente, a IGREJA DE SÃO GREGÓRIO a Norte e a IGREJA DA MISERICÓRDIA a Sul, cada qual direccionada a um ponto cardeal e plantada sobre um nódulo telúrico, assim organizando os eixos de entrada na cidade cujos foros de sagrada também por isso e isso mesmo se deve. TOMAR, como Capital Templária da HISPÂNIA foi na altura considerada, pelas três religiões monoteístas do Livro (JUDAICA, CRISTÃ, ISLÂMICA), como a expressão fidedigna do CENTRO DO MUNDO, principalmente por sua associação simbólica (e não só…) à JERUSALÉM CELESTE, o que ficou bem assinalado no simbolismo in tempore et spatio da RODA do RIO NABÃO, assim assumida representação axial desse mesmo CENTRO DO MUNDO. De referir que os pressupostos e misteriosos Mestres Secretos da ORDEM DOS TEMPLÁRIOS, seriam os Irmãos Maiores ou Adeptos Perfeitos da ORDEM DE MARIZ, estes os verdadeiros Homens Representativos da PORTUGALIDADE INICIÁTICA como OBREIROS ENCOBERTOS do QUINTO IMPÉRIO do Mundo. É de realçar igualmente a existência em TOMAR de uma CAPELA DE SÃO LOURENÇO, tendo como destaque um painel de azulejos onde se mostra presente NUNO ÁLVARES PEREIRA, no seu tempo o Grão-Mestre da ORDEM DE MARIZ.
SAGRES, podemos considerar como sendo o lugar mais significativo e igualmente mais enigmático da Portugalidade, FINIS TERRAE ao mesmo tempo que Initio Gesta Dei ad Mareum per Portucalensis, lugar privilegiado de intercomunicação com o Além, com o Outro Mundo, o MUNDO JINA. O monumento mais enigmático dentro do Promontório de SAGRES, sem dúvida é aquele constituído por uma forma geométrica circular tendo dentro raios configurados por fiadas de pedras toscas e desiguais, o qual é vulgarmente chamado de «rosa-dos-ventos». Do centro dessa composição, com um diâmetro de 43 metros, divergem 49 raios ou linhas rectas, o que assim faz ruir a hipótese de «rosa-dos-ventos» por não se conhecerem disposições dessa natureza com mais de 32 rumos. Numa relação subtil com esse disposto pétreo, podemos referir que o nome árabe do Promontório é CHAK RAK, “Lugar das Pedras”, fonema soando muito próximo ao sânscrito CHAKRA, “RODA”, neste caso, sendo o CENTRO VITAL SACRO ou SACRAL (donde SAGRADO e SAGRES) situado na base da coluna espinhal tanto do Homem como do País, cujas sinergias tipificando-os singularmente advêm do SOL OCULTO do Mundo aí, desde SHAMBALLAH representada pela Cruz Flamígera de CRISTO (X), ou o mesmo quadrante solar operado por aquela que fez de SAGRES o Santuário Privilegiado do INFANTE D. HENRIQUE e dos Deuses humanizados que o acompanharam – a Soberana ORDEM DE MARIZ (cujo nome está literalmente inscrito numa tela na igreja de SANTA MARIA DE LAGOS), constituída dos 49 Adeptos Independentes como Seres Representativos da TERRA SANTA bafejada por esse mesmo SOL ESPIRITUAL ou OCULTO do GLOBO (;). Sendo assim SAGRES o Centro Sacro ou CHAKRA RAIZ do CORPO que é PORTUGAL (ficando SINTRA para o CENTRO CORACIONAL e a ALMA, ao passo que TOMAR assinala o CENTRO CORONAL e o ESPÍRITO), segundo a Tradição Iniciática é aí que se concentra a Energia Flogística do Divino ESPÍRITO SANTO, do “Laboratório de Kundalini”, esta bem assinalada na VIRGEM NEGRA cujo culto se fazia nas proximidades do Promontório, na ermida de SANTA MARIA DE GUADALUPE (ou Guapa-Lupe, a “Bela Lua”, assim mesmo signa lapidem vitriólica da Noite ou o Oculto, logo, designando a “Guardiã dos Mistérios” – Guadalupe – para não dizer, o próprio MEKA-TULAN), património do INFANTE D. HENRIQUE na aldeia da RAPOSEIRA (ou da raposa, esta, só por «acaso», o totem zoomórfico do Quinto Dhyani-Buda EDUARDO JOSÉ BRASIL DE SOUZA, antigo Dhyani-Jiva LEONEL DA SILVA NEVES, Filho varão primogénito dos BARÕES DA SILVA NEVES os quais além desse tiveram mais um casal (um outro menino e uma menina, esta adoptada desde o berço, Iracy, aquele o Antonino), e o qual é o mesmo Supremo Dirigente do 5.º Posto Representativo Português). De maneira que o Infante Ínclito dos Mares tinha a sua Confraria Espiritual em SAGRES, e a respectiva secular ou temporal Escola de Navegação em LAGOS, havendo residido entre ambas, precisamente na “VILA DO INFANTE” sita na mesma RAPOSEIRA. Essa academia de navegadores congregou os maiores especialistas da época, independentemente de raças e religiões, os quais foram inaugurar um período de Renascença, principalmente em termos de avanços tecnológicos e culturais para o mundo de então. Por SAGRES, através do Infante, PORTUGAL projectou-se no mundo, cuja diáspora, caracterizada sobretudo pelo intercâmbio entre as mais variadas culturas e pela mais ampla concórdia entre raças diversas, faz-se sentir ainda hoje e sempre que a presença de PORTUGAL seja reclamada em qualquer parte da TERRA. Realmente SAGRES revela-se “Laboratório do Espírito Santo” ou “de Kundalini”, ele o cóccix da coluna espinhal do País, a base de toda a estrutura orgânica e psicomental do mesmo, nisto, como curiosidade suprema, a imagem aérea geral do Promontório apresenta-o com a forma de um falo com os escrotos laterais, assim se aparentando à forma da flor-de-lis, para todos os efeitos, representação da CHAVE DE PUSHKARA – a 7.ª CIDADE AGHARTINA – que abre a Porta Santa de SHAMBALLAH, sendo o seu possuidor o próprio AKDORGE, o FILHO, o REI DO MUNDO. Foi em SAGRES que se realizaram os mais vetustos e antigos cultos ao Fogo Criador Saturnino ou Oculto, Ctónico ou Subterrâneo, por isto mesmo também chamado de “Sol da Meia-Noite”, celebrações ctónicas e psicopompas vindas desde os atlantes, passando os fenícios, os celtas, os romanos e chegando aos árabes e cristãos, etc. Ainda lá está, bem patente em pleno Promontório, a ruína do primitivo santuário circular de CRONOS-SATURNO, que deu o nome e a fama ao sítio como Sagrado ou SAGRES. Sobre essa sagrada ruína destelhada, com 4 entradas cardeais, refulge à noite a misteriosa estrela de ORION e a constelação do BODE, da CABRA, CAPRINO ou CUMARA, ligando-se sobremaneira ao culto ctónico das almas veladas e alumiadas, alentadas pelo Fogo Subterrâneo, o do SOL CENTRAL DA TERRA como Usina de Kundalini. É neste sentido que se falava, desde os tempos mais remotos, ser o Promontório uma entrada ou “boca do Inferno” para esse mesmo MUNDO SUBTERRÂNEO, Infernal, Inferior ou Interior onde o REI DO MUNDO, conforme a lenda local, está vigiando os destinos da Humanidade e donde haverá de dar à TERRA uma Nova Raça. A verdade, para além das brumas sãs da lenda, é que o PROMONTÓRIO DE SAGRES é todo ele oco, havendo várias EMBOCADURAS levando ao seu interior, uma delas no MONTE FRANCÊS próximo, onde se rasga rés-do-chão uma chaminé por que se desce à caverna profunda e extensa. Como já vem sendo habitual nos territórios comendatários da ORDEM DE MARIZ, podemos encontrar na aldeia próxima de BUDENS (BUDA?…) a CAPELA consagrada a SÃO LOURENÇO.
Promontório de Sagres prefigurando o Centro Sacro do País
Outros locais profundamente vinculados à OBRA DO ETERNO NA FACE DA TERRA, em particular à ORDEM DE MARIZ, estão presentes em Trás-os-Montes, como sejam: TORRE DE DONA CHAMA – muito ligada à lenda da fada MELUSINA, de quem os LUSIGNAN acreditam ser seus descendentes, sendo que pelo menos um deles sabemos ter sido Membro da ORDEM DE MARIZ, ou seja, ANTÓNIO AUGUSTO CARVALHO MONTEIRO, de quem já falámos neste estudo –, podendo também associar essa à Torre de MAGDALA ou MADALENA; SERAPICOS – a ver com SERAPIS, os “Ferreiros do Seio da Terra”, Criadores dos Mundos Subterrâneos como Construtores Livres (do Karma Planetário, portanto, Atikarmas) da Sétima Linha do NOVO PRAMANTHA; e ALGOSO (termo oriundo de ALGOL, a contraparte cósmica de LUZBEL, hoje ARABEL), onde se destaca o seu peculiar Castelo TEMPLÁRIO erigido a cerca de 700 metros de altitude.
Também no Concelho de BARCELOS podemos encontrar a aldeia de MARIZ, com a sua igreja tendo por Orago SANTO EMILIÃO, e VILAR DE FRADES, com o seu convento beneditino de estilo românico em cuja abóbada da igreja se encontram ROSAS tendo ao centro escudetes com a primitiva CRUZ de PORTUGAL, com isto designando o CRUZEIRO MÁGICO DE MARIZ A LUZIR nos céus da LUSITÂNIA. No seu todo, o corpo de nervuras da abóbada prefigura a supradita enigmática LETRA AGHARTINA designativa tanto de AQUARIUS como de MAKARA, e também de MAITREYA, já encontrada nos túmulos das igrejas de SÃO JOÃO BAPTISTA, em TOMAR, e de POMBAL DE ANSIÃES, como indicámos anteriormente, sendo que essa mesma letra está igualmente presente no pórtico de entrada principal da SÉ CATEDRAL DE BARCELOS, juntamente com ROSÁCEAS, VIEIRAS e SWÁSTICAS.
Em GONDOMAR, cujo nome evoca a presença de um dos 9 fundadores da ORDEM TEMPLÁRIA, GONDEMAR, encontramos localidades com nomes muito curiosos e decerto de inspiração mística a ver com o tema que vimos abordando, nomeadamente BELOI, nome de uma das TRÊS BRUMAS CELESTES ou as TRÊS TROMBETAS DE DEUS: AKBEL-ASHIM-BELOI; JOVIM, evocando o nome secreto de JÚPITER e do DHYANI dirigente da ORDEM DE MARIZ. Associado a estas localidades e demonstrando não ser casualidade e sim causalidade, encontramos o MONTE CRASTO desde cedo apelidado “NOVA SINTRA”, ou a SINTRA DO NORTE, próximo do caminho para a SERRA DE PIAS em cujo sopé existem várias minas, túneis, grutas e covas (fazendo recordar a SERRA DE SINTRA…), razão do nome da localidade próxima de SÃO PEDRO DA COVA, algumas delas (covas) com nomes curiosos, como o POÇO DO DIABO, o que podemos associar às forças telúricas ctónicas que o povo chama de “Demo”, e nós chamar-lhe-íamos FORÇA ASSÚRICA mas que tão-só é KUNDALINI manifestando-se à Face da Terra, provinda do OMPHALO DO MUNDO, SHAMBALLAH, o seu SOL OCULTO. Perto, no Concelho de VILA NOVA DE GAIA, encontramos a vila de MARIZ, tendo no seu termo uma, como não podia deixar de ser, CAPELA DE SÃO LOURENÇO, mais uma vez demonstrando de forma inequívoca a presença da ORDEM DE MARIZ nesta região, ou no mínimo da FAMÍLIA MARIZ originada daquela.
Conclui-se assim que a ORDEM DE MARIZ possuiu (quiçá ainda possua) comendas, bailios, baronatos e morgados em vários pontos geoestratégicos de PORTUGAL, contudo, como já foi dito, a sua Casa Mãe é SINTRA, ainda que muitos outros locais pudessem igualmente ser indicados neste estudo, que já vai longo, como REDINHA, POMBAL e até DORNES, mas pensamos ter referido os lugares mais importantes da presença MARIZ ao longo do mapa de PORTUGAL.
A título de curiosidade, o que também já referimos, diga-se que na GALIZA também encontramos uma localidade com o nome MARIZ, a caminho de SAN JUAN DE LA PEÑA, nas Astúrias, a qual podemos associar às DHYANIS-BARISHADS encarnadas em origem espanhola, tal como a barcelense MARIZ relaciona-se com os DHYANIS-AGNISVATTAS encarnados em origem portuguesa, constituindo ambas a UNIDADE ANDRÓGINA DA PENÍNSULA IBÉRICA, e acabando por comprovar que a GALIZA muito tem a ver com PORTUGAL, ao qual desde há muitos séculos está ligada GEOGRÁFICA e, sobretudo, ESPIRITUALMENTE.
CONCLUSÃO
Pensamos ter demonstrado de forma inequívoca que a ORDEM DE MARIZ EXISTIU, EXISTE E EXISTIRÁ SEMPRE, enquanto EXISTIR PORTUGAL, não sendo simples quimera dum qualquer devaneio místico pessoal e sim a razão de existirmos enquanto PORTUGUESES, fiéis dignitários do PORTO DO GRAAL, perspectivando já a manifestação do ENCOBERTO, do MESSIAS, do NOVO AVATARA MAITREYA, que tem nome bem PORTUGUÊS. A despeito de para muitos a ORDEM DE MARIZ ter terminado a sua Missão na FACE DA TERRA e se “INTERIORIZADO” ou “DISSOLVIDO” para o século, contudo para nós continua intensamente activa, não ignorando que “algures” por todo o PORTUGAL os seus MEMBROS continuam a operar ocultamente, reunindo-se em locais secretos só conhecidos deles… de ELES e os DEUSES, e acaso de um ou outro seu emissário esparso que possa andar por aí incógnito no meio de nós, cruzando-se connosco em qualquer esquina à nossa frente sem que nos apercebamos.
Terminamos este estudo com uma citação que para nós resume tudo quanto já dissemos, saída da pena do Insigne FERNANDO PESSOA, no seu TRATADO DO SUBSOLO. Mais do que as nossas palavras, as de FERNANDO PESSOA são o culminar daquilo a que nos propusemos neste estudo sobre a Soberana ORDEM DE MARIZ.
“A Ordem de Cristo não tem graus, templo, rito, insígnia ou passe. Não precisa reunir, e os seus cavaleiros, para assim lhes chamar, conhecem-se sem saber uns dos outros, falam-se sem o que propriamente se chama linguagem. Quando se é escudeiro dela não se está ainda nela; quando se é mestre dela já se lhe não pertence. Nestas palavras obscuras se conta quanto basta para quem, que o queira ou saiba, entenda o que é a Ordem de Cristo – a mais sublime de todas do mundo.
“Não se entra para a Ordem de Cristo por nenhuma iniciação, ou, pelo menos, por nenhuma iniciação que possa ser descrita em palavras. Não se entra para ela por querer ou por ser chamado; nisto ela se conforma com a fórmula dos Mestres: «Quando o discípulo está pronto, o Mestre está pronto também». E é na palavra «pronto» que está o sentido vário, conforme as ordens e as regras.
“Fiel à sua obediência — se assim se pode chamar onde não há obedecer — à Fraternidade de quem é filha e mãe, há nela a perfeita regra de Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Os seus cavaleiros – chamemos-lhes sempre assim – não dependem de ninguém, não obedecem a ninguém, não precisam de ninguém, nem da Fraternidade de que dependem, a quem obedecem e de que precisam. Os seus cavaleiros são entre si perfeitamente iguais naquilo que os torna cavaleiros; acabou entre eles toda a diferença que há em todas as coisas do mundo. Os seus cavaleiros são ligados uns aos outros pelo simples laço de serem tais, e assim são irmãos, não sócios nem associados. São irmãos, digamos assim, porque nasceram tais. Na Ordem de Cristo não há juramento nem obrigação.
“Ela, sendo assim tão semelhante à Fraternidade em que respira, porque, segundo a Regra, «o que está em baixo é como o que está em cima», não é contudo aquela Fraternidade: é ainda uma Ordem, embora uma Ordem Fraterna, ao passo que a Fraternidade não é uma Ordem.”
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Vitor Manuel Adrião, Quinta da Regaleira (A Mansão Filosofal de Sintra). Editora Via Occidentalis, Lisboa, 2007.
Vitor Manuel Adrião, Cynthia Semper Fidelis. Revista PAX, órgão oficial da Comunidade Teúrgica Portuguesa, Lisboa, 2009.
Créditos fotográficos: Paulo Andrade, Ilda Bessa e Arquivo da Comunidade Teúrgica Portuguesa.